Oito presidentes de Câmara concorrem a último mandato autárquico
A s próximas eleições autárquicas, marcadas para 26 de setembro, serão a última ‘corrida’ para metade dos eleitos, de três cores políticas, na região. Se por um lado havia dois presidentes a atingir os três mandatos possíveis, por outro há oito que encerram um ciclo, à medida que se aproximam para mais quatro anos de gestão. Caso ganhem, claro está.
No lado socialista, que detém a maioria das Câmaras Municipais no Algarve, estão Isilda Gomes, em Portimão, Vítor Aleixo, de Loulé, Vítor Guerreiro, de São Brás de Alportel, António Pina, em Olhão, e Osvaldo Gonçalves, em Alcoutim.
Há ainda dois social-democratas a chegar à ‘linha de fundo’ do poder local. São os casos de Rogério Bacalhau, em Faro, e de Francisco Amaral, em Castro Marim. Já a comunista Rosa Palma, eleita em 2013, volta a tentar merecer a confiança e o voto dos eleitores de Silves.
Portimão
A socialista Isilda Gomes venceu as eleições em 2013, numa altura em que a Câmara Municipal se encontrava numa situação financeira muito difícil, com altas dívidas e sem capacidade de efetuar pagamentos. Em 2017, voltou a ganhar com 44,56 por cento dos votos. Em 2021, avança para uma terceira candidatura, tendo desta vez Álvaro Bila como número dois, e o atual vice-presidente Filipe Vital, que subiu a esta função depois da saída de Castelão Rodrigues, em terceiro. Na oposição encontrará como adversário o atual presidente da Câmara Municipal de Monchique, o social-democrata Rui André, que aposta agora as ‘fichas’ todas neste concelho, até porque não se pode candidatar de novo na zona serrana. Leva como número dois a ex-socialista Ana Fazenda. Outro dos adversários será o independente Luís Carito, na coligação ‘Portimão Mais Feliz’, apoiada pelo CDS, Aliança e Nós, Cidadãos! Há ainda as candidaturas do Bloco de Esquerda, encabeçada pelo atual vereador e deputado na Assembleia da República João Vasconcelos, e da CDU, cujo primeiro candidato será Nuno Cordas. Serão ainda candidatos pelo Chega, o ex-social-democrata Pedro Xavier e haverá ainda a estreia do PAN, com Ricardo Cândido a encabeçar a lista.
Loulé
É uma das maiores autarquias do Algarve e volta a ter como recandidato pelo Partido Socialista Vítor Aleixo. Caso vença será o seu último mandato neste órgão autárquico, que venceu em 2017, com 65,9 por cento. No entanto, há muito que anda nestas lides. O neto do poeta António Aleixo esteve na liderança da Câmara louletana, pela primeira, em 1999, quando substituiu Joaquim Vairinhos, depois da sua renúncia. Nas eleições seguintes, em 2001, candidatou-se, tendo perdido para o PSD, numa lista encabeçada por Seruca Emídio. Só depois de um ciclo de três mandatos é que Vítor Aleixo conseguiu conquistar a autarquia de novo para os socialistas. Como principal adversário, do PSD, encontrará Rui Cristina, atual deputado na Assembleia da República. Fernando Santos é o candidato pelo Chega, Vergílio Ambrósio pela CDU, Ana Poeta, pelo PAN, e Tiago Grosso pelo BE.
Faro
Rogério Bacalhau, presidente da Câmara, ganhou a confiança do PSD para se voltar a candidatar. Concorre como cabeça de lista pela coligação ‘Unidos por Faro’, que junta PSD, CDS, Iniciativa Liberal, MPT e PPM. Já o PS escolheu o João Marques, enquanto o Bloco de Esquerda optou pelo médico Aníbal Coutinho. Elza Cunha é a candidata pelo PAN e Catarina Marques é a primeira candidata pela CDU. Caso o social-democrata vença, será a primeira vez que um autarca consegue manter-se por três mandatos consecutivos, visto que neste órgão houve sempre uma alternância na liderança, entre PS e PSD.
Olhão
No concelho do Sotavento algarvio, a corrida à Câmara Municipal irá colocar o atual presidente António Pina frente a frente com Álvaro Viegas, do PSD, que no passado já foi o presidente da Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL). O socialista António Pina tem vindo a ganhar algum protagonismo, sobretudo, desde que assumiu também a presidência da Comunidade Intermunicipal AMAL. O ex-atleta olímpico Jorge Costa representará a CDU e Alexandre Pereira o PAN.
Castro Marim
Na ponta do Sotavento, o experiente médico Francisco Amaral volta a tentar ser eleito, desta vez para o seu último mandato. Rosa Nunes, pelo PS, e Paula Santos, pela CDU, são os adversários políticos, mas o social-democrata já tem uma longa carreira política e muita experiência. É que antes de chegar a Castro Marim, esteve duas décadas à frente da autarquia de Alcoutim. Tinha sido eleito em 1993, pelo PSD e continuou a vencer em 2001, 2005, 2009 naquele concelho. Quando entrou em vigor a limitação de mandados, mudou-se para a presidência em Castro Marim. A primeira eleição foi em 2013. Em 2017, recandidatou-se pelo PSD, mas ficou sem maioria. Teve como adversário José Estevens, do movimento ‘Castro Marim Primeiro’, que tinha sido autarca naquela terra, mas que em 2013 também não se conseguiu candidatar por já ter atingido a limitação de mandatos. Concorreu a Tavira e perdeu, enquanto Francisco Amaral ganhava em Castro Marim. Em 2017 houve um forte desentendimento entre os elementos do executivo, o que levou o médico a renunciar o mandato em fevereiro de 2019”. Quatro meses depois, nas eleições intercalares, venceu e recuperou a maioria absoluta para o PSD.
São Brás de Alportel
O principal rosto dos socialistas não muda, pois Vítor Guerreiro recandidata-se à presidência, enquanto o PSD volta a apostar em Bruno Sousa Costa para a Câmara Municipal. A CDU tem como primeiro candidato Antonino Costa. Este é o último mandato do socialista e, caso vença, será a oportunidade de encerrar um ciclo de 12 anos.
Silves
Voltando ao Barlavento, Rosa Palma quer manter-se na presidência da autarquia e garantir que a CDU mantém a Câmara Municipal, que, neste momento, é a única a ser liderada pelo PCP. Luís Guerreiro vai tentar roubar aquele órgão autárquico, enquanto o PSD candidata João Garcia. Ambos os partidos já estiveram no poder, mas em 2013, Rosa Palma conseguiu convencer os eleitores.
Alcoutim
Na outra ponta do Sotavento, Osvaldo Gonçalves, que lidera a Câmara desde 2013, recandidata-se para um terceiro mandato pelo PS, tendo como rival o social-democrata Carlos Ludovico. Luísa Barros é a cabeça de lista da CDU. A saída de Francisco Amaral em 2013 foi a oportunidade para os socialistas conquistarem a autarquia, mas resta agora saber se a conseguirão manter nos próximos quatro anos.