Aurea: “Cada vez que piso um palco no Algarve, sinto-me em casa”

Cantora conversou com a Algarve Vivo após o concerto em Portimão, no dia 4 de agosto. Aurea é natural de Santiago do Cacém, mas passou a infância e adolescência em Silves, onde retorna sempre que pode. Memórias da juventude passam ainda pela Praia da Rocha e Armação de Pêra. Por esta razão, quando atua no Algarve, sobretudo nestas zonas, sente uma emoção especial.

O concerto em Portimão correspondeu às expetativas?
Sem dúvida. O Festival da Sardinha nunca nos deixa ficar mal. De todo! É sempre maravilhoso. Não é a primeira vez que cá estou e guardo sempre com enorme carinho cada uma das vezes em que cá venho. Hoje foi espetacular. Senti uma magia no ar muito especial. Foi um concerto bonito, com uma troca de energia muito diferente e é obvio que me vai ficar no coração, como ficaram os outros.

Há perspetiva de mais concertos no Algarve este ano?
Não. Serão todos mais lá para ‘cima’.

Como tem ‘raízes algarvias’ atuar na região, ‘toca-lhe’ um pouco mais?
Claro que sim. É impossível não tocar. Eu cresci no Algarve. Vim para cá, para bem pertinho daqui, para Silves, com três anos. Passei muito tempo em Portimão, pois vinha sempre para cá com as minhas amigas, para a Rocha, para a praia, e era um bocadinho como a minha terra. Aliás, Portimão, Silves e Armação de Pêra eram ‘os meus sítios’ e são os que guardo, e hei de guardar sempre, com todo o carinho. É sempre maravilhoso voltar, sobretudo, quando venho fazer aquilo que amo. Mesmo passados tantos anos, vir cá e as pessoas voltarem a vir aos concertos, é de encher a alma.

Talvez porque este público sente que a Aurea é um ‘bocadinho’ dele…
Cada vez que venho ao Algarve, cada vez que piso o palco cá, sinto isso. Olho para a frente e penso ‘estou casa e sinto-me tão bem aqui em casa’. Espero tanto por estes concertos… Porque nos andamos por todo o país, de um lado para o outro, mas quando cai na agenda uma data no Algarve penso ‘que bom. Vou voltar a casa’. Também já não vou à FATACIL há algum tempo. E gosto muito, porque ia sempre lá quando era miúda. Era onde ia ver concertos quando era nova. Os artistas que adoro iam à FATACIL. É um palco emblemático.

Que memórias de infância guarda?
Muitas. Cresci aqui. Estive cá dos 3 aos 18 e, obviamente, que vou sempre voltando, porque aos 18 fui estudar para fora, mas continuei super ligada ao Algarve. Os meus pais continuam a morar em Silves, continuo a passar cá os natais, os aniversários, sempre que posso e tenho memórias maravilhosas. Lembro-me de uma praia em Portimão, para onde vim uma vez com a minha mãe e umas amigas e lembro-me de ter ficado enrolada numa onda. Aquilo ficou-me para sempre na cabeça. Sempre fui assim meio trapalhona (risos) e, então, foi um momento de risota total que guardo com carinho.

Ganhou grande destaque com o ‘The Voice’. A participação tem sido positiva?
Já fiz oito edições do ‘The Voice’ e, agora por último, uma do ‘The Voice Kids’. Foi uma experiência extraordinária, porque o ‘The Voice’ já se tornou uma família. São muitos anos, acompanha-me quase desde o início da minha carreira, na verdade. É maravilhoso poder ver de perto tanto talento que existe em Portugal. Ano após ano, nós fazemos sempre uma pergunta. ‘Está aí malta a cantar muito bem?’ Respondem-nos: ‘Nem tens noção’. Eles fazem os ‘castings’ e, todos os anos, aparece muita gente a cantar muito bem. E muita gente nova. Poder assistir a isso na primeira fila é maravilhoso. Poder ajudar ainda é melhor. Dar-lhes um bocadinho daquilo que aprendi ao longo destes anos, da minha bagagem, partilhar e, acima de tudo, aprender também muita coisa com eles… A nível pessoal, nós saímos de lá muito mais ricos do que entramos.

Este álbum é diferente dos anteriores. Qual é a mensagem?
Este álbum chama-se ‘Mude’. Este disco tem a colaboração de vários cantores, compositores, artistas dos quais gosto muito, admiro e que são amigos. Convidei-os todos. Tive a sorte de aceitarem compor para mim e, na verdade, ouvir todo o disco é como uma viagem por estados de espírito completamente diferentes, através das músicas destas pessoas. Além disso, também compus pela primeira vez. Tenho uma música inteiramente minha que, depois, dividi com o António Zambujo, o que foi espetacular. Foi um sonho tornado realidade. Metade do disco, ou até mais, é cantado em português. Daí também ser uma novidade. Os outros discos são todos em inglês. Decidimos que estava na altura de começar a cantar na nossa língua.

E já está a pensar em novas canções?
Na verdade, nós nunca paramos. Por isso, sim. É óbvio que estamos muito dedicados, nesta fase, aos concertos ao ar livre.

Este ano é que se está a dar a verdadeira retoma da pandemia?
Sim. Felizmente já estamos todos nas estradas e todos temos agendas compostas. Isso é muito importante para nós artistas e para a equipa técnica. É maravilhoso podermos voltar, trabalhar, fazer aquilo que gostamos e ‘meter comida na mesa’. É importante, porque as equipas são muito grandes. Normalmente, o público só vê o artista e os músicos em cima do palco, mas as equipas são muito grandes.

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