Apenas dez por cento dos músicos sindicalizados no Algarve estão a trabalhar

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Em declarações ao sítio da revista Algarve Vivo, após um plenário do Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espetáculo e do Audiovisual realizado em Portimão, o delegado Luís Varela foi perentório: “A União Europeia dá dinheiro aos hotéis para evitar o encerramento de unidades nesta época do ano, mas muitos dos seus proprietários preferem fechá-las, contribuindo assim para o desemprego de muita gente, incluindo músicos.” E a vice-presidente da direção nacional do sindicato, Margarida Barata, surpreendida com a fraca adesão de associados naquele encontro, lamentou a “falta de união na classe”.

José Manuel Oliveira

“Dos poucos mais de 400 músicos nossos associados existentes no Algarve, apenas cerca de 40 estão em atividade e, em média, trabalham durante três dias por semana, na sua maioria nalgumas unidades hoteleiras que ainda se mantêm em funcionamento nesta altura do ano, em casinos, bares e escolas de música”. Quem o diz, em declarações à Algarve Vivo, é Luís Varela, delegado na região algarvia do Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espetáculo e do Audiovisual, acrescentando que estes têm idades “sensivelmente entre 20 e 60 anos”.

“A União Europeia dá dinheiro aos hotéis para evitar o encerramento de unidades nesta época do ano, mas muitos dos seus proprietários preferem fechá-las, contribuindo assim para o desemprego de muita gente, incluindo músicos. Esta é que é a realidade”, alertou.

Sindicato convoca 54 associados para plenário, mas só comparecem quatro

No final de um plenário daquele sindicato, realizado sexta-feira à tarde nas instalações da Junta de Freguesia de Portimão, a vice-presidente da direção, Margarida Barata, lamentou a “falta de união na classe”. “Nesta reunião apareceram apenas quatro músicos e um representante da União dos Sindicatos do Algarve. Da área do espetáculo e do audiovisual, nada. A ausência de mais participantes reflete-se na falta de união dos profissionais. Queixam-se de dificuldades, dos seus problemas com as empresas, alegando nomeadamente falta de condições de trabalho, de pagamento de salários, incumprimento das tabelas remuneratórias, insegurança na atividade e falta de regras em geral, mas depois não comparecem aos encontros do sindicato para os quais são convocados”, sublinhou. No Algarve, as principais queixas dos músicos estão relacionadas com a sua atividade em unidades hoteleiras e bares.

A fraca presença de músicos e a ausência de outros profissionais no plenário em Portimão vai obrigar o sindicato a prosseguir a reunião na cidade de Faro, mas só em 2016 e em data a anunciar.

Reforçando o seu lamento pela “falta de união” no sector”, o delegado sindical Luís Varela referiu à Algarve Vivo que “foram convocados 54 associados residentes em Portimão, Albufeira, Lagoa, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António”. “Falam muito, mas na hora de se reunirem com o sindicato para tentar esclarecer assuntos fundamentais e resolver problemas, não aparecem. Parece que querem tudo feito”, acusou.

Não há controlo sobre músicos que atuam na via pública

Outra das situações apontadas por Luís Varela diz respeito a músicos que tocam na via pública para conseguir dinheiro. “Só o podem fazer se tiverem uma licença das respetivas câmaras municipais das zonas onde atuam à espera receber umas moedas das pessoas que vão passando. Mas as autoridades nem os fiscalizam. Nem se sabe quem está legal e ilegal. Não há controlo”, observou aquele representante do sindicato dos músicos no Algarve.

 

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