Rita Redshoes, Zambujo e jazz no Cineteatro Louletano em setembro
Setembro, na abertura da 2ª temporada do Cineteatro Louletano, é um mês pleno de surpresas. O cartaz é diversificado e preenchido com grandes nomes, permitindo descobrir novos formatos, voltar ao pensamento sobre o nosso mundo e espantar os nossos públicos.
O mês arranca com um concerto único, no dia 4, às 17h00, evento que envolve a Jovem Orquestra Portuguesa (JOP), o Conservatório de Música de Loulé – Francisco Rosado e várias dezenas de alunos de música clássica vindos de múltiplas escolas de música do Algarve. Os alunos vão enfrentar um estágio de vários dias com um dos maestros mais reputados a nível nacional, Pedro Carneiro, que é também diretor artístico da JOP e da Orquestra de Câmara Portuguesa.
No dia 9, sexta-feira, às 21h00, Rita Redshoes responde positivamente a um desafio lançado pelo Cineteatro Louletano, juntando a cantora – que traz a Loulé o seu último álbum, ‘Lado Bom’ – à Filarmónica Artistas de Minerva, uma das bandas filarmónicas mais antigas do país.
Dia 10, arranca a oficina ‘Técnicas radicais de teatro e dança para jovens performers’, com Joana Pupo, baseada no espetáculo “Uma peça feliz e directa sobre a tristeza”, que esteve em cena no CTL, partindo de um encontro com o público para falar sobre a tristeza, o isolamento e a desadaptação. A oficina estende-se pelos dias 11, 17 e 18, entre as 10h00 e as 18h00.
Dia 11, domingo, às 17h00, a ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve – atua em Loulé, com a peça ‘À Deriva’. Um trabalho que se baseia num caso verídico durante o ‘apartheid’ na África do Sul, na ilha-prisão de Robben, onde Nelson Mandela viveu 27 anos. Dois companheiros de infortúnio partilham a mesma cela; durante o dia realizam trabalho forçado e à noite ensaiam a Antígona, de Sófocles, que querem apresentar na prisão. A peça faz um paralelo com outras ‘ilhas’: os migrantes do Mediterrâneo, a escravatura dos dias de hoje e o tráfico humano.
Dias 13 e 16, há cinema. A 13, às 21h00, mais um filme do ciclo ‘Filme Francês do Mês’, no Auditório do Solar da Música Nova. Desta vez, com “Un Beau Voyou”, um policial de Lucas Bernard (2018) em que o comissário Beffrois, prestes a reformar-se, acaba por ser arrastado para um caso entusiasmante, do roubo de um quadro importante.
Já a 16, também às 21h00, um filme estreado em maio, no Indie Lisboa: ‘O Jovem Cunhal’, de João Botelho. Duas personagens investigam sobre os primeiros anos de vida e militância de Álvaro Cunhal. Nos interstícios da investigação, breves encenações de passagens dos livros desta figura incontornável da política portuguesa.
No dia 18, às 17h00, de novo música, com o melhor do jazz tocado pela Orquestra de Jazz do Algarve. À boleia, vem Rick Margitza, saxofonista norte-americano que despontou das últimas formações de Miles Davis nos anos 80 e que traz na bagagem uma série de temas e orquestrações originais. Vânia Fernandes é a voz de outros tantos temas do cancioneiro jazz.
Dias 22, 23 e 24 de setembro chega a Loulé o Festival Política, que já esteve em Lisboa e em Braga. São três dias preenchidos com filmes, música, humor, conversas, workshops e instalações. A programação tem como foco os direitos humanos e a desinformação, enquanto ameaça à democracia. Todas as atividades são de acesso gratuito. O Festival inclui interpretação em Língua Gestual Portuguesa.
A 25, domingo, também às 17h00, uma das vozes maiores da música portuguesa contemporânea vem ao Cineteatro Louletano: Loulé recebe ‘António Zambujo, voz e violão’, trabalho inspirado no álbum homónimo de um dos mestres da Bossanova, o brasileiro João Gilberto, que lançou ‘João, voz e violão’ em 1999. O espetáculo terá também Língua Gestual Portuguesa.
No dia 26, começa uma residência englobada no Festival Verão Azul (bianual), com o trabalho ‘Pinturas Cantadas’, aberto à comunidade. ‘Pinturas Cantadas’ é uma performance sonora que parte de conversas com indivíduos e que entrelaça música, histórias de vida e imagem. O som feito ao vivo mistura-se com gravações de campo e de estúdio. A linguagem das ‘music machines’ contemporâneas mistura-se com algumas práticas sonoras ancestrais.
A 27, outra oficina, mas desta vez de teatro, inspirada em ‘Romeu e Romeu’, trabalho do LAMA Teatro que sobe ao palco no dia 29, às 21h00, mas que tem várias sessões para escolas nos dias 27, 28 e 29.
A 29, às 21h00, o espetáculo é para o público em geral, tentando responder à pergunta: “O que é que matou o amor?”. Partindo de uma ideia de amor de Shakespeare na sua obra primordial, ‘Romeu e Julieta’, Romeu e Romeu – que terá Audiodescrição, para pessoas cegas ou com baixa visão – é um lugar de provocação, de provocações sobre a inevitabilidade.
Em suma, só em setembro o Cineteatro terá três espetáculos com programação acessível: o Festival Política (vários eventos com Língua Gestual Portuguesa – LGP), António Zambujo, também com LGP e “Romeu e Romeu”, com Audiodescrição.
Com uma programação de referência (que pode consultar no site e no Facebook do Cineteatro), o CTL está credenciado pela Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, integrando ainda a Rede de Teatros com Programação Acessível e proporcionando espetáculos com interpretação de Língua Gestual Portuguesa para S/surdos (com ‘S’ maiúsculo são falantes de Língua Gestual Portuguesa) e outros com Audiodescrição, para pessoas cegas ou com deficiência visual. O CTL é uma estrutura cultural da Câmara Municipal de Loulé no domínio das artes performativas, que integra a Rede Teatros e Cineteatros Portugueses, e é também um dos promotores da Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve e da Rede 5 Sentidos.