João Vasconcelos (novo deputado do Bloco de Esquerda): “A primeira medida que tomarei em S. Bento será apresentar uma proposta para acabar com as portagens na Via do Infante”

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No rescaldo das eleições legislativas, João Vasconcelos, eleito deputado do Bloco de Esquerda pelo Círculo Eleitoral de Faro, diz, em entrevista à Algarve Vivo, que suspenderá a sua atividade de professor por ser incompatível o desempenho das duas funções, assim como o mandato de vereador na Câmara Municipal de Portimão, neste caso para ceder o lugar a outro colega desta força política, uma vez que passará a maior parte do tempo em Lisboa. “Estivemos próximos de eleger uma segunda deputada bloquista no Algarve. Fica para a próxima”, nota. E deixa avisos ao futuro Governo e ao PS.

José Manuel Oliveira

“A primeira medida que tomarei quando assumir as funções de deputado na Assembleia da República será apresentar uma proposta para acabar de uma vez por todas com as portagens na A22/Via do Infante no Algarve”. A garantia foi dada, em entrevista à Algarve Vivo, por João Vasconcelos, de 59 anos e novo deputado do Bloco de Esquerda, eleito pelo Círculo Eleitoral de Faro nas eleições legislativas realizadas no domingo, 4 de outubro.

Depois de uma madrugada de festa, que incluiu jantar e desfile em caravana automóvel dos bloquistas em Portimão, João Vasconcelos retomou, na segunda-feira, a sua atividade profissional (que suspendera durante a campanha eleitoral) de professor de História no Agrupamento de Escolas Poeta António Aleixo, nesta cidade de onde é natural e reside, e na próxima quarta-feira, 7 de outubro, participará na reunião da Câmara Municipal, de que é vereador em regime de não permanência há dois anos. “Quando tomar posse nos próximos dias como deputado na Assembleia da República, suspenderei a minha atividade de professor por ser incompatível o desempenho das duas funções, assim como o mandato de vereador da Câmara de Portimão. Poderia manter-me neste cargo autárquico, pois não é uma situação incompatível, mas irei ceder o meu lugar a outro colega do Bloco de Esquerda, uma vez que passarei a maior parte do tempo em funções em Lisboa”, referiu João Vasconcelos.

O novo deputado algarvio disse ter sentido a “perceção” nos contactos mantidos com as pessoas durante a campanha eleitoral que o Bloco de Esquerda “iria eleger um ou dois” representantes pelo Círculo Eleitoral de Faro. “E numa carta aberta à população, no último dia da campanha eleitoral, sublinhei que o Bloco de Esquerda poderia fazer História em Portugal, ultrapassando a sua votação e o número de deputados, registados no ano de 2009”, observou João Vasconcelos, destacando o facto de nos concelhos de Portimão, Lagoa e Lagos ter alcançado mais de 16 por cento da votação. E em Olhão também ter atingido cerca de 16 por cento. “Estivemos próximos de eleger uma segunda deputada bloquista no Algarve. Fica para a próxima”, acrescentou.

“O PS, o BE e a CDU estão em maioria na Assembleia da República e nada será como até agora”

Por outro lado, numa altura em que, na sequência da vitória da coligação PSD/CDS-PP sem maioria absoluta, em Portugal muitos já perspetivam um governo instável e uma legislatura curta com eleições antecipadas, João Vasconcelos prefere esperar para ver a evolução da situação política nos próximos tempos. “O PS, o Bloco de Esquerda e a CDU estão em maioria na Assembleia da República e nada será como até agora. Mas tudo dependerá do PS, que foi o maior derrotado nestas eleições. O país não poderá continuar com um governo de Direita, que perdeu a maioria e mais de 700 mil votos, saindo também derrotado nestas eleições, e que durante a campanha eleitoral utilizou a chantagem e o medo, manipulou os números relativos ao desemprego e mentiu aos portugueses”, avisou.

Apreciador de bacalhau e adepto do Sporting, “mas sem fanatismos”

Nascido no dia 8 de março de 1956, em Portimão, João Manuel Duarte Vasconcelos é casado e tem dois filhos e uma filha, com 31, 29 e 27 anos, respetivamente. Licenciado em História e com mestrado em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, é professor desta disciplina desde 1984 em Portimão.

Militante do Bloco de Esquerda desde a sua fundação em 1999, foi desde 1975 militante da então UDP-União Democrática Popular. Como referiu em entrevista ao site da Revista Algarve Vivo, durante a campanha eleitoral para estas legislativas, é apreciador de bacalhau e adepto do Sporting, “mas sem fanatismos”. Considera-se “teimoso” e “determinado em acreditar que outro mundo será possível”.

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