Verão promete ser quente na contestação às portagens da Via do Infante
A Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) agendou duas ações para os próximos dias visando a suspensão das portagens na A22, a primeira das quais terá lugar a 11 de julho, pelas 18h00, frente ao Shopping da Guia, com o objetivo de alertar para os perigos rodoviários existentes na EN 125, e a segunda no dia 19 do corrente, através de uma concentração e desfile de motards em Faro.
Aquela comissão promete ainda lançar brevemente por todo o Algarve uma campanha a apelar à desobediência ao voto nos partidos que apoiam as portagens no Algarve (PSD, CDS e PS).
Segundo os promotores da CUVI, “as portagens impostas pelo governo PSD/CDS e com o apoio do PS há três anos e meio, continuam a arruinar o Algarve, as suas populações e os utentes”, considerando os contestatários que “temos um verdadeiro estado de guerra na região com uma média de 23 acidentes por dia, ou seja, cerca de 700 acidentes por mês e 8.400 por ano, a maioria na EN 125, onde muitas famílias são destroçadas.”
“Já são mais de cem vítimas mortais, muitas centenas de feridos graves e milhares de outros feridos”, contabilizam os responsáveis da comissão, para quem “é um grande suplício circular na EN 125, pois não passa de uma rua urbana e a sua requalificação continua a marcar passo”, sendo que as portagens “contribuíram para o agravamento da crise social e económica, com muitos milhares de desempregados a mais e centenas de falências de empresas”, pelo que a economia e o turismo “continuam a ser gravemente afetados.”
“A Via do Infante é uma parceria público-privada muito ruinosa, pois mesmo com a cobrança de portagens dá um prejuízo anual de 40 milhões de euros e somos todos nós a pagar”, criticam os elementos da CUVI, para concluírem que “quem engorda são os proprietários da concessionária”, ao passo que o respetivo contrato terá “cláusulas secretas, o que é inadmissível e muito grave”, daí exigirem a sua divulgação pública “em nome da transparência.”
Outro motivo de observação é a requalificação da EN 125, que “continua a marcar passo, o que contribui para agravar os índices de sinistralidade nesta via, que não passa de uma perigosa rua urbana, de novo rebatizada estrada da morte”.
Para os membros da CUVI, “é chegada a hora de os responsáveis políticos mostrarem de que lado se encontram: a favor do Algarve e pela suspensão das portagens, ou contra o Algarve, mantendo as portagens”, prometendo intensificar a sua luta nos próximos meses e em vésperas de eleições legislativas.