Nem só de música se faz o Festival MED

Foi no icónico Café Calcinha, em Loulé, que decorreu mais um momento de apresentação do 19.º Festival MED.

Numa espécie de tertúlia, a organização do evento anunciou as outras valências culturais do programa, para além da música, e as parcerias com o associativismo local.

Houve, ainda, um momento musical, protagonizado por um dos nomes já confirmados no cartaz, Jean Christian et le Quator des Rêve Enfouis (Canadá/Portugal).

“O MED vive muito da projeção internacional que tem mas, enquanto entidade pública que organiza este festival, a Câmara de Loulé tem a responsabilidade de promoção daquilo que se faz localmente e da excelência da produção local em termos artísticos, da Música, do Teatro, da Literatura, do Cinema, entre outras áreas”, sublinhou o vereador e diretor do Festival, Carlos Carmo.

O Calcinha volta a fazer parte do programa do MED, depois de um ano de portas fechadas. A imagem do poeta António Aleixo que se encontra à porta deste “Café com História” irá, de certo, inspirar o cantautor Afonso Dias que, nos dias 29 e 30 de junho e 1 de julho, será o artista residente. Em cada noite, protagonizará dois momentos  de cerca de 40 minutos (às 20h00 e às 22h00), com diferentes temas e “balizas musicais” que vão do fado de Carlos do Carmo aos intemporais francófonos como Jacques Brel e Charles Aznavour, de Zeca Afonso e Ary dos Santos a uma incursão pela música tradicional portuguesa. Propostas musicais que poderão ser acompanhadas pelas sugestões gastronómicas que o Calcinha irá preparar para o MED.

A Literatura é já um clássico deste festival e, em 2023, regressa ao edifício do Atlético, sede da Casa da Cultura de Loulé, que continuará a ser um espaço de partilha e de promoção da palavra, do livro e da poesia. Numa parceria com a Casa da Cultura de Loulé, trata-se de uma iniciativa inclusiva onde convidados dizem/leem poesia nas suas línguas maternas. A curadoria estará a cargo de João Pedro Caliço “Tápê” que convidará amigos de diferentes nacionalidades para trazer Literatura dos seus países, contribuindo, assim, para a riqueza multicultural do evento.

Nos Claustros do Convento do Espírito Santo, o MED Jazz volta a trazer as sonoridades jazzísticas, num espaço dinamizado pela Mákina de Cena, depois do sucesso da última edição. Miguel Martins Kaleidoscópio, FUSHI e Leon Baldesberger’s Meersalz irão dar música ao público que por aqui passar e terá a oportunidade de apreciar bons concertos e a riqueza patrimonial do local.

Fruto de uma parceria entre a Mákina de Cena, Casa da Cultura de Loulé e Festival MED, no Open Day, 2 de julho, sobe ao palco P.L.I.N.T – Pablo Lapidusas International Triopara um concerto integrado na apresentação do cartaz do Festival Loulé Jazz’23, organizado pela Casa da Cultura de Loulé.

No dia 1 de julho, o presidente da APORFEST – Associação Portuguesa de Festivais de Música, Ricardo Bramão, irá moderar a conferência “A importância dos festivais de música para a promoção cultural”. O painel convidado será anunciado em breve e esta iniciativa volta a ter lugar na Casa do Meio Dia, sede da Sul, Sol e Sal, outro parceiro local que se associa ao festival.

No ano passado, o desafio lançado aos incubados do Loulé Design Lab trouxe a criatividade e sustentabilidade para a decoração de espaços, como o Palco Hammam ou o Cinema MED. Este ano, as ideias que nasceram do Movimento Infinity voltam a ser aplicadas no recinto, através de peças criadas e produzidas num conceito de economia circular, que assenta não só na prevenção, redução e reutilização, mas também na recuperação de materiais, produzindo objetos úteis a partir de resíduos. Por exemplo, as lonas utilizadas para promover o MED terão agora um novo uso, serão puffs confortáveis para o público descansar.

O Cinema constituiu “uma valência que tem tido uma projeção crescente”, graças ao papel do programador/curador Rui Tendinha e dinamização do Loulé Film Office. Este ano, o Cinema MED acontece num espaço novo, na Rua Vice-Almirante Cândido dos Reis, e assentará, uma vez mais, numa junção de música e filmes. Mas “o grande destaque vai estar no Cineteatro Louletano”, no ‘Open Day’ (2 de julho), pelas 17h, com a apresentação de ‘A Viagem do Rei’, de Roger Mor e João Pedro Moreira. Uma viagem pela cabeça do poeta e provocador Rui Reininho, o inconfundível músico que irá fazer um showcase após a projeção do filme.

O MED Classic volta à casa-mãe, a Igreja Matriz, um espaço agora renovado e pronto a receber concertos de música clássica que tanto agradam a quem visita o Festival MED.

Sérgio Leite, diretor do Conservatório de Música de Loulé – Professor Francisco Rosado, é o responsável pelo programa que vai contar com os agrupamentos Duo Guirimbadu, Caminus Duo e Quintetango. No dia de entrada livre, os protagonistas são os alunos do Conservatório, reunidos numa orquestra com coro. Os concertos estão marcados para 19h30, pouco depois da abertura de portas do recinto.

A aposta na diversidade e na integração de novas nacionalidades passa não só pelas mais de 100 bancas de artesanato espalhadas pelo recinto mas também pela componente gastronómica. “Queremos, cada vez mais, atrair novas culturas para o nosso festival, nomeadamente nestas duas valências”, sublinhou o diretor Carlos Carmo.

As artes plásticas também estarão representadas e a exposição patente ao público na Galeria de Arte do Convento Espírito Santo, ‘Corpos Celestes’, de Adriana João, Bruno Silva, Joana da Conceição e José Jesus, com curadoria de David Revés, é mais uma proposta nesta dimensão multidisciplinar de que se reveste o MED.

Rhakatta, Satori e Al-Fanfarre são três dos parceiros locais que participam nas artes de rua, com momentos de animação e a presença de dezenas de animadores em constante interação com o público, em cada canto e recanto da Zona Histórica de Loulé.

Uma das novidades é a nova parceria com a casa da América Latina que permitirá trazer animações de rua protagonizadas por grupos oriundos desse espaço geográfico. Cante alentejano e folclore algarvio são outras manifestações etnográficas que marcarão presença neste encontro de culturas. 

Para os mais novos, o MED Kids volta a abrir portas no espaço junto à Igreja Matriz. Enquanto os pais desfrutam do Festival, as crianças poderão também divertir-se num ambiente animado e participar num programa de atividades dinamizado pelos serviços educativos e com acompanhamento de monitores da Biblioteca Municipal de Loulé.

O Open Day (Dia Aberto) será no domingo, 2 de julho, e apesar da ausência dos concertos (apenas está previsto a atuação de alunos do Conservatório, na Igreja Matriz, e o concerto de P.L.I.N.T, no âmbito da apresentação do Loulé Jazz, nos Claustros do Convento), o público poderá usufruir de outros pontos de animação, da gastronomia e do artesanato.

4 dias, 90 horas de música, 55 concertos, mais de 300 músicos, 17 nacionalidades representadas e 12 palcos (4 palcos principais, 2 palcos de pequena dimensão e outros espaços) farão a 19.ª edição do Festival MED, como referiu o seu diretor.

Os bilhetes encontram-se em pré-venda, com preços reduzidos, até ao dia 25 de junho: Bilhete Diário – 10,00 euros; Bilhete Festival (passe para os 3 dias de Festival) – 30 euros; Bilhete Diário Família (2 adultos e 2 crianças até 16 anos) – 35 euros.

Já se encontra online o novo wesite do Festival MED, “totalmente renovado, desenvolvido, programado e atualizado por funcionários da Câmara Municipal de Loulé”, onde é possível ceder a todas as informações.

Carlos Carmo anunciou o último momento de comunicação do 19.º Festival MED: será a 2 de junho, pelas 21h00, no Cineteatro Louletano, com a apresentação do programa completo. A guineense Eneida Marta sobe ao palco para um concerto com Huca, ficando desde logo confirmada no cartaz do 20.º Festival MED, que acontece em 2024.

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