Loulé acolhe residência artística de projeto que visa refletir sobre o impacto das alterações climáticas na Ria Formosa
Uma reflexão sobre o impacto das alterações climáticas na Ria Formosa é o desafio do projeto multidisciplinar ‘Waterworld’, que vai estar em residência artística em Loulé, até dia 17 de maio.
Cruzando várias áreas, ‘Waterworld’ é um projeto em torno da subida das águas do mar por conta do aquecimento global. Munindo-se da força especulativa da ficção científica para responder à pergunta “Como seria viver num mundo submerso?”, o projeto parte de práticas e saberes vindos da relação das populações ribeirinhas com a água, focando-se no território da Ria Formosa.
Trata-se de uma ficção multidisciplinar, projetando mundos ficcionais, vendo que tensões e que caminhos estas ficções revelam no encontro com o lugar, construindo coletivamente narrativas precárias, incompletas, que se vão expressar enquanto instalações multimédia.
‘E se a praça for um lago?’ é o mote da residência que pretende refletir sobre de que maneira é que as nossas práticas coletivas são transformadas pela submersão. O grupo vai trabalhar a partir do texto ‘Big Splash’, de Joana Bértholo, produzido para o projeto, que vai ser musicado com o apoio de António Lourenço Menezes, para o Coro Infantil de Loulé. O resultado deste processo será apresentado em novembro de 2023, no Convento de Santo António, em Loulé.
Já nos dias 10 e 13 de maio, vão realizar-se duas conversas públicas, na Universidade do Algarve, em Faro, e na Alfaia, em Loulé, respetivamente.
‘Waterworld’ envolve a criação de objetos, de textos ficcionais, peças audiovisuais e de micro-eventos com a comunidade que vão acompanhar o processo criativo, que será condensado enquanto instalação audiovisual e plataforma online.
Ao longo de 2023, vão realizar-se mais três residências artísticas, em Montemor-o-Novo, na Culatra e em Ílhavo. O material produzido vai ser apresentado enquanto instalação audiovisual no Convento de Santo António, em Loulé.
Com os apoios da Direção-Geral das Artes e da Câmara Municipal de Loulé, o projeto tem como parceiros o Centro de Ciência Viva do Algarve, Devir Capa, Oficinas do Convento e 23 Milhas. A produção é da efabula.