Terreno agrícola em Lagoa é solução para atrair aves

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A ideia surgiu como alternativa na quarta-feira durante uma reunião da Câmara Municipal com promotores da manifestação do passado domingo, que contestam projeto urbanístico na zona de Alagoas Brancas. Futuro parque natural e de educação ambiental de crianças e jovens poderá ser criado antes do próximo Verão.

José Manuel Oliveira

Um terreno de incidência agrícola situado junto à zona das Alagoas, perto do Estádio Municipal Dr. Josino da Costa, poderá vir a tornar-se nos próximos meses num parque natural para o ‘habitat’ de aves e a educação ambiental de crianças e jovens.

A ideia surgiu na sequência de uma reunião realizada na quarta-feira, 15 de fevereiro, no edifício dos Paços do Concelho de Lagoa, entre o presidente da Câmara, Francisco Martins, e os promotores da manifestação levada a efeito no passado domingo numa rotunda junto à zona de Alagoas Brancas. Em causa está o facto de um terreno com uma área húmida na qual predominam mais de 70 espécies de aves, poder vir a ser ocupado por um hipermercado ‘Continente’, num projeto de loteamento aprovado em 2008 por vários organismos durante o executivo camarário então presidido pelo social-democrata José Inácio.

“LOCALIZAÇÃO IDEAL”

Na reunião que decorreu, “o presidente da Câmara Municipal sugeriu uma área para ali poder ser criado um parque destinado ao desenvolvimento de aves. Essa localização é ideal”, disse à Algarve Vivo Karl Hawker, um inglês radicado há muitos anos no concelho e um dos promotores da manifestação realizada no passado domingo. Notou, a propósito, que o terreno que a autarquia está disponível para ceder “possui uma área que pode inundar durante todos os anos”. “O lago está situado num sítio espetacular para ali se desenvolverem aves”, adiantou.

Para já, aquele cidadão vai combinar um encontro com os dirigentes da associação ambientalista Almargem, a qual esteve representada naquela manifestação, para definir uma estratégia de atuação em concreto e os próximos passos a dar nesse sentido.

“Pretendemos que esse terreno seja disponibilizado para esse futuro parque natural o mais breve possível, antes do Verão, de forma a podermos planear a nossa ação, mas desejamos que a situação se resolva de modo amigável com a Câmara Municipal de Lagoa”, sublinhou Karl Hawker.

Por sua vez, o dirigente da associação Almargem João Santos, em declarações à Algarve Vivo, mostrou-se cauteloso e prefere, para já, esperar para ver a solução apresentada como contrapartida. Isto, depois de saber que o projeto urbanístico na zona de Alagoas Brancas, onde agora abundam aves ao longo do ano, “está legal” e que “a vontade é avançar” com as obras. Porém, considerou não existir, nomeadamente, proteção para as aves no outro terreno. “Nada tem a ver com o atual. A solução por si pode dividir” as pessoas, observou João Santos, aguardando o desenvolvimento do processo.

14 INSTITUIÇÕES APROVARAM LOTEAMENTO

Por outro lado, na reunião camarária, que contou com a presença de vários técnicos, foram exibidos documentos a comprovar toda a legalidade do projeto urbanístico aprovado em 2008 na zona de Alagoas Brancas por “14 instituições, nomeadamente a Direção Regional da Hidráulica, Comissão de Coordenação da Região do Algarve, Câmara Municipal de Lagoa, Instituto de Desenvolvimento Agrícola, Instituto Português das Estradas, Direção Regional do Ambiente e outros”, contou à Algarve Vivo Karl Hawker. Mas sobre o projeto, “nada diz”. “A planta só tem ‘aprovado’ com referência a onze lotes. Está tudo ocupado para o loteamento e as infraestruturas, estas nas áreas laterais”, notou.

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