Alunos de Loulé criam exposição para alertar para a violência contra as mulheres

“Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”: são palavras de Sophia de Mello Breyner Andresen, trazidas para a exposição de fotografia realizada por um grupo de alunos/as do 11º e 12º do Curso Profissional de Multimédia (ano letivo 2024/25) da Escola Secundária de Loulé. Esta iniciativa, patente ao público nos Paços do Concelho de Loulé, pretende sensibilizar para a problemática da violência contra as mulheres e raparigas, um dos temas trabalhados pelo Município de Loulé no seu Plano para a Igualdade e Não Discriminação (2023-26).

De forma criativa, os/as jovens conceberam esta mostra de fotografias, integrada no Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, assinalado a 25 de novembro, e que poderá ser vista no edifício principal da Autarquia. São mensagens fortes, que têm como propósito alertar para a violência física, psicológica, sexual e social que atinge (sobretudo) as mulheres, uma problemática infelizmente atual e que continua a ser uma das violações dos direitos humanos mais prevalentes e generalizadas no mundo. É também por isso que, a partir de 10 de dezembro – data igualmente simbólica já que celebra Declaração Universal dos Direitos Humanos – esta iniciativa será inaugurada na Escola Secundária de Loulé.

Recebidos pela equipa da Câmara de Loulé que trata dos temas da igualdade, os alunos/as tiveram a oportunidade de partilhar a forma como decorreu este trabalho e a importância do mesmo para a comunidade louletana.

A anfitriã deste momento, a vereadora com o pelouro da Educação, Maria Esteves, elogiou a qualidade e simbolismo das fotografias e deixou votos que o combate à violência “não fique só no papel, mas seja um combate diário”. “Por favor jovens, façam a diferença!”, apelou esta responsável.

Da parte da Escola, a sua diretora, Renata Afonso, reiterou que este trabalho “tem de ser feito com os jovens”. “É preciso insistir nestes temas para que situações como a que vimos aqui retratadas não aconteçam”, afirmou.

A conselheira externa para a igualdade, Helena Silva Gomes, lembrou que, além da física, há outras formas de violência exercida contra as mulheres “que são mais silenciosas”, como a violência psicológica, emocional ou alguns tipos de desigualdade como a salarial.

Por seu turno, Rute Nascimento, conselheira interna, alertou estes/as jovens para a violência no namoro, referindo: “Sempre que identifiquem este tipo de situações denunciem porque podem fazer toda a diferença. Há muitos canais de apoio”.

Estabelecido em 1999 pela Organização das Nações Unidas, o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, celebrado a 25 de novembro, surgiu como uma homenagem às irmãs Mirabal (Patria, Maria Teresa e Minerva), assassinadas na República Dominicana em 1960, pelo seu ativismo contra a ditadura. 

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