Enfermeiros demonstram no Mercado de Portimão como reabilitar doentes com AVC
Numa altura em que o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é já considerado pelos especialistas a primeira causa de morbilidade e incapacidade prolongada em Portugal, colocando em risco 85 por cento da população, o Núcleo de Enfermagem de Reabilitação do Centro Hospitalar do Algarve, através das Unidades de Portimão e Lagos, prepara um conjunto de ações inseridas no Dia Nacional do Doente com AVC, que se assinala a 31 de Março.
“Hábitos pouco saudáveis, hipertensão mal controlada, tabaco, excessos alimentares e obesidade, são alguns dos fatores de risco para um AVC, que poderá acontecer de forma silenciosa numa faixa etária geralmente a partir dos 40 anos de idade, e sobretudo entre os 65 e os 79 anos”, alertou em declarações à Algarve Vivo o enfermeiro em reabilitação Nuno Costa, da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros. E indica quais os sintomas e as medidas a tomar.
José Manuel Oliveira
O Núcleo de Enfermagem de Reabilitação do Centro Hospitalar do Algarve, através das Unidades de Portimão e Lagos, vai levar a efeito várias iniciativas inseridas no Dia Nacional do Doente com AVC, que se assinala a 31 de março, numa altura em que a doença é já considerada pelos especialistas a primeira causa de morbilidade e incapacidade prolongada em Portugal, colocando em risco 85 por cento da população.
“Este facto obriga-nos a dar maior atenção não só à prevenção, através da sensibilização de comportamentos de risco, como ao reconhecimento de alguns sinais de alerta”, afirmou à «Algarve Vivo» o enfermeiro de reabilitação Nuno Costa, da Ordem dos Enfermeiros no Algarve. Nesse sentido, serão desenvolvidas nomeadamente ações de sensibilização, as quais incluirão a divulgação de trabalhos realizados pelo Núcleo de Enfermagem de Reabilitação, numa exposição que ficará patente, de 30 de março até 4 de abril, no átrio da entrada principal da Unidade de Portimão do Centro Hospitalar do Algarve.
A essa iniciativa juntar-se-á, no dia 31 de março, das 10h00 às 14h00, junto ao Mercado Municipal de Portimão, como noutros anos, um rastreio de fatores de risco, estando ainda programado um evento que consistirá em dar a conhecer algumas intervenções do enfermeiro de reabilitação no tocante aos cuidados especializados.
Participam como voluntários para assinalar a efeméride dez profissionais do Núcleo de Enfermagem de Reabilitação do Hospital do Barlavento, em Portimão. Esse conjunto de ações terá lugar em parceria com a Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem de Reabilitação e com a Associação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilitação.
“O objetivo visa ensinar, treinar, reaprender situações relacionadas com a recuperação de doentes vítimas de AVC. Num espaço junto ao Mercado Municipal de Portimão, os enfermeiros de reabilitação irão demonstrar as suas competências com voluntários, apontando para, nomeadamente, ensinos e treinos destinados à recuperação da capacidade para andar, do equilíbrio corporal e ainda recuperar a independência possível ainda que com limitações funcionais. Iremos contar com a disponibilidade de pessoas nessas condições para os enfermeiros com capacidade técnica ajudá-las, por exemplo, a sair das cadeiras de rodas em que se movimentam, a levantar o braço ou a perna afetados, a apoiá-las em equilíbrio e a marchar. Tentaremos que consigam reaprender a andar”, disse à «Algarve Vivo» o enfermeiro Nuno Costa, da Secção Regional Sul da Ordem dos Enfermeiros.
Por outro lado, será efetuado no mesmo local um rastreio sobre fatores de risco com consultas para quem queira. “Muitas pessoas, que não se submetem a um acompanhamento de avaliação do seu estado de saúde por rotina, com medição regular da tensão arterial, análises clínicas ao sangue ou um ‘check-up’ básico, nem se apercebem dos perigos a que estão sujeitas para sofrer um acidente vascular cerebral. Hábitos pouco saudáveis, hipertensão mal controlada, tabaco, excessos alimentares e obesidade são alguns dos fatores de risco para um AVC, que poderá acontecer de forma silenciosa numa faixa etária geralmente a partir dos 40 anos de idade, e sobretudo entre os 65 e os 79 anos. A Direção Geral de Saúde, no ano de 2012, aponta para cerca de 13 anos como estimativa de tempo perdido por consequências do AVC. Esta situação, apesar de não haver ainda números muito concretos, verifica-se em pessoas cada vez mais jovens”, alertou aquele especialista.
Entre os “sinais evidentes” para um AVC, Nuno Costa destaca “perda de força num dos membros, quer inferior (perna) quer superior (braço), desorientação, alterações na fala e no conhecimento e alterações da fala”. E perante situações dessa natureza, aconselha as pessoas a pedir apoio ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) através do número de emergência nacional 112.