“Há pessoas que ainda hoje não me conseguem chamar padre Nuno”

Nuno Coelho é de Carvoeiro e é o padre responsável pela paróquia da Nossa Senhora da Luz, em Lagoa, bem como pelas da Mexilhoeira da Carregação e do Parchal. Tem 44 anos e retornar ao seu concelho, agora como pároco, foi um acaso. Há um ano que está na Matriz da cidade, onde tem visto a covid-19 colocar à prova a população, naquela que descreve como uma Sexta-feira Santa constante.

Qual foi o seu percurso?
Foi o normal, como o de qualquer jovem. Andei na catequese que, mais tarde, deixei, mas à qual voltei depois. Fui crismado, fui catequista e acólito, mas não foi por aí que me senti chamado. Tive uma vida normal, namorei, trabalhei na Câmara Municipal de Lagoa. Estava na secção de limpeza quando saí. Aos 26 ou 27 anos, o padre Rui Barros convidou-me para um encontro no Seminário durante a ‘Semana Santa’. Já antes, num convívio fraterno, houve ali um toque de Deus, mas fui fazendo uma vida normal. Naquela ‘Semana Santa’ é que as coisas se transformaram. Ainda assim, continuei a trabalhar. No ano seguinte, o reitor do Seminário, na altura o padre Mário de Sousa [pároco na Matriz de Portimão], telefonou-me a dizer que contava comigo para o encontro da ‘Semana Santa’. Disse-lhe que não podia, que tinha de ajudar na paróquia, ao que ele respondeu muito rápido: ‘Está bem, mas depois quando entrares no Seminário como fazes?’. Aquela pergunta ficou a tocar cá dentro e foi, a partir daí, que tomei a decisão de ir para o Seminário.

“O regresso a Lagoa? Segundo
o Evangelho, ninguém faz milagres
na sua terra! Sempre disse ao Dom
Manuel Neto Quintas, o nosso bispo
na Diocese do Algarve, que estaria
onde a igreja precisasse de mim”

Nunca foi, portanto, um desejo antigo?
Não, nunca foi um objetivo de criança ser padre. Surgiu naquela altura, naquele momento. Deus toca-nos nos momentos certos e nunca é tarde para nos chamar.

Isso foi há quanto tempo?
Tenho 44 anos, há quase 20, tendo em conta o percurso e a ordenação.

É responsável pela paróquia da Nossa Senhora da Luz em Lagoa. Sente-se satisfeito por ter vindo para cá?
É assim, segundo o Evangelho, ninguém faz milagres na sua terra! Sempre disse ao Dom Manuel Neto Quintas, o nosso bispo na Diocese do Algarve, que estaria onde a igreja precisasse de mim. Quando somos ordenados, uma das perguntas que o bispo Dom Manuel nos faz, durante o rito, é se prometemos obediência e reverência. Essa pergunta sempre fez eco no meu coração e, por isso, sempre me regi por essa obediência. O bispo diz-me ‘preciso de ti aqui’. Posso até nem concordar, mas vou por obediência para onde ele me pede. E foi assim que vim para cá. Nunca foi um desejo vir para a própria terra, mas vim por necessidade da igreja.

Foi uma vantagem para si, para adaptar a mensagem, o facto de ter tido uma vida normal?
É provável que sim. Como vivi os problemas do dia a dia, trabalhei e tive algumas dificuldades, muitas das vezes, percebo as situações que as pessoas atravessam. Isso vai também na sensibilidade de cada um.

Teve dificuldades quando chegou a Lagoa?
Aqui em Lagoa, propriamente dito, sim. Tive algumas dificuldades de aceitação, porque é a tal questão, conhecem-me desde sempre. ‘Agora ele vem para aqui mandar, é padre, é novo’.

Houve preconceito?
O preconceito a nível de não aceitar bem ideias diferentes… Havia pessoas que tinham o estatuto de orientar as situações, mas quando entra um padre novo, todos esses estatutos caem. É mesmo do direito canônico. Não substitui muitas pessoas, trabalho com quem quer realmente trabalhar e levar para a frente um projeto novo e diferente.

Qual é a realidade dos jovens neste momento?
É difícil, não só pela pandemia, mas também porque viviam muito em função de perfazer etapas e depois seguir caminho. Está a ser complicado reverter essa situação, mas vamos partindo pedra sobre pedra.

O que se recorda da sua infância cá?
Um miúdo rebelde, porque não gostava de vir à catequese (risos). Parece um contrassenso… Uma das coisas que me recordo, julgo que se passou na altura da profissão de fé, foi de fugir à confissão. Vim a muito custo confessar-me. Era muito rebelde. Quando fiz a profissão de fé, depois, estive muitos anos sem voltar à igreja, porque morava no campo e como tinha de vir a pé para Lagoa, era uma ‘chatice’. A brincadeira com os amigos era melhor, depois, algumas catequistas, eram velhinhas, tínhamos que ali estar e não fazer barulho. Lembro-me dessa criança rebelde…

Também tentou mudar essa forma de catequese?
Algo que transmiti às catequistas é que devem ser elas próprias. Sempre lhes pedi que fossem elas mesmas, que não se agarrassem muito aos livros e aos guias, mas que ensinassem a partir do coração e que as crianças pudessem também ser elas próprias. Sempre lhes disse, por exemplo, que prefiro que venham à igreja mostrar onde está Jesus, em vez de estarem numa sala fechados. Aquele tem de ser um momento onde eles possam sentir alegria de estar ali e isso faz-se a partir da experiência pessoal.

Recorda-se de como foi a sua primeira missa cá?
Foi logo no dia a seguir a ser ordenado, no dia 29 de junho de 2013, aqui. Foi muito gratificante poder celebrar quase de imediato, ainda que estivesse um pouco nervoso. No entanto, sentia o apoio dos padres que me acompanharam, principalmente, os que foram meus padrinhos de ordenação, o padre Zé Nunes e o padre Aquino. Sentia, sobretudo, que este celebrar Cristo é aquilo que nós somos. Hoje ainda me pergunto como é possível, sendo eu frágil e também pecador, trazer a este altar Jesus no sacramento da Eucaristia. O voltar e ser padre na paróquia que me viu crescer e nascer é um misto de responsabilidade. Um filho que se torna pai, e, às vezes, não é fácil ser filho da terra e ter de ser pai, pastor daqueles que cá estão, mas faço isso com alegria. É caminhar com aqueles que me viram crescer.

Também lhe chegam à missa aquelas pessoas que se lembram de si em pequeno?
Há pessoas que ainda hoje não me conseguem chamar padre Nuno. Quando estou com outras pessoas à volta esforçam-se e é ‘padre Nuno isto’, ‘padre Nuno aquilo’. Mas quando estou sozinho com elas é ‘oh Nuno isto, ‘oh Nuno aquilo’. Acho engraçado. Os jovens, esses, não têm cá problemas. Tratam-me por Nuno e eu não me pareço mal com isso.

Já lhe aconteceu algo insólito no seu percurso?
Numa missa, no Rogil, uma pequenita andava de um lado para o outro. Lá tinham a noção de que o padre era ‘papão’ e não gostava de crianças. Ela andava pela igreja e eu disse que a deixassem andar à vontade, desde que não fosse para a rua. Dali a um bocadinho ela estava ao pé de mim. Peguei nela, sentei-a ao colo e ela ficou muito contente o tempo todo. Faço muito isso com as crianças. Uma peripécia, que fosse algo mais desastroso, não me aconteceu. Às vezes, engano-me, mas tenho um acólito aqui que está sempre atento e que diz logo que me esqueci… É esta convivência que se vai tendo, que ajuda também a aprender, porque o padre não sabe tudo e vou aprendendo todos os dias.

Apoio a famílias aumentou
Sendo um homem ligado à fé, como tem lidado com a pandemia?
Por um lado, com alguns receios, sobretudo pelas dificuldades que esta pandemia tem colocado na vida das pessoas. Para mim, não é tanto o contágio, mas o que está para lá do contágio.

Qual é a realidade atual?
A nível económico estamos a ver que está cada vez mais difícil. Estão a surgir cada vez mais carenciados. Neste momento, a paróquia, através do grupo sócio-caritativo, já apoia mais de 40 famílias e todos os dias aparecem mais a precisar de auxílio. Nós, em colaboração com o município e com outras entidades, vamos fazendo o possível para ajudar e chegar ao máximo de pessoas.

A covid-19 também coloca as pessoas à prova?
Há algum receio, mas também vi que, quando houve o primeiro confinamento e a igreja foi a primeira a cancelar as celebrações das eucaristias, houve para algumas pessoas dor. Foi duro não poder celebrar a fé. Quando reabriu, no início, houve ali dois ou três domingos, em que estavam quase a medo. Pelo menos, na minha realidade de Lagoa, Mexilhoeira da Carregação e Parchal. Depois perceberam que era seguro estar na igreja. Temos todos os lugares marcados, asseguramos os distanciamentos e, à porta, temos sempre uma equipa que ajuda a orientar os lugares, a garantir a desinfeção das mãos e a colocação correta da máscara. Tem sido uma descoberta e uma redescoberta da fé também.

Têm-se agarrado mais à fé e à esperança?
É difícil gerir emoções. As pessoas que vão despertando para a fé percebem que o vírus não é obra de Deus. No entanto, Deus, até nas situações menos boas, aproveita, digamos assim, para nos ajudar a compreender a beleza do amor que tem por nós. É alguém que caminha a nosso lado e que nos orienta.

Mas a covid-19 teve esse aspeto positivo de recordar que é necessário ajudar o próximo?
Tem as duas vertentes. Por um lado, vemos que há muitos que se preocupam com o outro. Colocámos à entrada dois cestos e pedimos às pessoas que apoiem com aquilo que entenderem, incentivando a partilha. Não controlamos, pois cada um dá o que pode e se puder. Pode ser só um pacote de arroz. E houve um acréscimo quase diário. Sempre que a igreja está aberta, as pessoas trazem bens. Por outro lado, devido ao cansaço de estar fechado e a esta incerteza que, muitas vezes, nos é apresentada pelo Governo, em que parece que não sabe em que pé está, muita gente ficou destabilizada e destabilizou também para a irresponsabilidade. Há pessoas a baixar os braços. No primeiro confinamento tiveram muito medo e seguraram-se. Quando as estruturas superiores passaram quase a ‘deixar andar’, as pessoas deixaram de se preocupar. Vimos o aumento brutal dos casos depois do Natal e do Ano Novo. Foi culpa da irresponsabilidade. Mas vamos imputá-la a quem? Ao Governo, a este ou àquele? A responsabilidade é de todos nós. Sempre tentei apelar para a necessidade desse cuidado que temos que ter uns com os outros.

Como serão as missas depois?
Quando desconfinarmos julgo que será como no ano passado. Nós não estamos impedidos de celebrar. Foi uma decisão da Conferência Episcopal, porque a igreja olha para a vida como um dom. E se continuássemos a celebrar seria um contrassenso, porque correríamos o risco de ser promotores dessa propagação. Acho que ao desconfinarmos será com a mesma segurança que fizemos até aqui.

Houve um aumento recorrente de pedidos de ajuda?
A responsável do sócio-caritativo informou que, no ano passado, ajudávamos por mês cerca de 30 famílias. No Natal houve um aumento substancial e a auxiliámos mais de 60. No mês de janeiro apoiámos 40 e este mês já apareceram mais. Todas as semanas aparece uma ou duas a pedir auxílio, sobretudo a nível da alimentação.

É um apoio só para quem frequenta a igreja?
Não, pois nós não olhamos a credos, nem a raças. Quem precisa de apoio e que se dirija ao sócio-caritativo da paróquia será apoiado, mediante todos os trâmites legais normais. E nisso, a responsável tem sido uma lutadora para que seja igual para todos. Quando uma pessoa chega, à partida, é-lhe logo dado um cabaz de alimentos para que possa fazer face às dificuldades mais urgentes. O que se faz depois é cruzar os dados com todas as outras instituições, porque sabemos que há alturas em que, mesmo assim, há quem se tente aproveitar das situações. E o que queremos é que a ajuda chegue a todos e a quem realmente precisa. Se uma pessoa está a receber do lado A e vai receber ao lado B, recebe duas vezes e há alguém que não recebe de lado nenhum. Essa é a nossa luta.

São mais famílias… da classe média?
Estão a chegar pedidos de apoio de pessoas que estavam numa situação financeira boa, estável, mas que agora se veem em grandes dificuldades. O pior são os que se escondem, porque têm vergonha de pedir.

A tal pobreza envergonhada?
Sim. E essa é a que mais me preocupa. Por isso, apelo sempre para que, quando se apercebam que há uma família com necessidades, nos digam, porque se a pessoa não vem até nós, vamos nós até ela para falarmos e tentarmos perceber como ajudar.

Tem-lhe chegado muitos casos assim?
Alguns.

Qual é a área de influência deste apoio?
Agimos sobretudo na área da paróquia da Nossa Senhora da Luz, mas se houver alguém de uma paróquia vizinha que necessite, faz-se esse cruzamento de dados para que esse apoio chegue.

Mencionou também o Parchal e a Mexilhoeira da Carregação?
São outras paróquias, mas também estamos a apoiar nessa zona, ainda que aqui seja muito mais.

Chega-lhe a necessidade de apoio psicológico aos mais idosos?
Para já não temos essa estrutura. Como padre, sim, ainda que não sejam muitos porque a igreja está confinada. Estou a pensar voltar a abrir a igreja para que possam cá vir rezar sozinhos. A celebração da eucaristia é feita sem presença de fiéis, mas queria ter a porta aberta para quem necessitar de rezar, de se confessar ou apenas conversar. Estarei disponível mesmo por telefone.

Uma igreja em renovação
As pessoas têm vindo a perder a ligação à religião?
Há fases que são quase cíclicas. Há alturas em que alguns jovens chegam a um determinado momento, como a receção dos sacramentos, e depois partem. Isso parte também da forma como lhes é incutida e transmitida a fé, pelos catequistas, pelo padre e pela família. A fé não é algo que se adquire, como um produto no supermercado. É um dom, uma oferta que Deus faz, mas tem de ser alimentada. Por outro lado, tem a ver com a forma como se transmite a mensagem. Se for mais dura, austera, as pessoas fogem, se é muito ligeira também as afasta porque não lhes diz nada. Tento ter um meio termo. Um dia perguntaram-me como cativava os jovens. Não faço nada. Anuncio Cristo na sua forma mais plena. Tenho uma ligação forte com eles, estou sempre disponível, principalmente para os mais pequenos. É algo de que sinto falta, porque desde o confinamento em março que, aqui em Lagoa, não retomamos a catequese. Sempre que o íamos fazer, os casos aumentavam ou havia turmas em isolamento na escola… Alguns ainda vieram à missa com os pais e, para mim, era uma alegria. Gosto de dialogar com eles. Nas homilias, quando há crianças faço sempre perguntas aos miúdos. Eles ficam presos e respondem. Não se sentem diminuídos e integram a celebração litúrgica.

Ajuda também a passar a mensagem aos mais velhos?
Se os miúdos percebem, os mais velhos também percebem… Não uso uma linguagem de ‘criancice’, mas é uma linguagem que chega a todos. Nas homilias falo muito daquilo que é o dia a dia, os problemas das comunidades.

A igreja tem vindo a adaptar-se à evolução da sociedade?
Sim, a igreja sempre se adaptou. Ainda que, muitas das vezes, de fora, digam que ficou fechada e que está muito fechada em si mesmo.

Há assuntos em que não podem ir contra as bases…
É verdade. Há também situações que são vistas caso a caso. Estamos a falar de pessoas e não pode tudo ser tratado da mesma forma. A igreja é constituída por pessoas e não somos todos iguais. A base é esta, não podemos fugir, mas há sempre uma forma de lidar com as situações.

Os jovens padres estão a trazer algo de novo à igreja?
Sim, cada um na sua forma de ser traz sempre algo de novo. Há riscos de alguns quererem viver algo que eles próprios não viveram, na questão dos ritos e do ritualismo. Às vezes, é um risco, mas trazem sempre algo novo quer para a igreja quer para a sociedade e comunidade.

Este Papa foi uma lufada de ‘ar fresco’ para quebrar preconceitos e mentalidades?
E para chegar mais longe! Os últimos três Papas foram todos diferentes, mas acho que há uma sequência em todos eles. O João Paulo II foi o que abriu e ‘escancarou’ as portas. Bento XVI veio arrumar muitos aspetos, porque ao contrário do que as pessoas julgam é um homem humilde e simples. O passo que ele deu, de sair por não conseguir levar o barco como deveria, foi um ato de humildade muito grande. Já o Francisco é aquela pessoa terra a terra, do contacto com as pessoas e do falar sem preconceitos. Diz o que tem a dizer de forma simples e isso tem levado a mensagem a muitos, crentes e não crentes. O gesto que ele teve, quando sobe a Praça de São Pedro vazia, tocou muitas pessoas. Uma igreja vazia, mas cheia.

Ele é um símbolo da igualdade?
Ele trouxe muito essa questão, mas também é uma pessoa que pondera muito bem e faz, não segundo as ideias de muitos, mas segundo o Evangelho.

Lagoa passará a ter Cáritas da Igreja da Nossa Senhora da Luz

A constituição da Cáritas Paroquial da Igreja da Nossa Senhora da Luz de Lagoa já está a avançar. Será uma Instituição Particular de Solidariedade Social que dará autonomia para chegar mais longe. O apoio sócio-caritativo é prestado pela Conferência São Vicente de Paulo, que pediu para que a paróquia efetuasse esta mudança. Só falta, segundo o Padre Nuno Coelho, chegar a homologação dos estatutos por Dom Manuel Quintas, bispo do Algarve, para depois regularizar a IPSS na Segurança Social e nas Finanças. Quem é apoiado na atualidade continuará a sê-lo pela Cáritas, quando estiver constituída, pois uma entidade substitui a outra.

Um percurso pelo Algarve que ditou regresso a Lagoa

O atual padre da Paróquia da Nossa Senhora da Luz nasceu em Carvoeiro, tem 44 anos, e há quase 20 descobriu a vocação, depois de ter tido uma juventude normal. Quando sentiu o apelo, foi frequentar o Seminário em Évora, onde esteve seis anos. Nos últimos dois, foi para a Católica para complementar o curso e terminar o Mestrado Integrado em Teologia. Quando acabou a formação foi estagiar para Quelfes, em Olhão, onde esteve um ano. Foi ordenado a 28 de junho de 2013 e, daí ficou responsável pelas paróquias de Sagres, Vila do Bispo e Raposeira. Ao fim de um ano, o bispo mandou que se mudasse para a paróquia de Aljezur, Odeceixe e Bordeira. Após dois anos acumulou, de novo, as três paróquias que já tinha tido no concelho de Vila do Bispo, substituindo o padre que lá estava antes. No ano seguinte, contou com a ajuda de outro pároco, ainda que fosse Nuno Coelho o responsável pelas seis paróquias. Durante dois meses acumulou ainda três paróquias de Monchique. “Foi uma correria”, conta. Quando a situação foi regularizada, ficou apenas com Aljezur, onde no total esteve cinco anos, mas depois pediu ao bispo Dom Manuel para sair de lá. “Foi daí que vim para a Mexilhoeira da Carregação e para o Parchal, para substituir o padre Domingues, que havia falecido. Acumulei com Lagoa, quando o padre Zé Nunes saiu devido à idade”, concluiu.

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