Lagos com ambicioso plano de habitação

TEXTO: JORGE EUSÉBIO

A Câmara Municipal de Lagos vai realizar um grande investimento na aquisição de três lotes nos quais pretende construir apartamentos para habitação a custos controlados. Localizados na freguesia de São Gonçalo, mais concretamente na zona urbana a poente da Escola Secundária Júlio Dantas, os terrenos têm uma área total de 9.280 m2, o que deverá permitir que neles sejam edificados cerca de 100 novos fogos.

Este é o primeiro grande investimento que a autarquia faz no sentido de ‘atacar’ um dos grandes problemas sentidos por muitas famílias lacobrigenses: a falta de habitação a preços que tenham possibilidade de pagar.

Lagos é um dos concelhos em que o valor de m2 dos fogos é mais elevado. Nas listas regularmente elaboradas por entidades como o Instituto Nacional de Estatística, aquele município aparece sempre entre os mais caros do país.

A isto junta-se a falta de investimento, nos últimos anos, quer do setor cooperativo, que, em tempos, deu um contributo importante para atenuar este tipo de problemas, quer da autarquia, devido aos constrangimentos orçamentais que, tal como muitas outras, sentiu no período de crise económica.

O fenómeno do crescimento do alojamento local também acabou por fazer com que muitos imóveis que poderiam ser destinados à habitação fossem canalizados para o arrendamento a visitantes e turistas.

Em face de tudo isto, o número de famílias com problemas habitacionais tem vindo a crescer. Segundo informação da Câmara, até finais de março, nos seus serviços tinham dado entrada um total de 525 pedidos de habitação, dos quais 461 continuavam ativos e 32 eram considerados situações de emergência social.

A autarquia resolveu, então, avançar com um plano que visa minimizar este problema, o qual implica um investimento global na ordem dos 15 milhões de euros. Assumiu como meta a construção, ao longo dos próximos anos, de perto de duas centenas de novos fogos, dos quais 124 na cidade de Lagos; 12 na Luz; 24 no Chinicato; 20 em Bensafrim; 9 no Sargaçal e 8 em Barão de S. João.

Como se prevê que, mesmo assim, este conjunto de novos imóveis não chegue para fazer face às necessidades sentidas atualmente e às que surgirão nos próximos tempos, o plano prevê outras formas de intervenção, a este nível, as quais passam pela disponibilização de terrenos para autoconstrução e pela definição de apoios ao arrendamento e à reabilitação de edifícios para habitação.

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