Alexandre Bernardo: “Sei que tenho de ser sempre o meu maior fã”
No encerramento deste ano competitivo, Alexandre Bernardo destaca ainda o título de campeão em seniores categoria C e revela os objetivos para o próximo ano .
Qual o balanço que faz da época que terminou?
É positivo, porque, embora não tenha conseguido alcançar todos os objetivos, o certo é que notei uma grande evolução em mim. Como atleta, ganhei alguma experiência que não tinha, tanto pela participação em mais estágios, como na oportunidade que tive ao jogar no escalão seniores C, com atletas mais velhos e mais experientes que eu. Como pessoa, sinto que sou menos reservado. Fui ganhando mais confiança em mim, tanto dentro como fora de campo.
Alcançou os objetivos que tinha delineado no início?
Parte deles, sim. No início da época, delineei como objetivos ser campeão nacional na minha prova principal, em singulares, e ser convocado mais vezes para estágio. Alguns deles estão completos, porque pretendia ter alcançado a vitória nas provas de singulares homens e pares homens sub-17, mas, na realidade, alcancei o segundo lugar em ambas, tendo-me sagrado vice-campeão nacional. No entanto, este ano também participei nas Jornadas e no Campeonato Nacional Sénior e, considerando que ia enfrentar outros atletas mais experientes e mais velhos que eu, o meu único objetivo era melhorar como atleta, ganhando mais experiência, mas foi aqui que acabei por ser campeão nacional. Venci a prova de singulares homens categoria C.
Como foi integrar a seleção?
Só tive uma participação pela seleção, que foi no II U17 Portugal Open, e, sinceramente, esperava ter alcançado melhores resultados, quer em singulares, como em pares homens e pares mistos, com os meus colegas, mas estou certo de que mais oportunidades virão.
Quais são os objetivos para a próxima época?
Vou estar no segundo ano da categoria sub-17. A nível nacional, temos muitos atletas e todos eles trabalham diariamente para chegar mais longe, mas vou continuar a pôr o meu objetivo bem alto e quero ser campeão nacional em singulares. Como venci este ano em seniores categoria C, em 2023 vou jogar em absolutos. O meu objetivo, nesse escalão, é ganhar mais experiência e aproveitar, em cada jogo, cada momento ao máximo.
Como se está a preparar?
Fisicamente, vou continuar a apostar nos tipos de treino que tenho feito, quer em número de sessões por semana, quer em horas despendidas. Mentalmente, sei que tenho de ser sempre o meu maior fã. Tenho muito apoio da família e de amigos, do meu clube e colegas, mas tenho que ser sempre o primeiro a acreditar. E acredito!
Quais serão as dificuldades que antevê?
Uma das maiores dificuldades é a falta de apoio financeiro para realizar estágios e competições no estrangeiro. Ir lá fora, ajuda-nos a ter outra perceção do badminton, em termos táticos e técnicos de jogo e, isso, contribui muito para sermos melhores. Esta época tive oportunidade de estar na Finlândia, no estágio que reuniu os melhores atletas da Europa, e, mais uma vez, devo agradecer ao município de Lagoa, por esse apoio. Sem isso, não teria sido possível estar presente. Gostava muito de repetir a experiência em 2023.
Como foi a adaptação ao novo ‘calendário’ de competições?
Foi o primeiro ano em que o calendário se orientou por ano civil. A adaptação foi fácil. A grande diferença que tenho em relação aos outros atletas, desde que entrei para o badminton, é que a grande maioria dos adversários são mais velhos. Isto porque, faço anos no final de dezembro e a idade que conta para o escalão é a que se faz nesse ano civil. Isto quer dizer, por exemplo, que, este ano, a maioria dos atletas que jogaram comigo em sub-17, em 2023, serão sub-19, e eu, que faço 15 anos no final de 2022, serei sub-17 de segundo ano. De qualquer maneira, até já nem penso muito nisso. É o que é. Quero ser melhor a cada dia que passa e não será a minha idade que me impedirá de chegar mais longe. Aproveito para agradecer o apoio da ‘2allsports’, ‘Yonex’, a marca que utilizo como atleta, e a todos os que me apoiaram ao longo desta época.