Algarve regista 26 mil desempregos em abril
A pandemia do novo coronavírus, a COVID-19, já levou a um aumento do número de desempregados, que na região representava em março um aumento de 30 por cento no que toca a pessoas inscritas nos serviços de emprego do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), quando comprado com o mesmo mês de 2019, segundo disse à Algarve Vivo Madalena Feu, diretora regional desta entidade. Em números concretos, estavam inscritos 21636 desempregados, mais 6631 desempregados do que 2019.
O boletim estatístico referente ao mês de abril aponta para 26 379 desempregados, um aumento face ao mesm mês de 2019, quando tinha 11 782.
São dados que variam de concelho para concelho, mas que não deixam de mostrar a forte influência que esta nova doença teve na economia regional e local, assente sobretudo no turismo. Com fronteiras fechadas, os bons indicadores que o Algarve tinha conseguido nos últimos anos, no pós-crise, caíram a pique. Se no mesmo mês de março deste ano, Lagoa registou um aumento de 323 inscritos, num total de 1273 desempregados, em Portimão, por exemplo, houve mais 1020 pessoas a recorrer ao IEFP, de um total de 3817.
“Os valores registados nos nossos Serviços de Emprego, verificados no final do mês de março, resultam da retração da atividade económica da região, em consequência, acreditamos, do impacto da situação de pandemia COVID-19 que atravessamos”, justifica Madalena Feu.
Os setores mais afetados são os que estão, direta ou indiretamente, relacionados com o turismo, como é exemplo o alojamento, a restauração, a armazenagem e as atividades auxiliares de transporte, mas também as atividades desportivas, diversão e comércio a retalho.
“O trabalho que desenvolvemos junto das empresas da região tem sido, e é, regular e contínuo. Não só para identificarmos as necessidades de recrutamento, mas também de formação. Temos, aliás, participado em vários fóruns por videoconferência destinados à divulgação dos nossos serviços e medidas junto das empresas da região, e temos também contactado com as entidades empregadoras, através dos nossos gestores de ofertas de emprego e dos gestores+ para fazermos essa prospeção de necessidades de trabalhadores”, esclarece Madalena Feu.
A diretora regional afirma que este é um problema global. “A situação de pandemia veio tornar 2020 um ano atípico. No entanto, acreditamos que a situação possa melhorar progressivamente nos próximos meses, pese embora a incerteza que ainda subsista quanto à evolução do vírus”.
Minimizar impacto da COVID-19
O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) tem reforçado a aproximação ao tecido empresarial, sobretudo às empresas que mantiveram atividade e às que abriram agora, para potenciar as respostas a nível do emprego. “Estamos a trabalhar na implementação de um plano de formação que conjuga formação à distância e presencial, para reforçar competências das pessoas em domínios necessários aos setores de atividade da região”, como a área digital, a utilização de plataformas eletrónicas e línguas, assegura Madalena Feu. A ‘Medida de Apoio ao Reforço de Emergência de Equipamentos Sociais e de Saúde’, permitiu também ao IEFP reforçar o encaminhamento de desempregados, no âmbito das medidas ativas de emprego em vigor.