Macário Correia: “Deputados algarvios na AR muito cinzentos” 

Texto: Rui Pires Santos e José Manuel Oliveira | Foto: D.R.


Que avaliação faz ao desempenho dos deputados do PSD na Assembleia da República: Luís Gomes, Rui Cristina e Ofélia Ramos?
Estão estes três deputados no Parlamento por uma rasteira ignóbil que foi passada a Cristóvão Norte. O Cristóvão Norte foi dos melhores deputados da anterior legislatura, foi o melhor deputado que o Algarve teve desde há muito tempo. E por uma birra de Rui Rio, um indivíduo que tem algumas qualidades, mas tem um mau feitio, vingativo, correu com Cristóvão Norte, porque não era apoiante dele. O Luís Gomes não tem um passado brilhante como presidente de Câmara. Não sei se ele se orgulha disso, ou não. Presumo que sim. Mas é um juízo dele. Os três deputados que lá estão, cada um deles tem o seu mérito, farão o melhor que podem.

O que pensa de Rui Cristina?
Não vou fazer análises pessoais.

E sobre Ofélia Ramos?
Trabalhou comigo. Não faço aqui comentários pessoais de cada um deles em particular. Julgo que estão a fazer o que podem. Vejo às vezes umas notícias nos jornais.

O que lhes falta?
O que é um facto é que os deputados pelo Algarve, em grande parte, são quase desconhecidos. Não há uma figura que se imponha, que seja aguerrida, que batalhe, que a gente veja que tem garra. Era o Cristóvão Norte que fazia isso. Estes, agora, são cinzentos. O Cristóvão Norte aparecia nas televisões a bater-se nos assuntos de economia, de política e nos assuntos do Algarve.

Que conselhos deixa aos três atuais deputados do PSD?
Que subam o tom e que se batam pela nossa região.

Costuma falar com eles?
Sim. Falo às vezes.

O que lhe dizem?
Não tenho de lhes dar conselhos no dia a dia, porque eles são adultos. Quando me pedem conselhos, eu dou.

Falta-lhes experiência na Assembleia da República?
Noto a presença deles muito cinzenta e muito apagada.

Como avalia o PSD a nível do Algarve?
O partido está no bom caminho, não tem divisões, está a remar para o mesmo lado. O PSD não tem conflitos internos. O Cristóvão Norte é líder e é reconhecido. Oxalá que assim continue.

E a nível nacional?
Está a voltar ao bom caminho. Luís Montenegro tem ideias claras para o país, conseguiu unir o partido, neste momento não há vozes dissonantes. Ou seja, ele tem a particularidade de ter unido aqueles que eram mais protagonistas e tem uma visão a prazo. Consegue ser acutilante nalgumas observações. É pena não estar no Parlamento, por culpa de Rui Rio que não convidava as pessoas que eram contra ele. E foi isso que prejudicou o partido.

Acha que há condições para Luís Montenegro vencer as legislativas em 2026?
Presumo que sim. Até lá, temos um longo caminho. É provável que António Costa não seja candidato, este Governo está velho, cansado e a tendência é para se desgastar ainda mais. Não é capaz de pôr a administração pública a funcionar, anda com jogadas e ‘rodriguinhos’ que vão enganando as pessoas, a economia não está fácil. Não está a gerar reformas na justiça, na administração pública, que são necessárias, e vai vivendo da receita fiscal que a inflação lhe dá. Vai-nos apertando com impostos, taxas e taxinhas, mas não está a fazer uma reforma visionária que lance o país numa onda de crescimento.

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