MED com a edição mais concorrida de sempre

Excelente cartaz, um novo palco com uma envolvente fantástica, animações surpreendentes, uma preocupação notória com cada detalhe, um ambiente único. Estes foram alguns dos muitos elogios que o 16º Festival MED recebeu por parte do numeroso público que, de 27 a 30 de junho, acorreu à Zona Histórica de Loulé para experienciar uma panóplia de propostas artísticas, com especial destaque para as músicas do mundo.

Durante quatro dias, o coração medieval desta cidade, onde a herança islâmica está bem presente e onde se respira um ambiente verdadeiramente mediterrânico, voltou a ser o local de encontro de pessoas vindas de várias partes do mundo, das suas sonoridades e estilos diferentes que deslumbraram a todos.

Foram 80 horas de música que ecoaram nos 10 palcos por onde este ano passaram artistas vindos de paragens tão distintas como Haiti e Trindade e Tobago – dois países estreantes no MED – ou Níger, México, Turquia e Cabo Verde.

No que toca aos nomes que mais impressionaram quem assistiu a este espetáculo multicultural, destaca-se, naturalmente, Marcelo D2, considerado logo à partida um dos momentos fortes desta edição, mas também Dino D’Santiago, que atuou perante o “seu” público, o tobaguenho Anthony Joseph, o portentoso projeto franco-congolês Tshegue, as sonoridades mariachi da Orkesta Mendoza, a melodia lusitana de Ricardo Ribeiro, a beleza artística de Camané e Mário Laginha juntos em palco ou o furor dos Cais do Sodré Funk Connection que estiveram no Palco Chafariz, um novo espaço que constituiu uma das novidades desta 16ª edição e que surpreendeu de forma bastante positiva o público.

No programa deste Festival MED de realçar também outros palcos, menores em tamanho mas igualmente grandes pela qualidade artística, como é o caso do MED Classic, marcado pela atuação de agrupamentos de música clássica no interior da Igreja Matriz e que voltou a reunir um público apreciador deste estilo erudito; o Palco Calcinha, que juntou música e poesia; o Palco Bica, onde projetos inovadores da região, sobretudo na área do indie, marcaram presença; ou o MED Fado, que voltou a dar voz aos fadistas algarvios.

A animação de rua com dezenas de artistas como os elementos da Satori, o grupo Rhakatta, grupos de cante alentejano ou os ranchos folclóricos do Concelho andou por cada recanto do recinto numa constante interação com o visitante. 

A gastronomia e o artesanato invadiram esta Zona Histórica com muita cor, cheiros e os sabores de uma cozinha do mundo onde não faltaram os burritos, as tapas, o shoarma, o caril e, naturalmente, os petiscos portugueses ou o Folhado de Loulé, candidato às 7 Maravilhas Doces de Portugal®.

Destaque ainda para o Cinema MED que este ano passou a integrar o programa do Festival, com curtas-metragens e a estreia de “Gabriel e a Montanha”, de Fellipe Barbosa. Com a curadoria de Rui Tendinha, esta foi mais uma aposta ganha até porque houve bastante interesse da parte do público, sobretudo na sessão de apresentação do filme do realizador brasileiro, no âmbito do “Open Day”, num espaço descontraído na Alcaidaria do Castelo.

A título de balanço, Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, sublinhou o facto de esta ter sido uma das edições de maior sucesso. “Estamos todos de parabéns porque esta é talvez a edição do MED com a maior assistência que alguma vez tivemos. Vimos espetáculos maravilhosos nos diversos palcos, sempre com grandes assistências. A festa num país e num festival mediterrânico, com noites destas, só pode atrair as pessoas e fazê-las felizes”, afirmou o autarca, em mais um ano de excelência da história do Festival MED.

Vítor Aleixo sublinhou a preocupação ambiental por parte do Município que esteve bastante presente em 2019, com ações como o copo ecológico, os bebedouros com água da rede pública (“uma água de excelência”), as papeleiras inteligentes e compactadoras ou os painéis solares que deram “energia limpa” às tasquinhas da restauração. 

Também em matéria de segurança e socorro de pessoas e bens, tema que está na ordem do dia no contexto dos grandes eventos, é de enaltecer o 16º Festival MED, destacando-se a atuação exemplar de todas as entidades que estiveram a colaborar com a organização.

De olhos postos em 2010, Vítor Aleixo acredita que a inovação e criatividade poderão continuar a ser a chave para o sucesso do Festival MED em próximas edições. “Hoje vivemos numa sociedade de consumo em que os modelos, os formatos, os gostos, se consomem muito rapidamente. O que eu peço aos organizadores deste evento é que procurem ser criativos, tragam novidades não só ao nível das expressões musicais, mas de outras manifestações artísticas, ao nível do que é exposto nas bancas de artesanato, e até nas propostas gastronómicas. Tenho a certeza que o staff criativo e organizador do MED está muito atento a isso”, concluiu.

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