Luís Paixão (presidente da Junta de Freguesia de Sagres): “Em novembro podemos partir para iniciativas que causem algum transtorno à circulação do trânsito” na EN 268

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Em entrevista ao site da revista Algarve Vivo, o presidente da Junta de Freguesia de Sagres lança o alerta à empresa Estradas de Portugal: “Penso convocar dentro em breve a população para uma reunião, a fim de tomarmos uma atitude firme devido à situação em que encontra a Estrada Nacional 268. Em novembro surgirá com toda a certeza, a qualquer momento, qualquer coisa… Vamos a ver”.

José Manuel Oliveira

O estado cada vez mais degradado da Estrada Nacional 268, entre a zona onde se situa o cruzamento de acesso à praia do Martinhal e a rotunda das Quatro Estradas na vila de Sagres, como é conhecida, vai obrigar o presidente da Junta de Freguesia, Luís Paixão, a tomar uma posição junto da população durante o mês de novembro de 2015. “Penso convocar dentro em breve a população de Sagres para uma reunião, a fim de tomarmos uma atitude firme devido à situação em que encontra a EN 268. Em novembro surgirá com toda a certeza, a qualquer momento, qualquer coisa… Vamos a ver”, garante, em entrevista à Algarve Vivo, o autarca, “já saturado da ineficácia” da empresa pública Estradas de Portugal em relação àquela via.

Cartas de protesto vão invadir secretária do presidente da Estradas de Portugal

Embora ainda se encontrem em estudo os vários contornos das ações a desencadear no terreno, Luís Paixão adianta: “Pretendo começar com uma iniciativa que não cause grande transtorno para a circulação rodoviária, mas que mostre junto da Estradas de Portugal que a população de Sagres está unida neste protesto. E, se não forem tomadas medidas credíveis para a resolução do problema, podemos partir para iniciativas que causem algum transtorno à circulação do trânsito”.

Outra das propostas em cima da mesa é a seguinte: “O maior número possível de habitantes da freguesia de Sagres enviará, cada um, por correio, uma carta de protesto ao presidente da Estradas de Portugal, em Lisboa. Esse senhor ficará certamente com a secretária do seu gabinete cheia de cartas e talvez nessa altura se lembre de tomar alguma medida para levar a efeito de uma vez por todas as obras necessárias de forma a garantir a segurança numa estrada completamente degradada, e que está sob a sua jurisdição”.

Missiva enviada em janeiro passado “continua sem qualquer resposta”

Reforçando essa situação, e tendo em conta a vertente turística, o autarca insiste: “A entrada de Sagres é o principal problema que preocupa há bastante tempo esta Junta de Freguesia e a população. É inadmissível que uma localidade com mais de meio milhão de visitantes por ano tenha como cartão-de-visita uma via que, para além do aspeto degradante que apresenta, é de uma insegurança atroz tanto para peões como para condutores. Uma estrada sem passeios e com as bermas em mau estado, sem qualquer tipo de manutenção há vários anos, que dá acesso a uma superfície comercial e à escola primária, onde transitam idosos e crianças diariamente. Felizmente, só por milagre, ainda não aconteceu nenhum acidente considerado grave. Mas não podemos agir só depois de haver mortes. A última carta que enviámos à empresa Estradas de Portugal data de janeiro de 2015, mas continuamos sem qualquer resposta. Isto não pode continuar assim e por isso serão tomadas medidas”.

Edifício do Mercado de Sagres “já coloca em risco a segurança das pessoas”

Por outro lado, motivo também de muita preocupação para Luís Paixão continua a ser o estado em que se encontra a funcionar diariamente o Mercado Municipal de Sagres. “O edifício está cada vez mais em piores condições, a degradar-se de dia para dia e, para além da má imagem que transmite, já coloca em risco a segurança das pessoas”, avisa, nesta entrevista o presidente da Junta de Freguesia de Sagres. E acrescenta: “Continuo a lamentar a falta de obras de manutenção desde há vários anos e a ausência de condições de estacionamento para os veículos. Já alertei a Câmara e a Assembleia Municipal de Vila do Bispo para a situação do Mercado de Sagres, mas está tudo na mesma e sei que não estão previstas quaisquer obras nos próximos tempos. Na última assembleia municipal o senhor presidente disse-me que está à espera da abertura de uma candidatura a fundos comunitários para o financiamento da obra. Não sei é quando”.

Luís Paixão aponta o que é necessário para aquele espaço: “Defendo que o Mercado de Sagres precisa de uma grande remodelação, de um projeto para a sua revitalização e dinamização, um projeto que configure um novo conceito de mercado municipal, com um design»+ moderno, um espaço aberto a outras atividades, onde a fruta e os legumes, a carne e o peixe partilhem o mesmo espaço com o artesanato e a gastronomia, por exemplo. Até essa grande remodelação acontecer, nem sei se é essa a intenção da Câmara Municipal, pois o presidente, quando fala no assunto, só diz que fez um talho e que vai fazer uma queijaria. Têm de ser feitas obras de manutenção e limpeza urgentemente, senão corremos o risco de alguma situação indesejada poder vir a acontecer.

“Placas de toponímica em todas ruas” de Sagres no próximo ano

O orçamento da Junta de Freguesia de Sagres para o ano de 2016 deverá ser idêntico ao de 2015, cerca de 90 mil euros. “Sem verbas nem capacidade técnica para grandes obras”, como faz questão de destacar nesta entrevista à Algarve Vivo.

Uma das apostas, para já, do presidente Luís Paixão passa pela questão da toponímia. “Pretendemos em 2016 abrir concurso para a colocação das placas de toponímica em todas as ruas que tenham nome atribuído. Esta medida é muito importante como elemento de identificação, orientação e localização de imóveis urbanos e rústicos”, refere.

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