Um transporte ao serviço das pessoas com mobilidade reduzida

Desde setembro que o Algarve dispõe de um serviço de transporte inovador destinado a pessoas com mobilidade reduzida. O belga Donald Naessens, 62 anos, radicado em Portugal há 17, juntou-se ao jovem brasileiro Ruan Silva, 25 anos, a viver na região há quatro, e pôs em prática este novo conceito de transporte privado, que vem preencher uma lacuna no mercado. Deu-lhe o nome de ‘Safety Transfer’.

“No Algarve há muitas pessoas com mobilidade reduzida que não têm como ter um transporte especializado e adequado às suas necessidades. Atualmente, somos os únicos a fornecer este serviço. É algo que já existe na Bélgica há algum tempo e, em Portugal, somente em Lisboa e no Porto”, explica Donald Naessens ao Lagoa Informa.

Ruan é o condutor de uma carrinha adaptada ao transporte de cidadãos em cadeira de rodas e, se for caso disso, da respetiva família. Trabalhou num lar antes de assumir esta nova função e tem formação na área de cuidar e transportar pessoas com limitações físicas. Estão sediados em Silves e têm realizado serviços, maioritariamente, em Portimão, Lagos, Lagoa, Albufeira e, quando solicitado, a Faro. Apostam na segurança, conforto, atenção e pontualidade para diferenciar o serviço.

“Temos uma grande preocupação para com o cliente e, apesar de sermos um serviço privado, também prestamos apoio social, porque não fazemos as pessoas esperar e prestamos a ajuda necessária, que vai para além do transporte. Por exemplo, os Bombeiros nem sempre têm horários para responder logo e um paciente, num hospital, pode ter de esperar várias horas até que eles o possam levar para casa, pois têm muitas solicitações e não conseguem responder a todos ao mesmo tempo”, refere Juan.

Os serviços
Um transporte para uma consulta ou um ‘transfer’ de turistas com mobilidade reduzida ao aeroporto ou até passeios são alguns dos serviços que têm sido solicitados à ‘Safety Transfer’, mas são diversas as possibilidades. “Os principais clientes têm sido pessoas que precisam de ir a consultas médicas. Temos alguns portugueses, mas são mais os estrangeiros que, até agora, nos têm solicitado. Temos dois clientes regulares estrangeiros que levo a consultas. Num dos casos, uma senhora holandesa, isso acontece porque a família não está sempre em Portugal e ela precisa de ajuda”, refere Ruan.

“O serviço destina-se também para passeios e para a ligação entre hotéis e aeroporto. Há turistas que têm mobilidade reduzida, precisam deste transporte especializado e, muitas vezes, pretendem visitar locais específicos, como o Zoomarine, Sagres ou Monchique. Na carrinha temos um lugar para uma pessoa de cadeira de rodas mais quatro para familiares ou amigos. Os bombeiros não fazem este trabalho, porque não é função deles e os táxis daqui não dispõem destas condições de transporte que apresentamos”, explica Donald.

Ruan dá, de seguida, outro exemplo: “Temos um norte-americano que vive sozinho cá e pede-nos para ir passear ou para o levar a fazer uma refeição fora. Para isso, temos um orçamento para meio dia e para o dia completo, para levarmos a pessoa onde ela quiser. Acaba por não ser só o transporte, pois dispomos de um pacote com um serviço de assistência, para auxiliar a pessoa a chegar até dentro de casa ou a ir buscá-la. Também temos um transporte para fazer compras e, inclusive, acompanhar a pessoa dentro do supermercado para ajudar”.

Bom ‘feedback’
Até agora, com cerca de dois meses de atividade, as reações ao trabalho da ‘Safety Transfer’ têm sido bastante positivas e já há clientes fidelizados. “As pessoas têm gostado. É isso que nos têm dito e, praticamente todas, voltaram a ligar para novos transportes. É um serviço diferente, pois apesar de irem na cadeira de rodas, na parte de trás da carrinha, têm visibilidade e podem ver tudo lá fora, a paisagem, o que não acontece nos outros transportes, que são veículos fechados na traseira. É como se fossem sentados no banco traseiro”, destacam.

Um papel social
Este é um serviço privado, portanto pago. Sem falar em valores, Donald Naessens diz que é “mais caro que os Bombeiros, mas pouco mais do que um táxi normal”, marcando pela “diferença, segurança e atenção para com os clientes”.

“Temos uma cliente em Portimão acamada e que fica 15 dias na casa de uma filha e 15 na de outra. A distância entre as duas casas é de dois quilómetros. Os Bombeiros fizeram este serviço uma vez e não se mostraram disponíveis para voltar a fazer. O edifício não tem elevador, são três andares, e nós trouxemos a cadeira e depois pegamos na senhora ao colo. É um trabalho que também fazemos. Depois há clientes habituais aos quais vendemos o transporte em pacote. Por exemplo cinco vezes por mês sai a um valor mais baixo”, acrescenta.

Os serviços especializados para clientes de mobilidade reduzida

  • Transporte para consultas ou hospital
  • Transporte para compras, passeios e momentos de lazer
  • Transporte para aeroporto
  • Pacotes de transporte para meio dia ou dia completo

Nota: pode incluir até quatro pessoas da família

Informações e contactos

924319211 (para clientes portugueses)
ou 967538637 (para clientes estrangeiros)
Email: info@safety-transfer.com
Site: www.safety-transfer.com

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