Oitenta mil pessoas festejaram o Carnaval em Loulé
Num regresso muito aguardado, o Carnaval de Loulé 2023 atraiu à capital carnavalesca do sul do país cerca de 80 mil visitantes, durante três dias de folia.
“Estamos muito satisfeitos e o balanço é francamente positivo. Tivemos a Avenida José da Costa Mealha cheia, naquela que foi talvez das melhores edições de sempre. E não é para menos, foram dois anos sem desfile e todos nós já tínhamos saudades. Mas, a par da componente lúdica, queria destacar o fator económico: este foi um momento muito importante para a economia local, tendo os visitantes desfrutado, tanto da restauração, do comércio, da hotelaria, como de outros negócios, alavancados nos últimos dias por este evento”, refere Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, citado em nota de imprensa.
‘Ó Zé… Já viste o Algarvensis?’ foi o tema que inspirou o desfile, constituindo também uma oportunidade para dar a conhecer ao grande público um dos projetos em que o Município está neste momento envolvido: a candidatura a Geoparque da UNESCO, em parceria com Albufeira e Silves. A salamandra do período triásico com 227 milhões de anos, um achado paleontológico único no mundo e que está na génese dessa candidatura, esteve em grande destaque no “sambódromo louletano” – nos carros, nos bonecos, nos trajes e nos enredos criados pelos grupos. Quem aqui esteve ficou a saber quem é que é, afinal, este Algarvensis e o que poderá significar para o futuro deste território a designação como Geoparque.
A sátira à atualidade política e social voltou a ser um dos temperos do Carnaval de Loulé. Os turistas britânicos Rishi Sunak, Boris Johnson e Theresa May, os dinossauros Lula da Silva e Jair Bolsonoro, ou o zangão António Costa e as suas abelhas Marta Temido, Manuel Pizarro e Graça Freitas foram alguns dos protagonistas da festa. E até um dos visados desta sátira, o atual Ministro da Saúde, fez questão de sublinhar, nas suas redes sociais, a qualidade do seu boneco no desfile algarvio.
Também os 10 grupos de animação em representação das associações e coletividades do concelho, as escolas de samba com as bailarinas de corpos pintados, e mais de 600 animadores fizeram a festa, numa constante interatividade com o público que, em determinados pontos do percurso, teve a oportunidade de dar um pezinho de dança e desfilar.
Um corso carnavalesco marcado pela qualidade artística com que os carros alegóricos foram concebidos, mas que este ano se afirmou igualmente por ser um corso inclusivo já que, pela primeira vez, desfilaram pessoas portadoras de deficiência, utentes da Associação Existir, que vieram mostrar que o Carnaval é uma folia para todos.
As receitas de bilheteira, cujo valor será apurado nos próximos dias, de acordo com a autarquia, irão reverter 50% a favor das associações que desfilaram este ano, estando os restantes 50% destinados a causas sociais.