Alexandre Bernardo representou badminton nacional em ‘Escola de Verão na Finlândia
Viajou para a Finlândia para participar, entre 4 e 11 de julho, numa verdadeira ‘Escola de Verão’ de badminton e é de lá que carrega na ‘bagagem’ conhecimentos e técnicas que espera que o façam melhorar.
Ao Lagoa Informa Alexandre Bernardo, atleta da Che Lagoense, conta que, antes de partir para o estágio, participou na terceira jornada nacional em sub-17, a qual venceu. Entretanto, já tinha sido selecionado, depois de ter enviado o currículo através da Federação Portuguesa de Badminton, para a organização da ‘RSL BEC Summer School’.
Como tinha o perfil pretendido, foi o único atleta português escolhido e, na verdade, só conseguiu participar nesta ação, porque contou com o apoio da Câmara Municipal de Lagoa, que assegurou os custos da viagem.
E o balanço que faz desta experiência é bastante positivo. “Estava muito bem organizado. Cada um de nós tinha uma secção e, quando chegámos tínhamos os quartos organizados. Posso dizer que consegui perceber que há uma outra forma de ‘ver’ o badminton, com ‘outros olhos’”, argumenta o atleta que esteve, pela primeira vez, num estágio no estrangeiro, durante uma semana.
“Trouxe uma perceção completamente diferente dos treinos. Cá, tenho treinos bidiários e, lá, treinava, se fosse necessário, três vezes por dia e, algumas vezes, até antes do pequeno-almoço. No tempo livre, além de atividades para incentivar o convívio entre atletas, tínhamos aulas teóricas, víamos jogadores de alta competição e analisávamos. A responsável pelos treinos singulares foi a Top 1 mundial em 2006”, descreve.
É com uma realidade diferente, que o jovem refere que “Portugal não é dos melhores países para praticar esta modalidade”, ainda mais em alta competição. “Aqui temos a Unidade de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE) que é uma mais valia e estou grato por isso, mas noutros países há muito mais condições. Primeiro têm diversos apoios financeiros e depois a escola é que se adapta ao desporto. Os horários são adaptados aos treinos, enquanto cá ainda é ao contrário”, explica.
Durante o estágio, nos treinos, foram sempre obrigados a uma rotatividade para que todos se conhecessem. “A ideia era partilhar experiências e técnicas, por isso, os treinos nunca eram com o mesmo atleta. Consegui ver o melhor de cada um, analisar como eles jogam e tentar retirar o melhor para agora aplicar nos meus treinos cá”, acrescenta.
Com um treinador dedicado a cada grupo, Alexandre Bernardo considera que maximizou a aprendizagem. “Tentei aproveitar ao máximo e considero que vou conseguir abrir novos caminhos e aplicar novas técnicas de aprendizagem que, se não fosse esta experiência, nem sabia que existiam. Venho, por isso, com uma mente mais aberta para melhorar, apoiado pelos meus treinadores”, conclui.
Objetivos a curto prazo
Com a época a terminar no final do ano civil, após as novas alterações introduzidas no calendário pela Federação Portuguesa de Badminton, o atleta lagoense quer utilizar esta experiência de Verão na Finlândia para melhorar. Define como objetivos fazer uma boa prestação no torneio internacional ou até ganhar. Foca-se ainda “numa vitória do torneio nacional”, tendo como meta máxima “ganhar o Campeonato Nacional” ou ficar em primeiro no ranking, afirma, porque lhe permitirá subir aos seniores absolutos e jogar com os melhores de Portugal.
Está no escalão sub-17, com apenas 14 anos, que é onde decorrem as suas provas principais, mas já joga em seniores C “pela experiência de competir com atletas mais velhos”, ao mesmo tempo que se prepara para a subida a este escalão, quando tiver idade para tal. “Quero continuar esta sequência de vitórias nos torneios e competições em ambos os escalões”, refere.
Faltam apoios
Apesar de já existirem alguns apoios como a UAARE e alguns auxílios financeiros pontuais, que são positivos e não devem ser desvalorizados, estes não são suficientes a longo prazo.
“São encargos financeiros pesados e não é fácil sensibilizar empresários locais a investir na carreira de um jogador. Conseguimos o patrocínio da Jonex, onde temos desconto na aquisição do material e temos vindo a trocar o material aos poucos, porque o representante da marca nos deixou à vontade para isso. Só para que se tenha noção, cada raquete custa em média 210 euros e o Alexandre tem que ter três iguais, no mínimo”, refere Tânia Bernardo, mãe do atleta, que continua a dar mostras de ser uma ‘esperança’ na modalidade.