Sindicato dos Músicos demarca-se de DJ preso em Lagos por aliciar raparigas no Facebook

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Em declarações ao ‘site’ da revista Algarve Vivo, Luís Varela, dirigente do Sindicato dos Músicos, diz recear que o caso possa contribuir para um “ambiente de insegurança” em torno da classe, com perda de empregos, já de si “temporários e precários”. Nesta região existem mais de cem profissionais, sobretudo nas zonas de Portimão, Albufeira e Monte Gordo.

José Manuel Oliveira

“Um grande problema para a classe dos músicos e que coloca, em particular, os DJ em xeque”. É desta forma que Luís Varela, dirigente no Algarve do Sindicato dos Músicos, reage às notícias sobre a detenção nesta semana, por inspetores da Polícia Judiciária do Porto, de um antigo DJ, de 58 anos e aposentado, na sua residência em Lagos, por suspeitas de pornografia envolvendo raparigas no Facebook.

De acordo com informações divulgadas, o homem abordava as vítimas, entre os 12 e os 15 anos, utilizando para o efeito um falso perfil naquela rede social, em que se fazia passar por uma jovem modelo. Em seguida, assumindo o papel de proprietário de uma agência, em quase três anos conseguiu levar muitas jovens a deixarem-se filmar nuas através da webcam, com a promessa de as tornar famosas no mundo da moda e a possibilidade de ganhar muito dinheiro. O predador sexual encontra-se em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, a aguardar julgamento.

Em declarações à Algarve Vivo, Luís Varela manifesta o seu receio de que o caso possa contribuir para um “ambiente de insegurança” em torno da classe. “As pessoas, em geral, passam a ficar com má imagem dos DJ e isso poderá ter reflexos ao nível laboral, com perda de empregos. Normalmente, estes profissionais são contratados por empresas duas ou três vezes por semana para colocar músicas em bares, discotecas e noutros locais de diversão noturna. São empregos temporários, precários e geralmente surgem aos fins-de-semana, bem como durante o Carnaval, na Semana da Páscoa, nos meses de Verão e na passagem-de-ano”, diz Luís Varela. O Sindicato dos Músicos poderá vir a tomar uma posição pública, “demarcando-se da situação agora provocada por esse antigo disco-jóquei”, que desconhece, sublinha aquele representante.

No Algarve, existem mais de cem DJ, muitos deles com idades dos 20 aos 30 anos, sobretudo nas zonas de Portimão, Albufeira e Monte Gordo, no concelho de Vila Real de Santo António, podendo auferir ‘cachets’ na ordem dos 750 euros num fim-de-semana e 60 euros por noite nos meses de Verão. Apenas quatro, contratados por bares, estão filiados naquele sindicato.

 

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