Espetáculo ‘O Misantropo’ vai ser apresentado em Portimão, no encerramento dos Outonos do Teatro

Créditos fotográficos: Filipe Ferreira

O projeto ‘Odisseia Nacional’, do Teatro Nacional D. Maria II, marca o encerramento dos Outonos de Teatro 2023, em Portimão.

Assim, nos dias 25 e 26 de novembro, o coletivo artístico PELE – Associação Social e Cultural vai desenvolver o projeto ‘Cartografia dos Desejos’, um espaço e tempo de reflexão marcado por dois momentos, ambos a ter lugar nas atuais instalações do Sporting Glória ou Morte Portimonense, localizadas na Rua do Impasse à Rua do Poeta António Aleixo, no 1.º andar do edifício onde funcionou o antigo Mercado da Av.ª 25 de Abril.

‘Cartografia dos desejos’ propõe um exercício do simbólico com os diferentes grupos de Portimão, estando a primeira ação, composta por um laboratório de ativação, agendada para 25 de novembro, entre as 14h30 e as 17h30.

O laboratório é dirigido a pessoas de todas as idades, que terão ao dispor um espaço de criação artística e exercício de cidadania, a partir do ato coletivo de desejar e esperançar, devendo as inscrições, gratuitas e obrigatórias, ser feitas através do email reservas.pele@gmail.com

No dia seguinte, das 15h00 às 17h30, terá lugar uma apresentação e conversa a partir das experiências desenvolvidas no laboratório de 25 de novembro e nos encontros com os diferentes grupos da comunidade: Centro Comunitário do Pontal, Escola Secundária Poeta António Aleixo e Escola Básica do Pontal, com entrada livre.

Este projeto convoca os protestos dos desejos inconscientes e conscientes, como processo de construção coletiva de outro devir — esse movimento orgânico e permanente de passagem da potência ao ato — e perspetiva os desejos individuais e coletivos como ativação e inspiração para a ação cívica e política. 

A PELE é uma estrutura cofinanciada pela República Portuguesa – Cultura / Direção Geral das Artes, contando esta produção com direção artística de Maria João Mota, Francisco Babo e Júlia Medina, cenografia de Fernando Almeida e texto de Júlia Medina.

A importância de comunicar

Segue-se o espetáculo ‘Falas estranhês?’, a apresentar nos jardins de infância do concelho em 29 e 30 de novembro, enquanto a atuação do dia 2 de dezembro destina-se às famílias e terá lugar na Quinta Pedagógica de Portimão, a partir das 11h00.

Criado para o público infantil por Inês Fonseca Santos e Maria João Cruz, com encenação de Catarina Requeijo, o espetáculo ‘Falas estranhês?’ tornará familiares palavras como “comboiétski” e “platorum”, entre outros vocábulos quase impronunciáveis, pois o objetivo é provar aos mais pequenos que não existem barreiras para a comunicação.

Segundo a sinopse, três pessoas encontram-se. Não são do mesmo lugar, nem têm a mesma língua. Podia não ser fácil comunicar, mas há muitas maneiras de nos fazermos entender e de tornarmos o estranho familiar. Há sons, gestos e sentimentos universais capazes de desfazer todos os equívocos e de nos fazer rir com o que soa diferente. O importante é que haja alguém disposto a aprender estranhês. 

De referir que a atuação na Quinta Pedagógica tem entrada gratuita, mediante inscrição até às 17h00 de 30 de novembro, através do telefone 282 248 595 ou do email quinta.pedagogica@cm-portimao.pt, estando este espetáculo integrado no projeto Boca Aberta e no programa Frutos da Odisseia Nacional, uma iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II em parceria com o Plano Nacional das Artes.

‘O Misantropo’ encerra programação

Ainda no âmbito da Odisseia Nacional, o derradeiro espetáculo dos Outonos de Teatro também se realizará a partir das 21h00 de 2 de dezembro, desta vez no TEMPO – Teatro Municipal de Portimão, cujo palco principal vai receber ‘O Misantropo’, por Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares, a partir do clássico de Molière, expoente da dramaturgia mundial, escrito em 1666.

É noite de estreia e ‘O Misantropo’, de Molière, vai ser representado pela primeira vez em Portugal perante o Rei e toda a corte, sendo que o espetáculo ainda não está pronto. Há um grupo de atores, juntos por misteriosas e diversas razões, com os nervos à flor da pele, dispostos a muito – ou a tudo – mesmo antes de se ouvirem as pancadas de Molière. Há um homem que tem aversão aos seres humanos, que não gosta da convivência social, que é melancólico, insociável, misantrópico, mocho, bufo. Há, acima de tudo, o desejo fervoroso de frequentar a corte e agradar o monarca.

Com encenação de Mónica Garnel, a peça será interpretada por Ana Guiomar, Inês Vaz, Joana Bernardo, João Vicente, José Neves, Manuel Coelho, Manuel Moreira e Mário Coelho.

Os bilhetes custam 10 euros e podem ser adquiridos na BOL e na bilheteira do TEMPO.

Democracia cultural

A Odisseia Nacional do D. Maria II está a percorrer o país desde janeiro passado, altura em que o teatro encerrou para obras de requalificação. 

O projeto, composto por centenas de propostas, desenvolvidas em parceria com 93 concelhos de todas as regiões de Portugal continental e ilhas, tem abrangido locais onde já se verifica uma forte dinâmica criativa, mas também é catalisador de atividades em comunidades com menor acesso às práticas artísticas, contribuindo para o desenvolvimento da democracia cultural.

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