Quando o artesanato entrou na vida de Bruno e Sara

Texto: Lélia Madeira | Fotos Kátia Viola


O suporte para máscara de proteção individual é, atualmente, uma das peças de Bruno que mais atenção desperta. Serve para pendurar a máscara, nos momentos em que não estamos a utilizá-la.

Por exemplo, quando estamos sozinhos no carro ou a comer uma refeição. Mas este não é o único produto fruto da pandemia. Há também o ‘salva-orelhas’, que tem a função de aliviá-las da pressão dos elásticos da máscara.

Estes dois produtos são feitos em madeira, tal como todos os outros que Bruno Alexandre concebe. Daí que tenha batizado a sua marca de ‘Alexander’s Wood’, tendo esta surgido há cerca de ano e meio.

Nessa altura, se nos contassem que, um dia, iríamos precisar de um ‘salva-orelhas’, provavelmente acharíamos descabido.

Ao início, “fazia pequenas peças”, aproveitando os retalhos em madeira que sobravam na loja onde trabalha. Depois, começou “a investir mais em máquinas e a comprar madeiras de melhor qualidade”, para garantir uma maior durabilidade.

Bruno não teve nenhum mestre. Tudo o que sabe aprendeu sozinho, através de pesquisas na internet. Assim que ganhou prática, criou o seu próprio desenho de carteira em madeira. Hoje em dia, faz “candeeiros, porta-chaves, molduras, suportes para as máscaras”, entre outros produtos. “Tenho uma máquina que permite fazer praticamente tudo o que o cliente pede”, explica.

Em 2019, teve a oportunidade de dar a conhecer o seu trabalho na ‘Nexemostra’, que se realiza em Santa Bárbara de Nexe, onde reside. Como as feiras de artesanato agora estão em modo pausa, a divulgação do seu trabalho é feita principalmente no Facebook e Instagram e também através do passa-a-palavra. É habitual receber encomendas da loja onde trabalha para fazer prendas de aniversário para os seus colegas.

Portugueva
Bruno não é o único lá em casa a ter o artesanato como hobby. Também Sara, a sua mulher, concilia o seu trabalho com uma marca de artigos feitos à mão. Chama-se ‘Portugueva’, que resulta duma junção da palavra Portugal com o nome da filha de ambos, Eva.

A ‘Portugueva’ nasceu durante a quarentena. Durante esse período, Sara aprendeu a fazer crochet com a sogra e a juntá-lo à empreita de palma e a outras matérias-primas provenientes do norte do país.

Além de malas, a ‘Portugueva’ também comercializa abajures, alcofas para bebés, cestinhos, porta-jóias, cestos para arrumação, entre outros acessórios. À semelhança da ‘Alexander’s Wood’, também a divulgação tem passado essencialmente pelas redes sociais e através de recomendações de pessoas conhecidas.

As pontas que as malas levam são de madeira e, como não podia deixar de ser, é o Bruno que as faz. Embora partilhe a mesma oficina, o casal ainda não criou uma peça que aliasse os dois materiais de forma mais vincada, mas esta “é uma possibilidade a considerar”, admite Sara à Algarve Vivo.

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