Conheça alguns rumores e boatos da política do nosso Algarve
Autarca faz manifestação à porta do gabinete de António Costa
A defesa de melhores condições na prestação do serviço público de saúde no Algarve e, em especial, em Portimão, foi uma das grandes bandeiras de Isilda Gomes enquanto candidata à presidência da Câmara de Portimão, em 2013. Atacou forte e feio a administração hospitalar e o Governo, participou em manifestações e até recorreu aos tribunais.
Desde que o Governo mudou, acusa, recorrentemente, a oposição local, a agora presidente da Câmara de Portimão deixou de ter o mesmo fervor reivindicativo, apesar de pouca coisa ter mudado para melhor nos hospitais algarvios.
Numa das últimas sessões da Assembleia Municipal, o assunto voltou à baila, o que provocou alguma irritação na autarca. Procurando pôr os pontos nos is, Isilda Gomes assegurou que continua muito empenhada no assunto. Inclusivamente, garantiu não ter deixado de participar em manifestações a favor da saúde dos algarvios. Só que, informou, agora leva-as a cabo em frente aos gabinetes do 1º ministro e do ministro da Saúde. Embora com pouca adesão – apenas uma pessoa – e sem cartazes, Isilda Gomes mostra-se convencida que as manifestações que, clandestinamente, tem promovido vão, em breve, ter resultados muito positivos para os algarvios.
Esqueceram-se das carteiras
Quando se lança ou inaugura uma obra de alguma importância há a tradição de enterrar umas moedas junto à mesma. Isso mesmo aconteceu na recente inauguração das obras de recuperação da Torre da Lapa, no concelho de Lagoa.
É certo que ainda houve alguém que sugeriu que, tendo em conta a importância histórica do equipamento – a torre funcionou em tempos idos como um posto de vigia contra a infiltração de piratas e inimigos em território algarvio – em vez de moedas fossem enterradas algumas notas. Infelizmente, e por azar, parece que toda a gente se tinha esquecido da carteira em casa. Depois de muito mexerem e remexerem nos bolsos, o melhor que conseguiram arranjar foram duas moedas de um cêntimo…
Há que poupar nas cadeiras
Os resultados líquidos consolidados da Câmara de Portimão em 2017 ascenderam a quase 22 milhões de euros, “o melhor resultado de sempre”, congratulou-se Isilda Gomes. Ao ouvir isso, os poucos cidadãos que assistiam aos trabalhos da Assembleia Municipal mostraram a sua satisfação. Com tantos milhões de lucros esperavam que a Câmara tivesse finalmente condições para substituir as cadeiras desconfortáveis que tem no salão nobre e que ‘rebentam’ com as costas de qualquer pessoa.
Mas, afinal, parece que isso não vai acontecer, pois a autarquia não quer correr o risco de voltar a pôr em risco as suas finanças. Pode ser que, pelo menos, com as suas manifestações junto do 1º ministro e do ministro da Saúde, Isilda Gomes consiga que coloquem no Hospital de Portimão um médico especialista que trate das costas a quem assiste às sessões da Assembleia Municipal.
No centro do poder
No imobiliário é sabido que uma casa bem localizada tem um valor muito superior a outra situada num local bem menos agradável. Na política também é um pouco assim. Quem aparece ao lado de quem tem verdadeiro poder aumenta a sua cotação política. Por isso é que quase existem batalhas campais para aparecer na fotografia ao lado ou logo atrás de um governante ou líder partidário.
O mesmo princípio se aplica à localização dos gabinetes dos vereadores: quanto mais perto estiverem do presidente ou do vice-presidente, maior importância e poder político têm. Por essa razão deve ter sido uma boa notícia para o vereador da Câmara de Lagos Luís Bandarra a criação do cargo de secretário-geral da Associação de Municípios Terras do Infante, que foi entregue ao ex-presidente da Câmara de Aljezur José Amarelinho. Para o homem exercer essas funções foi preciso arranjar-lhe um espaço no edifício da autarquia lacobrigense e, de forma aparentemente generosa, Luís Bandarra cedeu-lhe o seu gabinete.
De forma menos generosa, logo garantiu um outro gabinete para si próprio, este situado paredes meias com o do vice-presidente, passando, assim a estar bem no centro do poder autárquico.
Muitos chefes, poucos ‘índios’
As câmaras e juntas de freguesia algarvias parecem andar em fase de engorda… de funcionários. Nos últimos tempos têm sido mais que muitos os concursos lançados para a contratação de pessoal, uma tendência que deverá continuar nos próximos tempos. Quanto mais não seja porque muitos dos postos de emprego agora disponibilizados não vão ser preenchidos uma vez que – não sei se alguém avisou as autarquias disso – no Verão, no Algarve, praticamente toda a gente está a trabalhar pelo que, se calhar, não foi grande ideia terem lançado os concursos agora.
A esmagadora maioria das ofertas de trabalho destina-se a assistentes operacionais, ou seja, a pessoal que se dedique a tarefas de canalização, limpeza, carpintaria e outras que tal. Como, nesta altura, parece que as câmaras estão cheias de chefes, convém agora, que já há certa folga financeira, que se tente arranjar alguém para trabalhar.
Trabalho extra para os Bombeiros
Os Bombeiros algarvios, nos últimos tempos, não têm tido mãos a medir. Na base do problema não está apenas o aumento substancial do número de incêndios, de acidentes ou de outro tipo de emergência. As dores de cabeça apareceram desde que foram colocados radares fixos em estradas algarvias. Como é normal, quando vão em serviço de emergência com grande frequência os soldados da paz ultrapassam a velocidade máxima permitida em cada troço de estrada.
Como consequência, têm chegado autênticas resmas de notificações aos quartéis da região, o que obriga a um permanente processo burocrático das corporações para justificar a necessidade de cada excesso de velocidade e assim evitar multas. Com os braços cansados e calos nos dedos de assinarem tanto papel, alguns comandantes já admitem contratar pessoal só para aquela tarefa.