Câmara de Portimão disponibiliza terreno para campus universitário
Texto e foto: Jorge Eusébio, in Portimão Jornal nº 54
Os festejos do 5º aniversário da incubadora de empresas StartUp Portimão, que decorreram no dia 10 de agosto, contaram com a participação de dois secretários de Estado e várias novidades.
Uma delas foi a de que a Câmara de Portimão disponibilizou à Universidade do Algarve (UAlg) um espaço para construção de um campus universitário no concelho.
O anúncio foi feito pela presidente da autarquia no decorrer da sua intervenção. Isilda Gomes disse querer que, desta forma, o concelho invista a sério no ensino superior público de qualidade.
O terreno em causa, que “permite cerca de 22 mil metros quadrados de construção”, é suficiente para acolher não só um campus, mas “também residências para estudantes”. Dessa forma será, finalmente, possível fechar o polo da Universidade que funciona no espaço do antigo matadouro, que tem poucas condições para o efeito.
Uma condição colocada pela autarca é que o futuro campus seja sobretudo dedicado às novas tecnologias e ao desporto motorizado, até para aproveitar a mais-valia que considera ser a existência no concelho do Autódromo do Algarve.
CCDR tenta financiamento comunitário para projeto
Posteriormente, Isilda Gomes adiantou ao Portimão Jornal que o terreno em causa se situa no Barranco do Rodrigo, para onde, em tempos, esteve prevista a construção de um complexo desportivo, comercial e residencial.
A autarca diz que “desanexámos as áreas e disponibilizámos a que era para equipamentos – complexo desportivo e comercial – para nela ser construído um campus universitário”.
A disponibilização do espaço foi comunicada ao reitor da Universidade do Algarve há cerca de três meses, no decorrer de um encontro que envolveu todo o executivo camarário.
De acordo com Isilda Gomes, o responsável máximo pela instituição algarvia de ensino superior “viu isso com muito bons olhos, disse que ia trabalhar no dossier, de forma a apresentar uma proposta, e estamos a aguardar por ela para que se possa começar a transformar este sonho em realidade”.
Mas para que isso aconteça, para além do terreno, é preciso muito dinheiro. Uma parte dessa verba deve ser canalizada através de fundos comunitários, uma vez que, garantiu o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, José Apolinário, “defendemos que no Plano Operacional Regional seja possível colocar uma verba para o campus universitário de Portimão”.
O documento deverá, em princípio, estar concluído até final de setembro e, a partir daí, ficará então a saber-se se será possível obter esse financiamento, bem como o seu valor. Mas, seguramente que não será suficiente para a construção do campus, pelo que a autarquia portimonense, para além do terreno também poderá avançar com uma parte da verba.
Isso mesmo foi assumido por Isilda Gomes, que se mostrou convencida que, “entre o Governo central, a Câmara e o dinheiro que pode vir da Europa conseguiremos, seguramente, arranjar as verbas necessárias para construir o campus universitário”.
Mais uma startup em Portimão
Outra das novidades dadas pela presidente da Câmara é que o concelho vai passar a dispor de mais uma incubadora de empresas. Há vários espaços que estão a ser analisados para se verificar qual é o que tem melhores condições para albergá-la, devendo a decisão final ser tomada a muito curto prazo. O que é certo é que ficará sediada no centro da cidade.
Entretanto, provavelmente já nas próximas semanas deverá ser instalado nas renovadas instalações da antiga lota um espaço de co-working, devidamente apetrechado para funcionar como local de trabalho pontual ou permanente de vários empreendedores.
Estes dois equipamentos virão complementar o trabalho que tem sido levado a cabo pela StartUp Portimão, que funciona nas instalações do Autódromo Internacional do Algarve, ao longo destes cinco anos.
O responsável operacional por aquele espaço, Luís Matos Martins, fez um balanço muito positivo, destacando as 211 iniciativas que foram realizadas, as cerca de 300 horas de formação que foram dadas e o facto do espaço ter sido visitado por mais de mil pessoas.
Nesta altura, a incubadora acolhe 25 empresas e empreendedores, que são responsáveis por 32 postos de trabalho. Isso significa que a lotação está completa, mas houve alturas em que até foi ultrapassada, pois, para receber todos os que ali queriam trabalhar, “tivemos de colocar secretárias nos corredores”.
Para o futuro, Luís Matos Martins referiu que as prioridades passam pela dinamização de iniciativas fora da incubadora com maior envolvimento de ‘players’, pela continuação da aposta no empreendedorismo jovem, através de parcerias com as escolas e as universidades, e pela atração de um maior número de empreendedores estrangeiros.