Alunos da EB Dom Martinho foram deputados por um dia

Novas tecnologias: oportunidades e desafios para os jovens’ foi o tema da 30.ª edição do Parlamento dos Jovens do Ensino Básico, na qual participaram três alunos da EB D. Martinho Castelo Branco. Após terem sido selecionados na etapa regional, Miguel Duarte, António Monteiro e Matilde Leonardo rumaram à Assembleia da República, nos dias 12 e 13 de maio, para participar na sessão nacional desta edição.
A intenção é que os jovens efetuem todo um percurso ‘político’ até à chegada à Assembleia da República, depois da eleição. Em representação do Agrupamento de Escolas Poeta António Aleixo, os estudantes participaram no debate, em janeiro, a nível escolar, que teve como tema ‘Novas Tecnologias: oportunidades e desafios para os jovens’ e que foi coordenado por Sandra Ribeiro, eleita pelo círculo de Faro.
Os 30 alunos do segundo e terceiro ciclos que integraram as três listas candidatas à sessão escolar apresentaram os respetivos projetos de recomendação e esgrimiram argumentos, tendo a deputada, elogiado a prestação dos jovens.
Após a campanha eleitoral, através redes sociais e do contacto direto com os alunos da D. Martinho, as eleições mobilizaram centenas de alunos deste estabelecimento escolar, que escolheram os seus representantes.
Os jovens estiveram ainda na etapa distrital, em Loulé, em março, onde foram eleitos para participar na sessão nacional. António Monteiro do 8.º A e Matilde Leonardo do 9.º E foram deputados e Miguel Duarte do 8.º E jornalista.
Na última fase do projeto, os alunos representaram Faro na Assembleia da República. Num primeiro momento, tiveram a oportunidade de discutir o tema com os deputados de outros círculos, reunidos na 1.º Comissão, para aprovação de um projeto de recomendação que viria a ser discutido, no segundo dia, no Plenário da Assembleia da República, descreve o professor António Pinho, responsável pelo projeto na D. Martinho.
Os alunos portimonenses estiveram, assim, entre os 132 jovens deputados das 66 escolas eleitas nas sessões distritais e regionais e os 64 jovens jornalistas, candidatos ao Prémio Reportagem 2025.
“A sessão plenária resultou da concretização das ideias dos mais de 136 mil jovens, pertencentes às 580 escolas inscritas no projeto para o ensino básico do continente, das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, da Europa e do círculo de fora da Europa”, explica o docente.
A Sessão Plenária do Parlamento dos Jovens foi aberta, solenemente, por José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República.
Os alunos tiveram ainda a oportunidade de conhecer Julieta Sampaio, de 86 anos, professora aposentada e ex-deputada, que criou em 1995 esta iniciativa para envolver os jovens no processo de eleição democrático.
No final, foram aprovadas 14 propostas, cujas recomendações serão apreciadas pela Comissão de Educação, Ciência e Cultura, órgão parlamentar responsável pela orientação do programa. As medidas tomadas pelo governo e pelos grupos parlamentares no seu âmbito são, todos os anos, publicadas na página do Parlamento dos Jovens.
“Participar na sessão nacional foi uma experiência única, não só pela possibilidade de interagir com jovens de todo o país (e não só) como pelo desenvolvimento e promoção de uma cidadania ativa e da própria democracia”, sublinha ainda António Pinho.
A equipa docente coordenadora do Parlamento dos Jovens foi ainda constituída por Marisa Mota, João Vasconcelos, Sandra Costa e Francisco Morgado.
De entre as várias medidas defendidas pelos jovens portimonenses encontra-se o acesso a uma rede e internet estáveis em todo o país, segura e gratuita, com prioridade para escolas, vilas e aldeias, a modernização de equipamentos e recursos educativos tecnológicos nas escolas, através de parcerias com empresas nacionais e startups locais, formação em competências digitais, literacia financeira, empreendedorismo digital e programação.
Os jovens defendem ainda iniciativas que informem alunos e encarregados de educação sobre o uso de Inteligência Artificial, criando uma lei que estabeleça a obrigatoriedade de divulgação do uso desta ferramenta, mas também a formação de professores no âmbito das novas tecnologias e a sua capacitação, incluindo a renovação do programa da disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação, onde se insiram temas atuais.
Criar a aplicação ‘Wiki.escola’ em que os alunos de diferentes escolas do país possam interagir e trocar recursos, como resumos e vídeos de apoio ao estudo, a disponibilização de um banco de recursos gratuito e fidedigno de conteúdos educativos diversos, materiais escolares de anos anteriores e atividades para toda a comunidade escolar, bem como a criação de uma plataforma digital que auxilie os jovens migrantes na sua integração a nível linguístico, cultural e social no ambiente escolar são outras das ideias lançadas por estes jovens.
Por fim, os estudantes propõem criar um projeto interdisciplinar em cada turno virado para as questões tecnológicas, acrescentando que deveriam de ser incluídos no Sistema de Gestão Escolar todos os elementos de avaliação dos alunos e facilitar, também, a entrada nesta plataforma através de dados personalizáveis.
Defendem ainda a manutenção das Provas de Monitorização da Aprendizagem, das Provas Finais de 9.º ano e dos Exames Nacionais em suporte papel.





