Indivíduo detido em flagrante a incendiar a Fóia é presente a tribunal esta segunda-feira

fogo
“Exijo justiça, mão pesada, por parte do Tribunal”, apela o presidente da Câmara Municipal de Monchique, Rui André, em declarações ao ‘site’ da revista Algarve Vivo. Se o suspeito, de 47 anos e residente no concelho de Loulé, onde trabalha na hotelaria, for libertado, “tal será um convite para que outros fazerem o mesmo.” Falta de limpeza no mato dificultou bombeiros, que já deram o incêndio como dominado.

José Manuel Oliveira

 

Será presente nesta segunda-feira, dia 5 de Setembro, ao Tribunal de Portimão para conhecer as medidas de coação a que ficará sujeito, após ter passado duas noites nos calabouços da Polícia Judiciária nesta cidade, o homem, de 47 anos, nacionalidade portuguesa e residente no concelho de Loulé, onde trabalha numa unidade hoteleira, detido em flagrante delito no sábado à tarde na zona da Fóia, em Monchique, por militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) local, quando ateava fogo a uma área de mato.
“Exijo justiça, mão pesada, uma medida exemplar, por parte do tribunal para que esta situação não volte a acontecer. É que se este indivíduo for libertado, tal será um convite para outros fazerem o mesmo. E se existem casos sem provas de delito, este foi cometido em flagrante. Vi a aflição de muitas pessoas que perderam os seus rendimentos. É um crime bárbaro que merece ser punido com a pena máxima!”, apelou, neste domingo, em declarações ao ‘site’ da revista Algarve Vivo, o presidente da Câmara Municipal de Monchique, Rui André. O autarca falava quando, pouco antes das 20h30, o violento incêndio que atingiu as  encostas Norte e Sul da Fóia, além da zonas de Casais e Marmelete, tendo destruído uma vasta área de eucaliptos e mato, e ameaçado habitações dispersas, foi dado finalmente como “dominado” pelos responsáveis dos bombeiros. Ou seja, mais de 24 horas depois de ter deflagrado.
Recorde-se que o homem detido é igualmente suspeito de ter ateado um fogo na zona de Porto de Lagos, no concelho de Portimão, e outro nas Caldas de Monchique, no sábado à tarde, antes do sucedido na zona da Fóia.


Duas pessoas idosas retiradas das suas habitações
O edil monchiquense referiu que no meio da serra “duas pessoas idosas e acamadas foram retiradas das suas habitações por medida de precaução e levadas para casa de familiares”, e aproveitou para agradecer aos bombeiros “o facto de não ter havido moradias destruídas nem perda de vidas humanas.” “Têm sido muitas horas de trabalho”, frisou Rui André.

 

Falta de limpeza de terrenos dificultou
O incêndio obrigou à intervenção de todas as corporações de bombeiros do Algarve, a que se juntaram outras provenientes dos distritos de Beja, Évora e Lisboa, num total de mais de 400 operacionais com o apoio de 217 veículos, quatro aviões, cinco helicópteros e seis máquinas de rasto para abrir caminhos na serra de Monchique, por onde as chamas se propagaram. No terreno estiveram ainda três poletões do Exército. Nalgumas zonas de mato, “a ausência de limpeza dos terrenos dificultou o acesso dos bombeiros”, notou Rui André.

“Vamos fazer uma avaliação dos prejuízos e tentar junto da administração central que, agora mais do que nunca, haja condições para avançar com uma reflexão séria, visando o ordenamento florestal. É preciso alterar as regras para a plantação de eucaliptos”, defendeu aquele responsável do município.

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