Lagoa vai ter museu ao vivo
A sede funcionará no antigo edifício camarário ou no Convento de S. José e cada freguesia contará com um polo alusivo às suas tradições. Investimento deverá ascender a dois milhões de euros.
José Manuel Oliveira
Até final do corrente ano deverá ficar pronto o projeto destinado à criação de um museu no concelho de Lagoa, que terá a sua base principal na cidade e núcleos em cada freguesia. O investimento ascenderá a dois milhões de euros, contando com verbas da União Europeia e poderá ser uma realidade em 2020.
“O que pretendo é que até ao final de 2017 o projeto esteja concluído. São projetos arrojados, trata-se de uma nova ideia, uma nova imagem. Vai chamar-se mesmo museu, com um espaço em cada freguesia. Pedi aos nossos técnicos e arquitetos, que já estão a trabalhar nesse sentido, para que não tivéssemos fechado o edifício. Queremos um museu vivo em todo o concelho. Teremos uma casa-mãe, em Lagoa, no antigo edifício da Câmara Municipal, ou no Convento de S. José, onde será contada toda a história deste concelho”, revela o autarca Francisco Martins em declarações à revista Algarve Vivo e ao jornal Lagoa Informa.
E acrescenta: “Um desses imóveis terá um percurso do território de Lagoa ao longo dos séculos. É importante que se diga que não será só um museu sobre os mais de 240 anos do concelho, mas sim de todo este território desde o período pré-histórico. Temos uma série de factos desse tempo e arqueológicos, nomeadamente os menires e fósseis. Será, portanto, um percurso ao longo sensivelmente de dois mil anos.”
DO MAR E DAS PESCAS À OLARIA
Em cada freguesia haverá polos museológicos, com o de Carvoeiro dedicado ao mar, o de Porches à olaria, na ‘Casa da Chaminé’, como é conhecida, atualmente propriedade de paróquia, enquanto no Calvário, localidade pertencente à União das Freguesias de Estômbar e Parchal, o espaço contemplará a etnografia. Já em Ferragudo, o tema será sobre as pescas, aproveitando o edifício do Compromisso Marítimo, e Estômbar encontra-se numa fase adiantada em termos da arte sacra.
“A própria igreja já tem essa dinamização feita. Como toda a gente sabe, Estômbar possui uma forte componente histórica, quando era o primeiro bastião do Rio Arade antes de se chegar a Silves e, portanto, em princípio a parte do património ficará nesta localidade. Inclusivamente, é ali onde temos a Igreja Matriz, que já é património nacional”, refere Francisco Martins.
“Quem nos visitar e quiser conhecer a nossa história terá a casa-mãe em Lagoa e, em seguida, este itinerário pelo resto do concelho. Será um roteiro turístico que obrigará, digamos assim, as pessoas a percorrerem todo o nosso território que é pequeno e harmonioso”, sublinha, com convicção da capacidade atrativa do futuro museu e seus polos.
SEM NOVAS EDIFICAÇÕES
O projeto não incluirá quaisquer edificações porque, nota o presidente da Câmara Municipal, “os edifícios estão feitos.” “Contudo, um museu tem características técnicas muito próprias, salas de trabalho, equipamento digital apropriado”, lembra Francisco Martins, apontando como objetivo “uma história de dois mil anos com uma modernidade muito grande em termos de interatividade.”
“Embora ainda não existam valores, o investimento poderá atingir dois milhões de euros, sendo nossa intenção a candidatura a fundos comunitários para conseguirmos algum financiamento”, perspetiva o autarca.