Carnaval de Loulé satiriza política com preocupação em acabar com plástico no recinto
As selfies, popularizadas pelo Presidente da República, inspiraram a organização do Carnaval para a edição deste ano. ‘Circo Selfie’ é o mote daquele que é o mais antigo corso do país e que constitui o principal cartaz turístico do Algarve nesta altura do ano.
Tendo a sátira política como ingrediente principal, e que tanto agrada aos visitantes, a Avenida José da Costa Mealha – conhecida como o ‘sambódramo louletano’ – vai ser ocupada por palhaços, malabaristas, trapezistas e muitas personagens do mundo circense, totalizando perto de 600 figurantes. As escolas de samba, grupos de animação, cabeçudos, gigantones e uma série de performers irão juntar-se nesta “tenda de circo gigante” que será montada durante três dias (3, 4 e 5 de março) na principal artéria da cidade onde irão desfilar 14 carros alegóricos.
Durante a apresentação do evento à Imprensa, que decorreu na Oficina/Museu onde durante meses uma vasta equipa de criativos põe de pé um dos maiores corsos do país, por entre os carros ainda em construção e as imagens de figuras de destaque da atualidade política, social, desportiva e social nacional e internacional, o autarca Vítor Aleixo enfatizou a grande novidade desta edição: a introdução de copos ecológicos no recinto do Carnaval. “Este ano os milhares de copos que servem para as pessoas beberem dentro dos bares serão copos de papel prensado e não de plástico como acontecia anteriormente. Trata-se de um material que pode ser reutilizado 3, 4, 5 vezes e, no fim, poderá ser objeto de um processo de compostagem e reaproveitado para a agricultura. É um material biodegradável que pode integrar o ciclo de atividade agrícola”, explicou o presidente da Câmara Municipal de Loulé.
Esta iniciativa vai ao encontro da preocupação ambiental e sustentabilidade que tem estado na base das políticas do Município. “Essa iniciativa reveste-se de grande importância, não apenas pela redução dos custos financeiros, mas sobretudo pelo sinal que dá em termos pedagógicos a todos os visitantes, turistas, foliões, no sentido de que nós fazemos a nossa parte no que diz respeito a cuidar do ambiente”, sublinhou o edil.
No vasto programa de iniciativas que decorrem durante as celebrações carnavalescas, Vítor Aleixo destacou o Carnaval Infantil (dia 1 de março, às 10h00), também este com uma forte componente pedagógica. “As crianças vivem a festa popular que é o Carnaval, com fortíssimas tradições locais, com o envolvimento das escolas, das crianças e dos professores. Ensinamos às crianças que a festa, a brincadeira, a diversão fazem parte da vida de cada um de nós”, considerou.
Já no contexto desportivo, de entre as iniciativas previstas, o presidente da Autarquia falou do “grande impacto” que se prevê com a realização do 45º Torneio Internacional de Vela de Carnaval, um clássico da modalidade nesta altura do ano. “Este ano será particularmente participado, teremos muito foco na mediatização deste acontecimento já que Vilamoura, como centro de atividades náuticas, está num processo de notoriedade externa crescente”, salientou.
A Autarquia estimula o público a participar e envolver-se mais ativamente neste evento vestindo “uma nova pele” daí que disponibilize o seu espólio de fatos para aluguer, na Loja do Carnaval, este ano a funcionar na Rua 1º de Dezembro.
Quanto à segurança, a organização faz questão de ser “muito rigorosa” uma vez que se trata de um evento com uma numerosa afluência de público daí que, todos os anos, seja aprovado pelas entidades competentes um Plano de Segurança.
O desfile decorre entre as 15h00 e as 17h30. As entradas têm um custo de 2 euros e todas as receitas de bilheteira revertem a favor de instituições de solidariedade do Concelho e do movimento associativo que participa no corso. “As IPSS locais são numerosas e fazem um trabalho de apoio social a idosos, crianças e pessoas em situação de carência verdadeiramente notável”, considerou ainda Vítor Aleixo.
Este ano, o investimento total da organização do corso rondou os 350 mil euros o que, segundo este responsável, corresponde a uma “ligeira redução” relativamente a 2018.