Atleta da SRBU Parchalense na seleção nacional de futsal
in Lagoa Informa Jornal nº166
A Sociedade Recreativa Boa União (SRBU) Parchalense tem pela primeira vez na sua história uma atleta na convocatória da seleção nacional. Aconteceu no início deste mês e na modalidade de futsal feminino. Rita Nunes, 18 anos, jogadora a cumprir a segunda temporada no emblema do concelho, recebeu a notícia dia 2 e foi chamada para o estágio de preparação que se realizou entre 7 e 11 de novembro, em Elvas.
Antes disso, falou ao Lagoa Informa e revelou a surpresa com a chamada, mas também a alegria enorme e a vontade de repetir a experiência.
O que sentiu quando recebeu a notícia?
Senti uma grande alegria. Não estava mesmo nada à espera. Foi uma grande surpresa!
Como reagiram as pessoas à sua volta?
Ficaram todos muito contentes. Todos me deram os parabéns no clube, as minhas colegas, os dirigentes, os meus amigos. Senti que ficaram muito orgulhosos de mim. Também sei que sem uma equipa e sem o Parchalense não tinha chegado a esta convocatória.
Representar a seleção era e é um objetivo?
Ir à seleção nacional passa sempre pela cabeça, mas nesta altura não estava mesmo à espera. Quando estava ao serviço da Pedra Mourinha, fui convocada para um estágio de sub-17, mas desta vez teve um impacto maior e é um prémio e uma motivação extra.
Qual o próximo passo?
É ser convocada para o próximo estágio de sub-19 e realizar jogos ao serviço da seleção. E, claro, gostava de ser campeã distrital pelo Parchalense.
É conhecida entre as companheiras de equipa como ‘flecha’. De onde veio essa alcunha?
Deram-me esse ‘nome’ na época passada aqui no Parchalense. É por correr muito e rápido!
A VISÃO DO TREINADOR
Pedro Guerreiro: “Um orgulho para todos”
Que significado tem esta convocatória para a atleta, para a equipa e para o clube?
A convocatória da Rita para a seleção nacional significa, acima de tudo para a atleta, o reconhecimento máximo das suas capacidades e competências na modalidade. É uma jogadora que demonstra elevado empenho e rendimento em jogo. Esta convocatória seletiva deve-se também a todo um coletivo que cria as melhores condições para a evolução da atleta, falo obviamente, da estrutura diretiva, treinadores e fundamentalmente das colegas de equipa. Esta distinção individual encheu o grupo de felicidade como se de um troféu coletivo se tratasse. Orgulho é o sentimento instalado.
E para si enquanto treinador?
Enquanto treinador é um orgulho também, com a predominância de ser um técnico virado para o treino não só de seniores, mas de jovens atletas. E aí o significado toma uma maior proporção, pois a Rita chega à nossa equipa sénior em idade júnior, e as oportunidades das juniores, que constituem 50% do plantel, são equiparadas às das de idade já sénior. A equipa técnica fica sempre lisonjeada com a evolução das jogadoras, tenham elas a idade que tiverem.
A ‘chamada’ pode servir de motivação para as colegas?
Obviamente que sim. Com um plantel jovem, certamente outras atletas para além da Rita também podem vir a ter a mesma ou outras oportunidades. A equipa possui uma envolvência muito própria e genuína nas suas relações interpessoais. A vitória de uma atleta é a vitória de todas.
O que pode ambicionar a atleta e o que a distingue?
A Rita é uma atleta ambiciosa por natureza. Rápida e prática como a adjetivamos, mas o que a distingue é a capacidade de escolher sempre o melhor. A Rita tem os seus sonhos, e deve procurar alcançá-los, mas a distinção remete para a capacidade de perceber o contexto e trabalhar humildemente, etapa a etapa, o seu percurso.
Treinador com ambição para esta época
“Vencer jogo a jogo”
A realizar a sua terceira época no comando técnico da equipa de futsal feminino, o técnico Pedro Guerreiro mostra-se ambicioso e elogia o trabalho que está a ser realizado na SRBU Parchalense. A equipa tem mostrado a sua qualidade e ocupa o primeiro lugar no campeonato distrital.
Como está a correr esta temporada à equipa?
A época iniciou bem. A equipa tem apresentado índices de competitividade interessantes, e resultados desportivos que refletem essa mesma competitividade. Ocupa os lugares cimeiros da tabela, ainda que estejam realizados poucos jogos. Está a ser um bom arranque.
Quais são as ambições?
Jogo a jogo. Procurar ganhar sempre o próximo jogo, esse é o nosso objetivo. Ao vencermos poderemos vir a ganhar títulos coletivos. Serão uma consequência das ambições imediatas. Na época transata, apesar de termos vencido todos os jogos disputados, vimos o campeonato ser interrompido devido ao contexto pandémico do país.
Está há três anos no clube. Sente que a modalidade está mais sólida no clube?
A solidez de qualquer modalidade deve e muito à estrutura e às pessoas que compõem a mesma. Falo da aposta da direção e dos apoios dirigidos para a modalidade. A SRBU Parchalense, para além da equipa sénior já começa a aproximar atletas mais jovens que querem praticar futsal. Assim, este ano podemos dizer que já estamos a potenciar novas atletas, com a formação de uma equipa júnior feminina. Num futuro próximo, outras idades de escalões mais pequenos irão surgir para meninas que possam aprender e praticar futsal. Posso dizer que atualmente sinto o clube mais conhecedor e sustentado na modalidade com alicerces evolutivos.