As emoções da Algarvia levam estradas ao rubro

Texto: Hélio Nascimento


As principais equipas portuguesas de ciclismo, incluindo, naturalmente, o Louletano e o Tavira, bem como vários ciclistas algarvios de outros conjuntos (casos de Amaro Antunes, Samuel Caldeira, Ricardo Mestre e João Rodrigues), vão dar espetáculo na 47.ª edição da Volta ao Algarve em bicicleta, faltando ainda confirmar – na altura em que a nossa revista saía para impressão – quais as formações do WorldTour que estarão presentes. Uma vez que a UCI confirmou a nova data apenas no dia 18 de março, foi só a partir daí que a Federação Portuguesa iniciou os contactos com as equipas, mas é bom salientar que há provas que já estavam marcadas desde o início do ano para o mês de maio, pelo que alguns blocos estarão, possivelmente, com a agenda preenchida. Seja como for, a organização começou logo a fazer um trabalho de “formiguinha” e de paciência, através de muitos contactos, procurando capitalizar o prestígio da Algarvia para reunir um lote “de primeira”. 

O figurino da Volta ao Algarve mantém-se praticamente o mesmo, na linha de garantir o sucesso que a prova mais mediática do ciclismo realizada no nosso país vem conhecendo de há alguns anos a esta parte. De 5 a 9 de maio – e não em fevereiro, como era habitual, face aos reajustes do calendário internacional motivados pela pandemia – as atenções de todos os adeptos vão estar ‘viradas’ para as estradas da região, onde dezenas de ‘ases do pedal’ terão 765,8 quilómetros para percorrer, num total de cinco etapas, com duas a terminar em montanha, outras duas apontadas aos sprinters e um contrarrelógio individual. 

Uma das poucas novidades surge logo na tirada inaugural, com a chegada a Portimão, algo que não se verificava desde 2012, ano em que Bradley Wiggins triunfou, na antecâmara de conquistar o Tour de França. Será uma etapa para velocistas, iniciando-se em Lagos e terminando em Portimão, depois de percorridos 189,5 quilómetros. A parte final da viagem, junto à costa, promete oferecer imagens fantásticas das praias algarvias.  

No dia seguinte, o pelotão sobe até ao ponto mais alto do Algarve, a Foia, no concelho de Monchique, após 182,8 quilómetros e um acumulado de subida de 4100 metros. Três montanhas nos últimos 30 quilómetros prometem fazer logo aí a primeira seleção de candidatos, coincidindo a meta com um prémio de montanha de primeira categoria, a subida de Monchique até à Foia (7,5 km com 7,3 por cento de inclinação média). 

Ao terceiro dia, os sprinters serão de novo chamados a ter protagonismo, numa viagem que se inicia em Faro, percorre o interior do Sotavento e a zona raiana do Algarve antes de terminar no coração de Tavira, local de espetaculares chegadas em pelotão nas edições mais recentes da corrida. Será a tirada mais longa da competição, com 203,1 quilómetros.  

A quarta etapa será muito importante no escalonamento da classificação geral. Trata-se do contrarrelógio de Lagoa, que terá o mesmo percurso, de 20,3 quilómetros, já percorrido nas três edições mais recentes da prova.  

O tira-teimas fica guardado para a quinta e última etapa, uma ligação de 170,1 quilómetros, entre Albufeira e o alto do Malhão, no concelho de Loulé, onde a meta coincide com um prémio de montanha de segunda categoria.  Tem um acumulado de subida de 3280 metros, e uma hora final de corrida que se assemelha a uma clássica das Ardenas, com uma sucessão de subidas exigentes, antes da escalada do Malhão (2,6 quilómetros com inclinação média de 9,2 por cento).

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