Almargem classifica praias do Telheiro e de Odeceixe como “maus exemplos”

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A associação ambientalista Almargem fez sair um comunicado onde refere que “a falta de sensibilidade ambiental dos responsáveis pela gestão do território vai-se tornando cada vez mais preocupante, sobretudo em locais com valores naturais particularmente valiosos”, apresentando os exemplos da praias de Odeceixe e do Telheiro, situadas na costa vicentina.

No tocante a Odeceixe, acusam a Polis – Litoral Sudoeste de “inventar uma nova praia”, já do lado do concelho de Odemira,  “à custa de areia extraída da frágil duna existente”, alegadamente com conhecimento dos responsáveis da autarquia de Aljezur e do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina “e com direito a parque de estacionamento completamente renovado.”

“Depois de gastas largas dezenas de milhares de euros com esta obra, colocou-se um sinal à entrada do parque a proibir o estacionamento de autocaravanas, que sempre foram os principais utilizadores da zona”, tendo daí resultado que “o parque e a nova praia mantêm-se quase vazios e as autocaravanas continuam a ocupar, de forma descontrolada, as margens da ribeira de Seixe”, acusam os ambientalistas.

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Por outro lado, afirmam que a Câmara Municipal de Vila do Bispo “resolveu melhorar as vias secundárias de acesso ao litoral à custa de materiais de duvidosa qualidade: restos de pneus, plásticos, entulhos de construção, resíduos verdes, tudo tem servido para tapar buracos e delimitar melhor os caminhos.”

“Como aparentemente não é feita qualquer análise e triagem prévia dos materiais utilizados, está-se a pôr em risco a qualidade do ambiente no interior de um parque natural”, referem os responsáveis da Almargem, que da como exemplo a Praia do Telheiro, onde “estão a ser empregues entulhos com restos de acácias, uma planta exótica e invasora que tem vindo a ocupar vastas zonas do litoral e que, com este tipo de intervenções, continuará certamente a proliferar.”

Neste caso, “os responsáveis pela obra de suposta melhoria do acesso à praia chegaram mesmo a cortar vegetação natural e a arrasar alguns troços de duna fóssil, num espaço considerado, desde há muito tempo, como importante monumento geológico”, denunciam.

Em face da ocorrência destas situações, a Almargem considera “urgente que os concelhos que ostentam a bandeira do ‘Turismo de Natureza’, se empenhem efetivamente na preservação do que ainda resta de um Algarve natural, cada vez mais raro, sob pena de perderem em definitivo um produto turístico único – alternativo ‘ao sol e praia’, que nos distingue enquanto destino, e o qual motiva a que tantos turistas nos visitem.”

Aquela entidade vai mais longe e apela à sensibilidade dos Municípios para esta causa, “promovendo boas práticas nas suas intervenções em espaços naturais, em respeito pelos valores em presença, e pelos planos de ordenamento em vigor, e em concertação com os restantes agentes.”

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