A última ‘casa de veraneio’ de Quarteira vai ser classificada como monumento de interesse municipal

É a única habitação da avenida marginal de Quarteira que sobreviveu à urbanização massiva deste polo turístico, e que a Autarquia de Loulé pretende agora salvaguardar pela sua relevância patrimonial e histórica. A Câmara Municipal aprovou a abertura do procedimento para a classificação da ‘Vila Maria Izidra’ como Monumento de Interesse Municipal.
Localizada nos nºs 75 e 77 da Avenida Infante Sagres, esta ‘casa de veraneio’ faz parte da malha urbana consolidada resultante do traçado e abertura da marginal de Quarteira, e da ocupação urbano-turística da orla costeira, devido à sua procura sazonal e como destino turístico.
Esta iniciativa do município de Loulé, proposta promovida por iniciativa da proprietária do imóvel Maria Isidra Contreiras, tem em vista garantir a sua salvaguarda, proteção e preservação como testemunho do antigo ‘Bairro Balnear’, e como memória futura de uma fase de viragem, que precede o boom do turismo algarvio.
Construída em 1945, a ‘Vila Maria Izidra’ é uma moradia em frente ao mar, de tipologia ‘casa portuguesa’, que mantém as características arquitetónicas da construção inicial, assim como peças de mobiliário e de decoração dos anos 40/60 do século XX. A utilização de volumes simples e de materiais tradicionais, com a açoteia central, são marcas deste imóvel que constitui o último exemplar existente de ‘casas de veraneio’ em Quarteira, num período anterior à ocupação turística e mudança de no desenvolvimento urbano do aglomerado.
A proposta de classificação da ‘Vila Maria Izidra’ é de primordial importância para preservar a memória coletiva, de uma fase de viragem no contexto socioeconómico de Quarteira, que antes era caracterizada por atividades económicas ligadas ao mar e à pesca e, na primeira metade do século XX, foi marcada por uma procura crescente da sua zona costeira para férias e descanso. Esta ocupação sazonal originou a construção de “residências de veraneio” e de “bairros balneares” e uma acelerada expansão urbana do aglomerado.
«Sendo o último testemunho do antigo ‘bairro balnear’, a sua classificação como Monumento de Interesse Municipal garante a sua proteção e preservação como memória futura de um período anterior àquele que se abriu em Quarteira, com a eclosão da atividade turística na nossa região», considera a Autarquia de Loulé.





