Núcleo de Ginástica Rítmica de Alvor já conta com 75 atletas

Texto e Foto: José Garrancho


São, neste momento, 75 meninas, com idades entre os 6 e os 18 anos, divididas por cinco classes diferentes, a treinar no Pavilhão Desportivo da Escola Básica 2,3 D. João II, em Alvor, sendo cerca de metade moradoras em Portimão. A modalidade chama-se Ginástica Rítmica de Representação e a treinadora, Vanessa Lourenço, iniciou este projeto e continua com a mesma chama, passados 13 anos.

“Nesta modalidade, podemos agregar o número de atletas que entendermos e trabalhar coreografias de grupo, com grande número de ginastas amadoras que têm a possibilidade, ao longo do ano, de realizar eventos competitivos”, explica.

“Treinam três vezes por semana, hora e meia por dia. O número de praticantes, por classe, depende da modalidade e da idade. Por exemplo, as aulas para as mais novas não ultrapassam as 12 crianças, de forma a conseguir chegar a todas e fazer o melhor trabalho com cada uma, individualmente. À medida que vão crescendo, adquirem mais disciplina e atenção e o número pode aumentar”, esclarece.

Este tipo de eventos, que já existia no norte e centro do país, só se iniciou no Algarve há cerca de 2 anos. As ‘Bonecas Brilhantes’, nome da classe de competição, obteve a menção de ouro na distrital da ‘Gym for Life’, que faz parte do projeto ‘Ginástica para Todos’, criado pela Federação Portuguesa de Ginástica, e que engloba todas as modalidades gímnicas, de forma representativa, mas em grande escala.

Em complemento, entram na Gala de Natal, saraus em que cada classe apresenta as coreografias desenvolvidas ao longo da época. O evento final anual, no qual chegam a participar meio milhar de atletas algarvios, já está num nível elevado. No Portimão Arena, a assistência ultrapassou as duas mil pessoas.

É, segundo várias fontes que o Portimão Jornal contactou, um trabalho muito válido das associações, que oferecem à comunidade o que as entidades oficiais não conseguem proporcionar. E é excelente para o crescimento e desenvolvimento dos jovens.

Segundo a presidente e treinadora Vanessa Lourenço, “o Núcleo de Ginástica Rítmica de Alvor tem um papel inovador na atividade desportiva feminina, na nossa região. É uma referência local no conceito de associação, enquanto finalidade desportiva num espírito de equipa, amizade e união que se leva para a vida”.

Acrescentou que é uma associação de primeira linha nas áreas de formação, representação, exercício, saúde e bem-estar. E que, desde pequenas, as suas atletas aprendem a ter e a viver um estilo de vida ativo e saudável.

“Temos como objetivo promover e desenvolver atividade amadora de carácter desportivo e cultural de acordo com os direitos constitucionais dos cidadãos, sempre com vista ao desenvolvimento social e harmonioso da sua personalidade”, rematou.

Uma associação com três anos
Vanessa Lourenço, 32 anos, natural de Alvor, é licenciada em educação física e desporto, possui uma pós-graduação em treino personalizado avançado, formação em dança, alongamentos, flexibilidade e outros, treinadora de ginástica rítmica e outras formações de ginástica geral. Praticou esta modalidade desde os oito anos, primeiro na acrobática e depois na rítmica. Iniciou-se no Desporto Escolar e, depois, foi obrigada a praticar em Silves, no Clube Desportivo e Cultural do Enxerim, porque não havia classe de ginástica acrobática em Portimão.

“Fazer ginástica de competição é duro, com treinos de segunda-feira a sábado. Quando passei a treinadora, aos 19 anos, tive de abandonar a competição. É impossível conjugar as duas atividades, porque os treinos só podem acontecer depois das aulas, ou seja, após as 17h30, e também porque os treinadores, em Portugal, não conseguem viver só das aulas e têm outro emprego”, refere.

Com 17 anos, recebeu convite para tirar curso de treinador, que aceitou, porque já ajudava muito nas aulas. Aí apareceu o ‘bichinho’ de ajudar e dar oportunidade aos jovens da freguesia para praticar. Na altura, em Alvor, só havia futebol. Então, decidiu introduzir a ginástica feminina na vila. Conseguiu implementar o projeto, com 19 anos, fundando o Núcleo de Ginástica Rítmica de Alvor, numa associação já existente.

“Depois da pandemia, houve uma mudança gigante. Aquilo ficou entregue à Segurança Social, os ideais e a filosofia do clube não se coadunavam com a nossa ética e o nosso desporto e houve necessidade de criar uma associação, há cerca de três anos. Assim aparece a ‘Associação Desportiva Alvoreiros’, da qual também sou presidente, fazendo a maior parte do trabalho administrativo e burocrático. Representamos a nossa freguesia, o que muito nos orgulha”, assegura.

Opinião das atletas
Iara tem 16 anos e começou com cinco na modalidade. Mais tarde parou, mas há três anos que está de volta. Afirma que gosta, porque é “um grupo muito unido e este é um desporto” que a ajuda na “saúde”. “É divertido e tenho muitas amigas no grupo. Somos uma família”, reforça.

Por sua vez, Luana, com 17 anos, começou com seis e nunca mais abandonou a modalidade. “O que me atrai é sermos uma família muito unida, estarmos sempre umas para as outras. A solidariedade e o trabalho de grupo estão sempre presentes”, garante.

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