“Receio que em agosto os bombeiros possam não acorrer a todas as solicitações”

Em declarações a Algarve Vivo, Paulo Morgado, presidente da Federação dos Bombeiros do Algarve, diz que o pessoal existente nos postos do Instituto Nacional de Emergência Médica nesta região “está no limite das suas capacidades”. Além da falta de reforços de operacional, são necessárias pelo menos meia dúzia de ambulâncias do INEM nas principais zonas turísticas. “Fomos muito bem recebidos, com muita simpatia, por responsáveis do INEM em Lisboa, mas nada resolveram. Ninguém nos garantiu qualquer data para o reforço de meios humanos e de ambulâncias para o Algarve”, lamenta Paulo Morgado, que pede “pressão” dos autarcas e da Proteção Civil para resolver o problema, numa altura em que a região se enche de turistas de todo o mundo.

José Manuel Oliveira

“Faltam reforços ao nível de pessoal do INEM para este Verão no Algarve e pelo menos meia dúzia de ambulâncias nas principais zonas turísticas. Se durante o mês de agosto, com a população residente  e flutuante a aumentar nesta região, onde chega a estar mais de um milhão de turistas, o problema não estiver resolvido, receio que os bombeiros, numa altura de incêndios florestais, possam não conseguir acudir a todas as solicitações perante tragédias que possam ocorrer como aquela que se verificou com o acidente de um autocarro na A22/Via do Infante”. O alerta foi lançado em declarações ao ‘site’ da revista Algarve Vivo pelo presidente da direção da Federação dos Bombeiros do Algarve, o clínico Paulo Morgado, após se ter reunido, na quinta-feira, dia 16 de julho, em Lisboa, onde está sediado o INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica, “para apresentação de um conjunto de preocupações relacionadas com a prestação de socorro pré-hospitalar aos cidadãos”, como referiu. 

Paulo Morgado congratulou-se com o facto de a reunião ter decorrido de “forma amistosa e cordial”, durante a qual foi “debatido um conjunto de problemas técnicos de articulação entre a estrutura do INEM e a dos bombeiros, com o objetivo de encontrar as melhores soluções que proporcionem um socorro mais rápido e adequado encaminhamento de cada situação de emergência”.

Reforço do INEM devia estar no terreno de 15 de julho a 15 de setembro

Contudo, avisou, já “no que concerne ao reforço de meios humanos e técnicos do INEM para o Algarve durante a época alta, consideramos preocupante que até à data, esse reforço não esteja no terreno, nem seja ainda perspetivada uma data provável para que tal aconteça. O pessoal existente nos postos do INEM no Algarve está no limite das duas capacidades, pelo que são necessários urgentemente reforços. Caso contrário, poderão ocorrer situações graves.”

“Sendo do conhecimento geral que o Algarve tem em vários períodos do ano, em especial no Verão, um excecional aumento da população presente, com o inevitável aumento de ocorrências e sinistralidade rodoviária, a que acresce a coincidência com a fase crítica dos incêndios florestais, é por demais evidente a necessidade de um reforço de meios do INEM na região, aliás, à semelhança do que acontece com outros meios de proteção civil e segurança policial”, considera.

E adianta Paulo Morgado: “Fomos muito bem recebidos, com muita simpatia, por responsáveis do INEM em Lisboa, mas nada resolveram. Ninguém nos garantiu qualquer data para o reforço de meios humanos e de ambulâncias para o Algarve. Isto não pode acontecer. Noutros anos, esta situação estava definida no período de 15 de julho a 15 de setembro. Receio passarmos o Verão sem reforços, apesar dos graves problemas que esta região enfrenta devido ao fluxo turístico. Os nossos bombeiros não podem chegar a todo o lado”.

O principal dirigente da Federação dos Bombeiros do Algarve decidiu dar conhecimento do problema aos 16 presidentes das câmaras da região e ao comandante operacional da Proteção Civil no Algarve, Vaz Pinto, esperando dessa forma que estes responsáveis possam “exercer pressão” junto do INEM e do Ministério da Saúde, entre outras entidades, com vista à solução do problema.