David Santos: “Em uníssono seremos ouvidos mais alto sobre matérias importantes para a região”

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Em entrevista por escrito ao ‘site’ da revista Algarve Vivo poucas horas após ter sido eleito presidente da Comissão Política Distrital do PSD Algarve, David Jorge Mascarenhas dos Santos, engenheiro, de 55 anos e militante há 28 na concelhia de Faro, aponta de forma sintética os seus principais desafios, os quais passam sobretudo pelas eleições autárquicas a realizar em 2017 e pelo “aprofundar da social-democracia” nesta região, onde em dezembro do último ano o partido contava “com cerca de 6650 militantes.”

Bastante cauteloso na abordagem das questões, o novo líder ‘laranja’, que já desempenhou os cargos de presidente e vice-presidente da Seção de Faro, além de tesoureiro e vice-presidente da Comissão Politica Distrital, apenas se pronuncia sobre os deputados Cristóvão Norte e José Carlos Barros, eleitos pelo PSD nas eleições legislativas através da coligação com o CDS-PP no Algarve, em outubro de 2015, e dos quais espera “muito trabalho” articulado com o partido e com os autarcas da região, não referindo dessa forma a centrista Teresa Caeiro, terceira da lista.

Em relação à polémica em torno das pesquisas de petróleo e gás natural, bem como às portagens na A22/Via do Infante, David Santos prefere, para já, não abrir o jogo. “Certamente que tenho a minha opinião, mas poderei responder a essas questões após a realização das necessárias discussões internas”, nota.

A nível nacional, elogia Passos Coelho e Cavaco Silva, e deixa recados ao novo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

José Manuel Oliveira

Porque é que decidiu candidatar-se à presidência da Comissão Política Distrital do Partido Social Democrata no Algarve?

Decidi candidatar-me porque senti que toda a experiência que tenho em funções desempenhadas no PSD, na vida empresarial e em cargos públicos, poderiam, em conjunto com todos os militantes, contribuir para o aprofundar da social-democracia no Algarve.

 

Quais os principais desafios que espera enfrentar e que resposta espera dar?

O principal desafio serão as eleições autárquicas em 2017 e o aprofundar da militância no PSD Algarve.

 

O que espera dos três deputados (José Carlos Barros, Cristóvão Norte e Teresa Caeiro) da coligação PSD/CDS-PP, eleitos pelo Algarve nas eleições legislativas realizadas em outubro de 2015? O que lhes vai exigir a partir de agora?

Se me é permitido corrigir, só me poderei pronunciar relativamente aos dois deputados eleitos pelo PSD (Cristóvão Norte e José Carlos Barros).

Naturalmente que espero muito trabalho, articulado com a Comissão Politica Distrital e com os autarcas, em prol do desenvolvimento do Algarve, e sei que será assim que acontecerá.

 

Como perspetiva as eleições autárquicas, as quais terão lugar em 2017? Quando é que o PSD vai começar a preparar as listas de candidatos? Admite coligações com o CDS-PP? E que perfil defende para os candidatos do PSD nos concelhos do Algarve, onde é oposição?

Todas essas questões terão a sua resposta adequada no tempo adequado e após amplo debate interno, e nalguns casos com a participação da sociedade civil.

 

Como analisa a ação desenvolvida por Luís Gomes na liderança do PSD no Algarve?

O engenheiro Luis Gomes exerceu os seus mandatos sempre com frontalidade, lealdade, denodo e principalmente trouxe proximidade á politica no PSD e no Algarve. Foram mandatos em que tivemos vitórias e derrotas, mas onde os jovens, os trabalhadores social-democratas e os autarcas social-democratas tiveram um papel importante na consolidação do PSD na região.

 

Que desafio deixa ao PS no Algarve? E ao Governo?

Esta entrevista está a esgotar e a abrir, por assim dizer, “portas” que a seu tempo o PSD no Algarve tratará. Gostaria de lembrar que a minha maneira de estar na minha vida, tal como na política é no sentido do trabalho em equipa e no respeito das competências de cada um dos órgãos do PSD. Assim não coloquemos a “carroça à frente dos bois”. Entendo que não devo condicionar a posição do PSD Algarve, sem ouvir primeiro os militantes. É que sabe, não sou contra os tenores, mas tenho a certeza que em uníssono seremos ouvidos mais alto e mais longe, quando nos pronunciarmos, sobre essas e outras matérias que serão importantes para o futuro do Algarve.

 

Quais os maiores problemas que o Algarve enfrenta neste momento e como poderá o PSD ajudar a resolvê-los? Como vê a polémica em torno da exploração de gás e petróleo na costa algarvia? As portagens na A22/Via do Infante são para manter, para reduzir ou para acabar? 

Certamente que tenho a minha opinião, mas poderei responder a essas questões após a realização das necessárias discussões internas.

 

Agora que é o líder do principal partido da oposição no Algarve, vai continuar na presidência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve?

Não entendo a questão. Estou no cargo após concurso público nacional, onde fiquei na lista final, com mais duas pessoas, tendo sido escolhido exatamente pela avaliação curricular e após várias entrevistas.

 

A nível nacional, acha que Pedro Passos Coelho deverá manter-se como presidente do PSD? Porquê? Seria positivo surgirem outros candidatos no próximo congresso nacional?

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, fez um trabalho extraordinário nos últimos quatro anos como primeiro-ministro. Todos sabemos as condições extremamente difíceis em que se encontrava Portugal em junho de 2011. Estes anos foram de organização do estado e do país, e os restantes quatro (lembro que em 2011, quando o PSD ganhou as eleições o doutor Pedro Passos Coelho afirmou que iria governar oito anos) seriam os anos de normalização da politica em Portugal, em termos de politica fiscal, social, ambiental e económica.

Mas como sabemos tal não foi possível, apesar de o PSD ter ganho as eleições em outubro passado. Acho da maior justiça a sua reeleição e certamente que a social-democracia estará presente no discurso do presidente do PSD, no pressuposto de que a politica é feita com e para as pessoas.

 

PSD e CDS-PP deverão concorrer juntos a próximos desafios eleitorais no país?

O tema será certamente tratado a seu tempo.

 

Como vê a sucessão de Paulo Portas no CDS-PP? Assunção Cristas será a líder ideal?

É um assunto que diz respeito, exclusivamente, aos militantes do CDS-PP.

 

O que espera de Marcelo Rebelo de Sousa na presidência da República?

Espero que seja ele mesmo, ou seja, justo, defensor da igualdade entre todos, plural e principalmente humanista.

 

E que avaliação faz aos dois mandatos de Cavaco Silva no cargo?

Foram dois mandatos em que ocorreram muitas mudanças no país e na Europa, onde a economia se sobrepôs à politica.

A sua honestidade, verticalidade e independência foram sempre o seu farol, tendo como desígnio a defesa dos portugueses, atuando sempre no sentido do que a sua consciência lhe ditava.

 

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