PS Algarve acusa Francisco Martins de “comportamento aos ziguezagues”
A saída de Francisco Martins do PS e o avanço com uma candidatura independente, ainda por oficializar, à Câmara Municipal de Lagoa nas próximas eleições autárquicas não caíram bem no seio dos socialistas. Em comunicado enviado às redações, Luís Graça, líder da distrital, acusa o ex-autarca de “pedir sucessivas vezes ao Partido Socialista para abandonar a Câmara Municipal e deixar Lagoa”.
“A primeira foi logo depois das eleições autárquicas. Quatro meses após a tomada de posse, quis virar costas a Lagoa e deixar a presidência da Câmara para em troca ir para a Região de Turismo do Algarve. Depois disso, no ano de 2019, pediu-nos sucessivas vezes para ir para Lisboa e para a Assembleia da República, até que o próprio, decidiu, alegando razões de saúde, renunciar ao mandato que o povo de Lagoa lhe havia atribuído por intermédio do Partido Socialista e abandonar a Câmara”, refere o comunicado.
No documento, a distrital acrescenta que, nos últimos anos, tem “assistido a um comportamento inconstante e aos ziguezagues, na intervenção política de Francisco Martins. Ainda assim, surpreende que, felizmente ultrapassadas as limitações de saúde e depois de ter aceite ser nomeado vogal da Administração Regional de Saúde pelo Governo do Partido Socialista, volte de novo a abandonar o barco e a fazer mais um ziguezague”.
Luís Graça recorda ainda que, “quando Francisco Martins decidiu abandonar Lagoa, contrariou todos os apelos e conselhos da sua equipa e do Partido Socialista para que optasse pela suspensão do mandato durante o período de doença”.
A terminar o comunicado, o PS Algarve salienta o papel de Luís Encarnação, atual presidente da Câmara, como “um gestor e autarca experiente, que num tempo muito difícil tem sabido, com humildade e dedicação, proteger as pessoas e as empresas desta pandemia e simultaneamente concretizando no terreno muitos projetos e obras importantes para o concelho e que eram compromissos do PS”.
Ao Lagoa Informa, Luís Graça acrescentou ainda que, na reunião mantida em Lisboa com responsáveis nacionais do PS, a 19 de novembro, na qual Luís Encarnação foi confirmado como o escolhido pelo PS para as autárquicas, Francisco Martins afirmou “aceitar a posição do partido e que não seria candidato à Câmara”.
Esta parece ser uma ‘novela’ e uma polémica com mais capítulos. Francisco Martins ainda não oficializou a sua candidatura como independente, o que deverá acontecer no início de 2021.
Saídas do partido
Para já, apenas Francisco Martins saiu do partido, depois de ter renunciado ao cargo de líder da concelhia.
Os restantes elementos que o acompanhavam na comissão política renunciaram aos cargos, mas ainda não se desfiliaram do PS, o que deverá acontecer nas próximas semanas ou no início de janeiro. Atualmente com cerca de 140 militantes, está por conhecer quantos deverão sair com Francisco Martins.