Lagoa foi o segundo concelho que mais água poupou no Algarve
Entre janeiro a agosto deste ano, o município de Lagoa foi o segundo no Algarve que mais água poupou, cerca de 15,8%, face ao consumo médio registado no período homólogo de 2023, apenas sendo superado por Alcoutim, com 21,65%.
Os dados foram revelados a 20 de setembro, na reunião da Subcomissão Regional da Zona Sul da Comissão de Gestão de Albufeiras, realizada na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) Algarve, em Faro, que contou com a presença da ministra do Ambiente, Graça Carvalho.
No relatório da Águas do Algarve sobre o fornecimento às entidades gestoras em baixa, foi possível verificar que o município de Lagoa reduziu o consumo de água em 15,86%, de janeiro a agosto de 2024, e atingiu uma taxa de 66% em medidas implementadas para a redução do consumo.
Castro Marim (13,41%), Monchique (12,47%), Vila do Bispo (12,31%), São Brás de Alportel (11,70%), Silves (10,97%), Albufeira (10,56%) e Olhão (10,02%) foram os restantes municípios que cumpriram o objetivo dos 10% de poupança.
“Quero salientar os esforços feitos pelo setor agrícola, que reduziu os consumos em 35% face ao ano passado, superando a meta de 13% que tinha sido fixada na Resolução do Conselho de Ministros n.º 80/2024, bem como o setor turístico aderente à iniciativa ‘Save Water’, que contabilizou uma poupança de 14%, também acima da meta de 13%”, destacou Graça Carvalho.
Os ‘maus alunos’
Abaixo da percentagem de poupança (10 por cento) exigida pela Resolução do Conselho de Ministros nº 80/2024, ficaram sete concelhos. Loulé apenas poupou 8,8%, Tavira não foi além dos 7,56% e Portimão dos 7,31%. Aljezur (7,25%), Lagos (6,97%), e Vila Real de Santo António (5,12%) ficaram também longe dos objetivos definidos. O pior foi mesmo Faro, que apenas apresentou níveis de poupança na ordem dos 1,07%.
Sobre as desigualdades verificadas entre os municípios, a ministra reconheceu que “uns pouparam bastante e outros não”. Por isso, o governo decidiu manter todas as restrições estabelecidas em maio até final do ano, remetendo para a fase de apresentação do relatório final, no fim do ano, a decisão de vir a atuar junto dos municípios ou outros setores que não cumpram e de ajustar as medidas em função dos gastos e da disponibilidade de água.
Neste momento, no Algarve, as barragens estão a 35% da capacidade, com água assegurada apenas para um ano. Ainda assim, com um nível superior ao que existia em igual período do ano passado. Para já, a ministra do Ambiente garante que não haverá mais restrições.
“Estamos a investir 360 milhões de euros em projetos que vão reforçar a resiliência hídrica do Algarve, e é urgente acelerar as obras em curso ou já anunciadas, nomeadamente as destinadas a combater as perdas nos setores urbano e agrícola, a tomada de água do Pomarão e a dessalinizadora de Albufeira”, concluiu a governante.