Portimão: Obra no quartel dos bombeiros inaugurada a 1 de dezembro
Texto e fotos: Ana Sofia Varela
A ampliação do quartel dos Bombeiros Voluntários de Portimão estará terminada até ao próximo mês de novembro e será inaugurada no dia em que a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Portimão celebra 93 anos de existência.
A intervenção custou cerca 625 mil euros e é financiada a 85 por cento por fundos comunitários (531 mil euros), tendo o restante valor sido assumido pela Câmara Municipal de Portimão. Dará mais condições à corporação e a todos os que utilizam o edifício. Segundo explicou Álvaro Bila, presidente da Associação Humanitária, numa visita guiada à Algarve Vivo, a ampliação não modificou a fachada, pois é feita sobretudo no pátio interior, onde está localizada a parada.
O edifício, com mais de 30 anos, “deixou de ter as condições necessárias para o trabalho de toda a corporação”, tendo em conta que, em relação à época de construção, a corporação já quase triplicou, justifica o responsável. Richard Marques, comandante da Corporação dos Bombeiros Voluntários, recorda que em 2014 o quartel tinha 70 bombeiros e, na atualidade tem 132, dos quais 50 são profissionais e 82 são voluntários. Deste total, 31 por cento são mulheres e 69 são homens.
Assim, foi ampliado o parque de viaturas, substituídos os portões na fachada do quartel, e criados novos portões na zona que dá acesso à parada. No piso superior há um novo espaço com uma dimensão considerável que servirá para a criação de “duas camaratas masculinas e uma feminina, dois balneários, um masculino e outro feminino”, com zonas de cacifos para ambos os géneros. Desta forma, as camaratas espalhadas por diversos pontos do edifício ficam concentradas numa ala única, com áreas superiores, oferecendo mais dignidade, privacidade e condições para descansar.
No piso inferior, na nova área agora construída, foi ainda criada uma zona, semelhante a uma pequena ‘garagem’, que servirá para a lavagem e desinfeção de ambulâncias. Está ainda pensada uma sala para formações e outra para a reunião de chefes e subchefes. Ao lado, haverá um espaço fechado destinado a guardar os equipamentos, quer de treino, quer de fogos florestais, quer urbanos, bem como capacetes. No piso superior, por cima deste espaço ficará a nova central, com mais do dobro da área da atual, que terá ainda uma casa de banho e uma sala de reuniões. “Vamos disponibilizar ainda a central à Cruz Vermelha”, havendo também assim um reforçar das sinergias já existentes, descreve Álvaro Bila. É que a central funciona 24 horas por dia, havendo também sempre um grupo de 15 operacionais em permanência no quartel para atender a qualquer urgência.
A camarata masculina que estava num dos corredores no rés-de-chão do edifício passará a ser uma sala de convívio, onde os bombeiros possam estar quando não estão a trabalhar ou a descansar. “É um espaço que ficará muito mais próximo do parque de viaturas e equipamentos, podendo assim também reduzir minutos numa chamada a uma ocorrência. Isto porque a sala de convívio neste momento fica noutro local, junto à sala onde os operacionais fazem as suas refeições”, refere.
No terraço do edifício foram colocados painéis solares, sendo que neste momento, o quartel já é autossuficiente a nível de aquecimento de água.
Esta foi uma obra muito ambicionada, tendo sido aprovada a candidatura em abril de 2017, através do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).
Resposta eficiente e eficaz
A corporação conta com 132 operacionais, cerca de 40 viaturas, incluindo os atrelados de várias tipologias, e tem aumentado, ao longo dos anos, a rapidez e eficiência da resposta. A criação destas novas valências vai fazer ainda com que a circulação no edifício seja mais eficaz e que os soldados da paz tenham condições mais dignas.
Para o comandante da corporação dos Bombeiros Voluntários de Portimão, Richard Marques, estas obras são de grande importância, sobretudo em três áreas. “Primeiro porque amplia a capacidade de alojar, com áreas distintas de camaratas e balneários. Em segundo lugar, zela pelas viaturas e em terceiro permite sustentar e reduzir os tempos de resposta, minimizando o risco de acidentes, pois os bombeiros estão mais próximos e não têm tantas escadarias para descer à pressa”. Ou seja, segundo Richard Marques, os veículos operacionais têm muito material técnico que exige que não sofram a influência direta das intempéries, ou de calor. “A área do parque de viaturas cresceu cerca de 30 por cento”, salienta. Além disso, a intervenção “permitiu dimensionar a Sala Municipal de Gestão de Emergências”, ficando assim Portimão bem preparado a todos os níveis, explicou o comandante.
Outro dos objetivos que o comandante pretende alcançar é a equipa saia do quartel até três minutos após o primeiro despacho, que até 20 minutos chegue ao local da ocorrência e que até 90 minutos resolva a ocorrência.
Apesar destes números dependerem da localização e da dificuldade da situação, a corporação tem neste momento, “uma média de 1 minuto e 33 segundos de saída após o primeiro despacho, 10 minutos e 25 segundos até chegar ao local e uma média de 25 minutos até à resolução da ocorrência”, revela Richard Marques. A intenção será sustentar e reduzir estes números, por exemplo para menos de um minuto de média na saída da equipa.
