Esperança de Lagos comemorou 112 anos

Texto: Hélio Nascimento | Foto: D.R.


O Esperança de Lagos comemorou o seu 112º aniversário a pensar no futuro próximo, procurando abrir horizontes e cativar adeptos, sejam jovens ou estrangeiros residentes, na linha do que o presidente António José Alves anunciou no discurso.

“Já a partir desta época, o Esperança vai franquear as portas do estádio para os jogos em casa a todas as crianças e jovens que estudem no concelho de Lagos, alargando essa oferta a mais um elemento da família quando se tratam de crianças que frequentem o pré-escolar, ou primeiro, segundo e terceiros ciclos de ensino”, disse o dirigente, apostado em dar novo rumo à coletividade.

“Paralelamente, iremos até final do ano civil de 2024 enviar para as Escolas de Lagos um desafio para que, no âmbito da disciplina de Educação Visual e Desenho, seja criado um concurso com o objetivo de desenhar uma mascote do clube, que em breve desejamos poder levar às escolas, acompanhada por atletas do Esperança, no sentido de criar, desde cedo, vínculos emocionais e duradouros com os lacobrigenses de amanhã”, prosseguiu António José Alves, perante uma plateia de cerca de 250 pessoas.

Um clube, uma cidade
A festa contemplou homenagens e discursos, prémios e espetáculos musicais, numa gala que reuniu várias individualidades, atletas e adeptos.

De resto, o slogan ‘Um clube, uma cidade’ constituiu o mote para uma noite memorável, quiçá inédita na história centenária do Esperança. O tributo a Fernando Cabrita foi um dos momentos altos da noite, sobretudo graças ao documentário exibido, que mostrou toda a dimensão de um homem que dignificou o clube e a cidade durante uma carreira ímpar.

Na altura em que se completa dez anos da sua morte e 40 da saga dos Patrícios no Euro-84, Cabrita foi recordado pela sua ligação ao Esperança de Lagos, onde começou a jogar e viria a terminar o seu percurso então já como treinador, e pelo elevado nível de humanismo.

Como jogador, recorde-se, alinhou ainda no Olhanense, Covilhã e Portimonense, tendo sido internacional, e, como técnico, conheceu momentos de exceção ao serviço do Benfica e da Seleção Nacional, com o terceiro lugar no Euro-84.

A gala teve outro documentário, evocando a fundação do Esperança, o seu primeiro título (1940), o primeiro título do Algarve (1970), o de campeão nacional da III Divisão (1983), o tri no Distrital (2019) e o nascimento do futebol feminino (2021).

O fado e a atuação do Grupo Coral de Lagos animaram igualmente a gala, servindo até para intercalar com os muitos prémios distribuídos, nomeadamente a Renata Cruz, Catarina Cuíça, no futsal, Gonçalo Bigodinho e Herlander Tomé, no futebol, modalidade em que os também jogadores Nuno Alves, pela dedicação de 20 anos ao clube, e Chico Batista, que na época passada marcou o golo 100 pela equipa principal, foram ‘personalidades’ em foco. Outra grande ovação da noite foi para o massagista Francisco Sequeira, que vai nos 40 anos de atividade.

A terminar, António José Alves fez ainda o ponto da situação da atualidade do clube. “O Esperança de Lagos vive tempos complexos, dividido entre a necessidade de cumprir os requisitos financeiros para se manter estável e seguro e a imperiosa obrigação de manter, junto da nossa comunidade, uma oferta desportiva digna dos pergaminhos do clube, sobretudo na área da formação onde, recorde-se, mais de 400 atletas de ambos os sexos, dos 4 aos 60 anos, praticam futebol e futsal, numa clara demonstração da importância social que o Esperança demonstra”.

Hugo Pereira, presidente da Câmara de Lagos, Reinaldo Teixeira, presidente da Associação de Futebol do Algarve, e Custódio Moreno, diretor regional do Instituto Português do Desporto e Juventude, também estiveram presentes.

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