ESPAMOL em Lagoa aposta na inovação no arranque do ano letivo
Ainda estão a ser analisados alguns pormenores relacionados com o início do ano letivo 2020/2021 no Agrupamento de Escolas Padre António Martins de Oliveira (ESPAMOL), que serão divulgados nos próximos dias. Há, porém, algumas novidades que a diretora Emília Maria Vicente já revelou à Algarve Vivo, quer a nível de segurança, quer de inovação.
A que mais impacto terá é a criação de um novo calendário escolar, dividido em dois semestres e que será aplicado em todo o Agrupamento. Haverá dois momentos de avaliação, um no final de janeiro e outro em junho, com uma semana de interrupção em novembro, para que os professores procedam à avaliação intercalar. “Não mexemos nas interrupções do Natal, do Carnaval e da Páscoa, pelo que haverá férias letivas nessas datas”, esclarece.
Esta medida surge no seguimento da aprovação de um plano de inovação pela tutela que se inicia com os alunos do 5º e 7º ano de escolaridade, avançou a diretora. Será alargado ao 6º e 8º no próximo ano e, no seguinte, a todo o terceiro ciclo. Estará em vigor até 2023, mas se tiver sucesso será mantido no futuro, passando a ESPAMOL a ser uma das poucas escolas no Algarve com estes moldes de formação, que passa por disciplinas com mais atividades práticas e um maior trabalho colaborativo entre professores. “Este plano de inovação tem uma série de objetivos que mexem com a escola, espero que, de forma positiva”, revela.
Evitar a propagação do vírus
As regras para evitar contágios da covid-19 na ESPAMOL, com cerca de 1400 alunos, têm como base as indicações do Ministério da Educação e da Direção-Geral da Saúde. “São bastante generalistas e usam sempre o ‘se for possível’, porque cada escola tem um contexto, um número de alunos, salas e instalações diferentes. Temos de partir, portanto, dessa base para aplicar o que é viável”, justifica Emília Maria Vicente.
Salvaguardando a hipótese de ser necessária qualquer alteração ou ajustamento, segundo a diretora, a partir do segundo ciclo, as atividades letivas podem decorrer entre as 8h00 e as 18h30, permitindo dois turnos, sobretudo na Escola Jacinto Correia, que tem alunos mais novos, descreve. Os alunos do 5º e 6º ano devem ter aulas sobretudo de manhã, enquanto os de 7º e 8º podem ter à tarde.
A escola terá metade da lotação normal. Este regime fará também com que o almoço no refeitório seja uma opção em vez de obrigação. “Podem sempre comer aqui, mas a ideia era que os alunos se mantivessem o menor tempo possível na escola, pois será o local que terá mais pessoas aglomeradas e onde haverá mais risco de contágio. Sabemos que há crianças que a única refeição quente que fazem é na escola e com esta organização damos hipótese de comerem no estabelecimento ou não”, explica.
Entradas desfasadas
O funcionamento no caso do pré-escolar e do primeiro ciclo será idêntico, mas evitará grandes contactos, com as entradas desfasadas. Haverá ainda dois locais de entrada, uma para os 1º e 2º ano e outra para os 3º e 4º ano. Durante o horário escolar, haverá intervalos, refeições e horas de saída diferenciadas. Todo a comunidade da ESPAMOL terá que efetuar as higienizações obrigatórias, estando a Câmara Municipal de Lagoa a contribuir com os dispensadores de álcool gel com sensor.
“Está tudo em estudo, no sentido de ir ao encontro das indicações da DGS, sempre acreditando que tudo vai correr bem. A primeira semana será para passar a mensagem às crianças que não têm de deixar de ser felizes ou de brincar, mas têm que ter uma atitude responsável”, desdramatiza.
Oferta de máscaras
Além de cada turma ter sempre aulas na mesma sala, (exceto nalguns casos como as aulas de Tecnologias da Informação, que têm de decorrer num espaço com computadores), a ESPAMOL entregará um kit com três máscaras comunitárias, certificadas, reutilizáveis e laváveis, com o logotipo do Agrupamento. “Serão obrigados a usá-la a partir do 5º ano. Os mais novos não usam, não é obrigatório”, diz a diretora.
No caso das aulas de desporto também há diretrizes. “Os alunos só podem usar o balneário para mudar de roupa, não podem tomar banho, e têm de usar máscara até ao início da aula. Vão trabalhar em pequenos grupos, sendo que estes serão compostos pelos mesmos elementos durante todo o ano letivo. Isto para, se houver alguma situação de contágio, ser possível isolar de imediato as pessoas”, explica Emília Vicente.
O Agrupamento tem planos de emergência e de contingência e está em contacto com a delegada de saúde local. Aliás, há três planos traçados (o regime de aulas presencial, misto e à distância) sendo esta representante da saúde, que perante um caso de infeção na comunidade escolar, avalia e decide a aplicação de cada um dos regimes.
Também os funcionários poderão ter de trabalhar em espelho, com grupos que fazem o trabalho de manhã e outros à tarde. O Ministério da Educação criou uma Bolsa de Recrutamento que facilitará a substituição de um funcionário, tanto os assistentes operacionais, como os técnicos, que coloque um atestado médico por mais de 12 dias.
A diretora da ESPAMOL acredita que o regresso às aulas correrá bem, mas avisa de que tem de “haver um trabalho de equipa, que envolve alunos, professores, pais, funcionários e as direções, muito grande. E temos que perceber quanto menos tempo a criança estiver na escola melhor”, mas que enquanto estiverem devem estar em segurança.