Algarve preparado para mais turistas neste fim-de-semana prolongado, mas sem encher

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Presidente da direcção da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, Elidérico Viegas, espera um aumento da procura por parte de portugueses e espanhóis a aproveitar o feriado de 1 de maio e fim-de-semana prolongado. A cerca de um mês e meio do início do Verão, a tendência é para marcações de férias mais cedo do que tem sido habitual nos últimos anos e o mercado britânico está a crescer devido à desvalorização do euro face à libra esterlina e ao dólar. E “os portugueses tenderão a viajar menos para o exterior, fazendo com que haja também um aumento da procura por parte dos nacionais”, explica à Algarve Vivo aquele responsável.

José Manuel Oliveira

Depois de o feriado do 25 de abril no último sábado ter provocado um “impacto meramente residual” na actividade turística, “na medida em que não permitiu a chamada ‘ponte’”, o presidente da direção da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, espera agora que o facto de o dia 1 de maio coincidir com uma sexta-feira possa contribuir para o aumento da procura desta região do sul do país por parte de portugueses e espanhóis. Contudo, o Algarve não vai encher neste fim-de-semana prolongado.

“No que se refere ao feriado de 1 de maio, prevê-se um aumento da procura exponencial de portugueses e espanhóis, como é, aliás, tradicional nesta altura do ano e em feriados que permitem fins-de-semana alargados. O facto de nos encontrarmos em plena época turística faz prever igualmente um aumento da procura externa, designadamente de turistas oriundos dos mercados tradicionais mais importantes como o Reino Unido, a Alemanha, a Holanda e a Irlanda. Os hotéis e empreendimentos turísticos do Algarve têm estratégias comerciais próprias para estes períodos, consubstanciadas em ofertas especiais, quer em matéria de preços praticados, quer em pacotes com serviços adicionais incluídos, como alimentação, etc.

As expectativas apontam para bons níveis de ocupação em todos os hotéis e estabelecimentos e em todas as zonas geográficas, embora não possamos afirmar que o Algarve vai estar a 100 por cento. As previsões de bom tempo, com temperaturas de Verão, vão influenciar positivamente a procura”, garante à Algarve Vivo Elidérico Viegas.

A pouco mais de um mês do início do Verão, a desvalorização do euro face à libra esterlina e ao dólar está a contribuir já para o aumento de reservas por parte de turistas britânicos na hotelaria do Algarve, o que até surpreende os responsáveis do sector. “Estamos a assistir, neste ano, a uma tendência para marcações mais cedo do que tem sido habitual nos últimos anos. Assim sendo, temos bons motivos para acreditar que as nossas previsões para este ano se vão concretizar, ou seja, um aumento da ordem dos 5/6 por cento nas taxas médias de ocupação. A desvalorização do euro face à libra esterlina e ao dólar está a contribuir para um crescimento do nosso principal mercado fornecedor de turistas – o Reino Unido. Por outro lado, e pelos mesmos motivos, os portugueses tenderão a viajar menos para o exterior, fazendo com que haja também um aumento da procura por parte dos nacionais”, explica o presidente da AHETA.

As cautelas de um empresário da restauração

Já Nuno Diogo, proprietário de dois restaurantes no concelho de Lagoa, mostra-se cauteloso, preferindo não criar muitas expectativas em termos de negócio a propósito do feriado do dia 1 de maio com fim-de-semana prolongado. “Não sei o que irá acontecer. Tanto trabalhámos no 25 de Abril como trabalhamos no 1º de Maio. Não será muito diferente. Já houve alturas do ano em que não havia muita gente no Algarve e nós trabalhámos bem. Não esperamos muito movimento neste fim-de-semana”, embora admita a vinda de portugueses e espanhóis, refere à Algarve Vivo o empresário.

E acrescenta: “temos um tipo de clientela diferente. Não estamos vocacionados para massas, apostamos, isso sim, na qualidade”.

Em relação ao Verão, Nuno Diogo também se mostra prudente ao dizer: “nunca fazemos previsões. Vivemos o presente e procuramos qualidade”.

Considera-se “satisfeito” com a sua actividade de empresário da restauração, mas deixa um lamento: “Não posso é estar satisfeito com os 23 por cento de IVA. Trabalhamos para pagar fortunas ao Estado”, queixa-se.

“Praia da Rocha com movimento mais fraco em comparação a 2014”

Na Praia da Rocha, José Viegas, nadador-salvador e concessionário de um apoio balnear, manifesta-se céptico quanto ao aumento do número de turistas neste fim-de-semana alargado. “O 1º. de Maio nunca foi grande coisa… Não é propriamente um dia de praia. É tradicionalmente um dia de campo”, recorda. Contudo, ressalva, “se vierem pessoas de outras zonas do país, nomeadamente de Lisboa, para o Algarve, o movimento nas praias sempre poderá mexer um pouco, pelo que até estou expectante em relação ao fim-de-semana”.

Por outro lado, sublinha aquele empresário, “a situação está muito calma na Praia da Rocha, com um movimento mais fraco em comparação ao ano anterior. Nota-se a presença de turistas estrangeiros sobretudo idosos. Em 2014 havia mais gente nesta altura. Mesmo assim, nos meses de junho e julho o consumo foi fraco”.

Por isso, José Viegas entende que “ainda é cedo para traçar expectativas para o Verão de 2015 na Praia da Rocha”. “Há que esperar para ver”, reconhece.

“É necessário criar condições” para o Rally de Portugal regressar ao Algarve, apela Elidérico Viegas

Numa altura em que o norte se prepara para receber o Rally de Portugal/2015, depois de a organização deste evento (ACP-Automóvel Clube de Portugal) ter trocado o Algarve e o Baixo Alentejo, onde a prova se realizou nos últimos dez anos, por aquela região, o gestor de hotelaria Elidérico Viegas não esquece os prejuízos económicos para o sul do país, mas admite o regresso da competição.

“De acordo com um estudo da Universidade do Algarve, o impacto do Rally de Portugal ascendia a mais de 100 milhões de euros anuais. Por outro lado, não podemos esquecer que o Turismo de Portugal apoiava, anualmente, o evento com uma verba de cerca de 500 mil euros para a sua promoção, montante entretanto cancelado. A culpa é, desde logo, dos organizadores que optaram por realizar o Rally no norte do país, mas é também, a nível regional, daqueles que estavam obrigados a negociar a sua permanência no Algarve”, lembra o dirigente, sem pretender entrar em detalhes nas críticas.

Porém, ressalva Elidérico Viegas, “mais do que culpabilizar estes ou aqueles, é necessário criar as condições que permitam o regresso desta prova, apesar de, como é sabido, isso não ser tarefa fácil. A realização destes eventos é negociada, normalmente, para várias edições e não anualmente, deixando antever vários anos para regressar novamente à região”.

 

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