Dulce Maria Cardoso recebe prémio literário em Loulé
Dulce Maria Cardoso recebeu o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários, promovido pela Associação Portuguesa de Escritores e Câmara Municipal de Loulé.
O prémio, que foi entregue no passado dia 9 deste mês, distinguiu a sua obra “Autobiografia não autorizada 2”. Este segundo volume, publicado em 2023, reúne relatos pessoais e memorialísticos que Dulce Maria Cardoso escreveu para a revista Visão, refere a Câmara de Loulé.
“É uma forma de partir do particular para o universal, do muito localizado no tempo para o intemporal, e é também uma forma de me divertir com os leitores”, disse Dulce Maria Cardoso. A obra vem na continuidade do volume 1, lançado em 2021, quatro anos que apanharam muitas fases da vida da escritora, “a pandemia, momentos mais felizes, menos felizes, amores, desamores, viagens, apanharam passado e grande parte do que me fez chegar até aqui como pessoa”, explicou a premiada.
“O encanto destas crónicas provém desse afrontar a narrativa sobre si própria em forma de crónica, com um arrojo inusitado, mas sobretudo com uma qualidade literária invulgar. Não se trata apenas de escrever bem, trata-se de escrever com arte”, salientou Carlos Albino Guerreiro, em nome do júri, constituído também por Helena Carvalhão Buescu e Salvato Teles de Menezes.
Já o presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, recordou os anteriores oito vencedores do Prémio (José Tolentino de Mendonça Rui Cardoso Martins, Mário Cláudio, Pedro Mexia, Mário de Carvalho, Lídia Jorge, José Eduardo Agualusa e Miguel Esteves Cardoso), nomes que, segundo ele, expressam bem “o que tem sido o trajeto deste Grande Prémio”.
“Foi um caminho que se revestiu de um prestígio verdadeiramente raro no contexto das Letras portuguesas e para além dele”, disse, sublinhando o facto de a crónica ser um género “muito praticado, de enorme mérito e, acima de tudo, aquele que está mais perto do quotidiano de todos”.
Neste dia foi renovado o protocolo de cooperação entre a Associação e o Município, passando agora o prémio a ter um valor pecuniário de 15 mil euros.
“Estes momentos são, para nós, vividos com muita alegria. Há uma renovação do sentimento que cumprimos com uma atividade nobre que é a criação literária e estímulo às artes”, disse Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé.