Portugueses sobem ao pódio no Campeonato da Europa de Vela Adaptada realizado em Portimão

O Campeonato da Europa de Vela Adaptada 2019 terminou em Portimão, no sábado, 12 de outubro. Foram cinco dias de prova, na qual 113 atletas de dez países competiram pelo título de campeão europeu em quatro classes – Hansa 2.3, Hansa 303 Singles e Doubles, e Liberty. 

Numa semana intensa, os atletas foram postos à prova com condições menos favoráveis nos primeiros dias (pouco vento e muito sol), terminando com vento forte, alguma chuva e nevoeiro no último dia desta competição, integrada no programa de Portimão – Cidade Europeia do Desporto (CED 2019).

Rui Dowling, atleta do Clube Naval de Horta, sagrou-se campeão da Europa na classe 2.3 – uma classe de embarcações mais pequenas -, seguido de André Bento (Escola Nacional de Vela Adaptada), que levou a medalha de prata na mesma classe. Em terceiro, o holandês Akko Van Der Deen levou o bronze.

Em 303 Singles, João Pinto (atleta do Clube Naval de Portimão) levou para casa o bronze na primeira prova internacional, depois de quatro anos fora da vela. O ouro e a prata foram para Piotr Cichocki (Polónia) e Chris Symonds (Austrália, respetivamente. Pedro Câncio Reis, do Clube Naval de Cascais, ficou em quarto lugar a sete pontos do atleta portimonense, numa frota que provou ser das mais competitivas do campeonato. 

A dupla polaca Piotr Cichocki-Olga Gruzdien levou o título máximo em 303 duplos, seguidos de Natalia Hillman-Bermejo-Allan Hillman (Grã-Bretanha) e da dupla francesa Gilles Guyon-Olivier Ducruix. De referir que esta classe esteve em disputa até à última hora.

Em Liberty, com assistência servo, o pódio foi ‘invadido’ pelas holandesas Vera Voorbach, Wilma Van Der Broek e Hanneke Deenen. Salvador Mendes de Almeida, da Associação Salvador, terminou a prova em 5º, um resultado satisfatório na primeira competição neste tipo de barcos. 

A Classe Hansa é caracterizada por ter embarcações com um centro de gravidade baixo e um patilhão lastrado, o que resulta numa grande estabilidade, sendo quase impossíveis de virar. Disponível em 11 cores, facilita a identificação no mar, tendo a possibilidade de adicionar comandos elétricos (servo), que podem assistir no comando do leme e escota a pessoas com deficiência motora.

A cerimónia de entrega de prémios contou com a presença da presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes, e da vereadora com o pelouro do Desporto na autarquia, Teresa Mendes, além de Bob Sharingher, presidente da Classe Hansa Internacional, que velejou na classe Liberty esta semana. Segundo este responsável, “foram dias muito bem passados, com condições excelentes para a vela e uma organização invejável”. “São poucos os campeonatos que conseguem aliar tão bem um bom ambiente no mar e um programa social rico e animado.”

Na ocasião foram entregues medalhas de honra CED 2019 aos representantes do Iate Clube da Marina de Portimão, Classe Hansa Internacional e Federação Portuguesa de Vela, respetivamente, Marina Correia, Bob Sharingher e João Leonardo. 

PORTIMÃO PODE RECEBER MUNDIAL

“Julgo que o mais importante neste evento é a capacidade de velejar independentemente da condição física de cada um”, afirmou Maria Nobre de Carvalho, em representação da organização. “Temos aqui velejadores com todo o tipo de deficiência – paraplégicos, quadriplégicos, amputados, atletas sem braços, entre  outros – e todos navegam em conjunto nas mesmas classes. É um desporto verdadeiramente inclusivo e foi isso que pretendemos trazer também para terra”, explicou.

Entre regatas, concertos, degustações de gin, provas de vinho, jantares e comida marinheira, a Marina de Portimão foi o palco de cinco dias de muito convívio, tendo Allan Hillman, atleta inglês que ficou tetraplégico há mais de 20 anos, afirmado que se tratou “de um dos melhores campeonatos em que tive o prazer de participar, o que me leva a ter planos para regressar a Portugal em breve.”

O próximo Campeonato do Mundo de Vela Adaptada está agendado para Los Angeles, mas a organização, a cargo da Associação Teia D’Impulsos e do Iate Clube da Marina de Portimão, manifestou-se interessada em trazer o Mundial 2021 para Portugal, desafio que foi bem acolhido pelo presidente da Classe Hansa Internacional. 

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