Médico do Centro de Saúde de Lagos queixa-se de falta de condições

CENTRO-SAÚDE-LAGOS

Sem lavatório para lavar as mãos, nem ar condicionado ou uma simples ventoinha. “Para que andou o professor Correia de Campos no tempo em que foi ministro da saúde a lembrar aos médicos a necessidade de lavar as mãos como forma de reduzir o número de casos de infeções cruzadas hospitalares?”- questiona o clínico na exposição remetida à Ordem dos Médicos e à Federação Nacional dos Médicos, um dos sindicatos da classe.

José Manuel Oliveira

Um clínico do Centro de Saúde de Lagos enviou uma exposição à Ordem dos Médicos e à Federação Nacional de Médicos (FNAM), um dos sindicatos da classe, na qual se queixa da falta de condições existentes em gabinetes para consultas dos doentes onde vários profissionais foram recentemente colocados na sequência da criação de Unidade de Saúde Familiar Descobrimentos naquele edifício.

“Como se compreende que um médico com 36 anos de exercício de medicina, há 30 especialista de Medicina Geral e Familiar, que já fez milhares de horas de urgência em diversos Serviços de Apoio Permanente (SAP) e urgências em vários hospitais da Administração Regional de Saúde do Algarve e do Alentejo, que deu milhares de consultas, que salvou por diversas vezes a vida a inúmeras pessoas, que mitigou a dor física e psicológica de tantas e tantos doentes, que tem uma lista de 2.000 utentes, mas que apesar disso no seu dia-a-dia nunca se recusa a dar mais uma consulta a quem precise mesmo que não seja da sua lista de utentes, na redistribuição precipitada dos médicos por outros gabinetes por motivo da criação da USF Descobrimentos de Lagos, tenha sido enfiado num corredor, num gabinete exíguo, sem um lavatório para lavar as mãos, sem um aparelho de ar condicionado ou uma simples ventoinha para o calor que se aproxima com o Verão?” – interroga aquele clínico em documento que o ‘site’ da revista Algarve Vivo teve acesso.
Risco de infeções

No mesmo documento, acrescenta: “Para que andou o professor Correia de Campos no tempo em que foi ministro da saúde a lembrar aos médicos a necessidade de lavar as mãos como forma de reduzir o número de casos de infeções cruzadas hospitalares? Porque razão aqueles que já tanto deram ao Serviço Nacional de Saúde e aos cidadãos e ainda continuam a dar, têm de ser enfiados à pressa numa qualquer arrecadação, sem condições básicas?”

Revoltado com a situação agora criada e após referir que o seu anterior gabinete, o qual considera dispor de boas condições, passou a ser ocupado por um dos clínicos que prestam serviço na recém-criada Unidade de Saúde Familiar Descobrimentos no Centro de Saúde de Lagos, aquele profissional, na exposição apresentada à Ordem dos Médicos e à Federação Nacional de Médicos, questiona ainda: “Somos médicos de segunda, prontos a ser relegados à primeira oportunidade para uma qualquer arrecadação?”. Depois de solicitar um parecer nesse sentido à Ordem dos Médicos e àquele sindicato, conclui: “Só quero saber se eu tenho, ou não, direito a um consultório com as condições básicas, como eles têm.”

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