Livro reúne memórias sobre a Rádio Portimão

Ex-radialista recolhe dezenas de depoimentos e recupera valioso espólio sonoro.

Texto: FERNANDO MANUEL VIEIRA / Foto: JOÃO CARLOS FIGUEIRAS

O Dia Mundial da Rádio, que se assinalou a 13 de fevereiro, foi aproveitado para o lançamento de uma importante obra para a memória do fenómeno radiofónico em Portimão, quando Paulo Jorge Correia juntou amigos e antigos colegas, para o lançamento do livro ‘A Rádio que ouviu Portimão’.

Foi o pretexto ideal para a recordação de momentos passados entre 1985 e 1988, enquanto durou um dos primeiros projetos ‘pirata’ da p cidade. À conversa com a Algarve Vivo, o autor explica a razão de ser deste lançamento.

Como surgiu a ideia de fazer o livro e quais os objetivos?

Após o encerramento da Rádio Portimão, na qual colaborei, decidi guardar um conjunto de cassetes como forma de, talvez um dia, recordar o que tínhamos vivido. Passados 20 anos, digitalizei o áudio que estava gravado para o oferecer ao Museu de Portimão, de forma a que essa memória gravada não se perdesse.

Como se explica o título?

Um fator que marcou esta rádio foi a vocação de ir para a rua e ouvir as pessoas. Enquanto durou, transmitiu para o éter o pulsar e o sentir dos portimonenses.

Que metodologia foi adotada?

A certa altura, senti que faltava algo e pensei num livro. É então que surge outro problema: a falta de lembranças suficientes para executar o projeto. Em conversas com amigos, como Emanuel Valente, Armando Santana, Ilídio Poucochinho e tantos outros, eles contaram a sua versão da passagem pela rádio. Foi assim que nasceu a obra, uma homenagem a quem dedicou o seu tempo à Rádio Portimão.

Foi difícil angariar apoios?

Nem por isso, pois a ideia teve boa recetividade desde a primeira hora. A nível de entidades oficiais, contámos com a ajuda das Juntas de Freguesias de Portimão, Alvor e Ferragudo, assim como das Câmaras Municipais de Portimão e Lagoa, sem esquecer as empresas Masterent, Espiridião, Hexângulo e Inforarte.

O que se poderá ler?

No fundo, é uma colagem de memórias narradas na primeira pessoa, contando com fotografias do Emanuel Valente, que também cedeu importantes elementos de som. Devo salientar que tive a sorte de gravar o relato do Álvaro Rocha, que era animador do programa de maior audiência, chamado ‘Do Mar à Terra’, uns dias antes de ele falecer.

APP

A obra contém 76 páginas e inclui um CD-Rom com áudio da época, assim como uma APP para telemóvel, a que qualquer pessoa poderá recorrer para descarregar o som da Rádio Portimão, oportunamente digitalizado.

Para o efeito, deve utilizar o respetivo QR-Code.

 

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