Loulé projeta Escola de Bombeiros e ampliação do quartel
O Corpo de Bombeiros de Loulé celebrou ontem o seu 95º aniversário. Para além do juramento de novos operacionais e a distinção de pessoas e entidades que têm colaborado com esta instituição, durante a cerimónia comemorativa foram anunciadas algumas novidades que irão melhorar o trabalho e reforçar o número dos seus recursos humanos.
Além dos responsáveis municipais, o presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros, António Nunes, e o comandante regional de Emergência e Proteção Civil, Vítor Vaz Pinto, estiveram presentes neste momento que ficou marcado também pela entrega de divisas e respetivas boinas a nove estagiários que concluíram com aproveitamento a 1ª e 2ª fase do processo de formação para ingresso na carreira de ‘Bombeiro Sapador’. São eles Daniel Gago, José Viegas, Ricardo Águas, Alexandre Lores, Duarte Santos, Ana Rita Bartolomeu, Afonso Jesus, Daniel Santos e Vasyl Lysyy.
Mas mais do que o simbolismo do ato, este momento significa o robustecer deste corpo de bombeiros que, nos últimos anos, tem marcado pela diferença nesta matéria. “Com a atual recruta ainda em processo de formação teórica, perfaz um aumento de 30 bombeiros profissionais nos últimos 10 anos, sendo este um caso único na região e no país, com a exceção das grandes metrópoles”, disse o comandante da corporação, Irlandino Santos. Mas a meta estabelecida é atingir um efetivo de 100 homens capacitados nos próximos 3 a 4 anos.
Tal como no primeiro dia – a 27 de junho de 1927 -, o empenho dos sucessivos executivos municipais mantém-se: “fazer deste serviço público de extrema importância, um serviço de excelência e qualidade, com todos os meios e recursos necessários para a segurança das populações”. E neste dia, o autarca Vítor Aleixo deixou clara a intenção de levar por diante algumas ações prioritárias e estruturantes.
O Quartel de Bombeiro de Loulé, inaugurado há quase duas décadas, vai ser ampliado e modernizado, existindo já neste momento um estudo/diagnóstico das necessidades que permitirão dimensionar o equipamento para as próximas décadas.
Mas outra das novidades anunciadas é a criação de uma Escola Nacional de Bombeiros – Centro Regional de Formação do Algarve, que irá localizar-se na ‘Cidadela de Segurança e Proteção Civil de Loulé’, ao lado de outros equipamentos de âmbito regional como é o caso do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil. Esta unidade poderá contribuir para responder à necessidade de formar novos profissionais que venham a enfileirar as corporações de toda a região algarvia.
Naquela que é a época mais problemática em termos de incêndios florestais, o autarca referiu a forma como o Município se tem vindo a preparar para apoiar todos os agentes envolvidos na prevenção e combate. Nos últimos meses, foram adquiridas 2 ambulâncias e novos equipamentos de salvamento em grande ângulo, mas também encomendados 150 equipamentos de proteção individual para incêndios rurais, estando neste momento a decorrer um processo para a aquisição de 2 veículos ligeiros de combate a incêndios.
E sobre a matéria da Floresta, Vítor Aleixo recordou alguns dos projetos concertados para mitigar os incêndios e proteger o património natural: ações de sensibilização e informação à população; projetos de reconversão da paisagem através da promoção do mosaico mediterrânico, através do ‘Condomínio de Aldeia’; reforço dos meios existentes, tanto humanos, como materiais, assim como da participação em programas transnacionais, como o Projeto Interreg – Sudoe – REMAS; o projeto de reflorestação da Serra do Caldeirão e o protocolo de adesão ao movimento europeu ‘Life Terra’; a vigilância armada e 1.ª intervenção dos territórios rurais; o trabalho em parceria com Associações e clubes de caçadores do Município.
Essa mesma colaboração foi reforçada por Vítor Vaz Pinto, responsável regional da Proteção Civil que enalteceu “o excelente trabalho desenvolvido por todos os órgãos do sistema” da região, frisando a importância da “cooperação, coordenação e unidade de comando, eliminando assim qualquer atuação motivada por ações individualistas ou descontextualizadas”. “O conceito de cooperação que ultrapassa áreas de atuação e os limites administrativos, prima pela eficiência dos meios e recursos para responder às mais complexas situações de emergência, num esforço partilhado”, sublinhou.
Já o responsável da Liga leu uma nota da direção sobre o sentimento existente sobre o “estado da arte” no setor dos Bombeiros.
Num momento de agradecimento público no empenho à causa da segurança e socorro, de pessoas e bens, o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, foi uma das figuras distinguidas, com o “crachá de ouro”, da Liga Portuguesa dos Bombeiros. Um reconhecimento que se deve à sua ação enquanto autarca, nomeadamente na “viabilização de diversos projetos de âmbito regional com vista ao financiamento e reequipamento do setor e o desenvolvimento de ações de valorização e requalificação nesta área, assumindo a dianteira dos mais arrojados e ambiciosos processos de melhoria da rede estratégica de proteção civil”.
Também o Corpo de Bombeiros de Loulé recebeu esta distinção. Já o médico Eleutério Rocheta foi condecorado com a Medalha de Serviços Distintos – Grau Ouro, tal como o vereador Carlos Carmo. O comandante Irlandino Santos foi distinguido com a Medalha de Serviços Distintos – Grau Prata.
O artista Marçalo Silva foi reconhecido pela corporação com o agradecimento pela oferta de uma obra por si elaborada, o brasão dos Bombeiros de Loulé, que se encontra exposta no salão nobre do quartel.
Com 95 anos de existência, o Corpo de Bombeiros Municipais de Loulé tem como desígnio fundamental a proteção de pessoas e bens, particularmente a prevenção e combate a incêndios, o socorro a feridos, doentes ou náufragos no âmbito do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro. Para o efeito, conta com um corpo de bombeiros misto, composto por 107 bombeiros, 78 dos quais em regime profissional.
No ano 2021 respondeu a 3870 ocorrências, empenhando 12.058 operacionais e 4683 meios técnicos.