Miguel Oliveira quer dar uma alegria aos adeptos

Texto: Hélio Nascimento


Estou muito ansioso por correr em Portimão, muito embora numa situação bastante diferente daquela com que sonhara”, declarou Miguel Oliveira, em vésperas da partida para o Algarve, onde este domingo, dia 22, no Autódromo Internacional, disputa o último Grande Prémio da temporada do Mundial de MotoGP.

“Mesmo sem público, vamos tentar interagir com os adeptos e os fãs, com ligações pela televisão. Já o disse e repito: estou fortemente empenhado em fazer uma boa corrida e tentar obter um bom resultado no circuito de Portimão”, sublinha o piloto de Almada, símbolo maior – e único – do país no que concerne ao desporto motorizado. 

No último Grande Prémio, disputado em Valência, Miguel Oliveira terminou na sexta posição, depois de ter partido do 10º lugar na grelha de partida. Mesmo assim, desejava ter feito melhor. “O arranque foi bom, mas tornou-se muito difícil manter o ritmo, sobretudo em dois pontos do circuito, onde perdia tração. São pequenos detalhes que são frustrantes, pelo que o sexto foi o lugar possível”, analisou o português, confirmando que os problemas de anteriores corridas foram resolvidos. “Foi um dia diferente, com temperatura alta, e, por isso, usámos o regulador de altura traseira, o que tem impacto na temperatura do pneu”, justificou Miguel Oliveira, a propósito do desgaste dos pneus. 

Questões técnicas à parte, a prova portuguesa já não influi da atribuição do título mundial, conquistado por Joan Mir (Suzuki), que, aos 23 anos, é o mais novo produto da formação espanhola de campeões de motociclismo, que dominaram a última década da modalidade, com nove títulos em dez possíveis. Joan Mir destacou-se, sobretudo, pela enorme regularidade revelada num ano de todo atípico, devido à pandemia.

O campeonato esteve órfão do seu principal dominador, o espanhol Marc Márquez (Honda), que conquistou os quatro campeonatos anteriores e, desta feita, sofreu uma queda grave logo na corrida inicial. Voltando a Mir, por pouco não era o primeiro campeão sem vitórias, pois venceu somente um Grande Prémio. Depois de duas desistências nas três primeiras provas, a partir da Áustria, quando subiu ao pódio pela primeira vez com um segundo lugar, só por uma vez fez pior do que quarto (11º em França). A tal impressionante regularidade que ditou leis.  

Miguel Oliveira ocupa o 10º lugar no Mundial e teve o seu ponto alto na Áustria, quando foi o primeiro a cortar a meta. Na classificação atual, entre o campeão Mir (171 pontos) e português (100), estão Franco Morbidelli (142), Alex Rins (138), Maverick Viñales (127), Fabio Quartararo (125), Andrea Dovizioso (125), Pol Espargaro (122), Jack Miller (112) e Takaaki Nakagami (105).

Agora, em Portimão, quer fechar com chave de ouro e levar a sua KTM a lugares do topo. Amanhã e sábado decorrem os treinos e a corrida, já se sabe, é no domingo, dia 22. 

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