Algar é parceira de projeto que usa microalgas
A empresa Algar é parceira do projeto da Algamater, submetido a candidatura de financiamento europeu através do programa H2020, já aprovado.
A parceria é realizada no âmbito da demonstração de uma nova tecnologia de tratamento de águas lixiviantes, que pretende utilizar fotobiorreactores de microalgas para o tratamento de águas residuais industriais (lixiviados). Associada a esta iniciativa está também a Universidade do Algarve, através do Laboratório de Engenharia Sanitária.
O projeto utiliza uma tecnologia inovadora que combina uma etapa de oxidação química a um sistema de tratamento biológico e ainda a afinação do efluente tratado, através de fotobioreatores com microalgas, sendo todo o sistema desenvolvido e patenteado pela Bluemater.
Estes fotobioreatores têm a curiosidade de serem ‘alimentados’ com o CO2 produzido através da queima de biogás nos moto-geradores existentes no aterro, contribuindo assim para a mitigação dos gases de efeito de estufa.
Outra característica do sistema é a possibilidade de reutilização das águas lixiviantes e outras águas residuais, o que permite utilizar este sistema em zonas de escassez de água potável e fechar o ciclo, em vez de uma rejeição de água no meio receptor.
Em 2015 foi realizado um teste piloto no Aterro Sanitário do Sotavento Algarvio, onde se demonstrou o efeito da ETAR Algamater. Foi concluido pelos especialistas que a flotação primária com ozono é vantajosa, pois diminui a carga orgânica e melhora drasticamente a descoloração dos lixiviados, melhorando a sua biodegradabilidade.
Estima-se que a linha de tratamento vai estar em fase de testes, à escala industrial, no final de 2018.
A aprovação do financiamento traduz-se na instalação de uma linha de tratamento de águas lixiviantes da tecnologia em apreço, com a capacidade de 150 m3/d, no Aterro Sanitário do Sotavento Algarvio (concelho de Loulé), sem custo para a Algar, que assumirá somente as despesas energéticas decorrentes da sua operação.
O projeto terá a duração de dois anos e pretende demonstrar a adequabilidade da nova tecnologia de tratamento nas águas lixiviantes, que são os efluentes mais difíceis de tratar, permitindo assim a sua aplicação em todo o tipo de efluentes, quer urbanos, quer industriais, de modo a que esta possa passar à fase de comercialização.